A Ciência do Futuro
Não há dúvida de que a evolução caminha em progressão geométrica, o que dá
idéia de que o progresso vem sob forma vertiginosa. De fato, desde que o século
XX teve início, o conhecimento das coisas no campo científico tornou-se
avassalador. Até o ano de 1900 não se sabia que a molécula se dividia em átomos
e estes em partículas. Hoje, as sub-partículas já são do conhecimento do
passado.
A primeira pá de cal no materialismo tradicional foi dada por Einstein,
quando idealizou sua primeira Teoria da Relatividade Generalizada e equacionou o
estado físico material da energia e que, como tal, não passava de uma forma
transitória; as pesquisas com os aceleradores Fermi de partículas radicalizaram
ainda mais, quando mostraram que a energia cósmica, por si só, não poderia se
alterar e que, como tal, até a sub-elementar partícula teria um agente
estruturador, ou seja, um princípio equivalente à alma.
Com isso, além dos materialistas, as seitas religiosas que garantem que a
alma é meramente um princípio (ou privilégio) humano, foram envolvidas no mesmo
roldão; e se a Ciência tem sido o grande entrave para o estudo religioso, agora,
passará a ser o marco de definição: ou estas abandonam seus dogmas em detrimento
da infalibilidade de seus princípios, ou serão gradativamente aniquiladas pela
voracidade da Ciência do Futuro que implacavelmente vai descortinando
novos conhecimentos incompatíveis com os preceitos de infalibilidade; e quem não
a acompanhar estará fadado ao descrédito.
E como fica o Espiritismo em toda essa conjuntura!
Apesar de sofrer com muitos de seus prováveis adeptos, que têm tentado
transformá-lo em mais uma seita bíblica, num retrocesso evolutivo, ele continua
resistindo ao processo de degradação desses embates e prossegue tendo a Ciência
como escopo ou fundamento de sua conclusões, malgré lui. Erra redondamente quem
pensa que a fase experimental doutrinária já tenha passado: ela nem começou!
Os novos aparelhos estão aí para permitir-nos uma pesquisa mais segura, onde
a fraude não mais terá vez porque pode ser detectada por eles, imparciais em
seus registros e seguros nos seus resultados insofismáveis. É o fim do
empirismo. Ninguém mais poderá pregar um princípio sem a prova, nem mesmo serão
aceitas mensagens mediúnicas que não encontrem respaldo nas experiências; o
homem começa a entender que a vida na Terra é de encarnados e eles é que têm que
descobrir as verdades que faltam para seu melhor conhecimento e evolução,
independente das ajudas que a Espiritualidade (de onde viemos e para onde
voltaremos)nos possa trazer.
Caso contrário, não justificaria termos nascido.
Está na hora, portanto, de reformularmos nosso posicionamento reacionário
para não ficarmos detidos no tempo e termos que integrar o grupo dos atrasados,
enquanto o conhecimento avança; está na hora, pois, de caminharmos com ele para
a verdade das coisas.
E o pior de tudo é que, enquanto os cientistas vão desvendando um mundo novo,
pelo lado espiritual – o domínio das formas – alguns dos que se dizem espíritas
é que se tornam verdadeiros entraves ao progresso doutrinário.
Estamos a um passo de saber o que seja o espírito pois os
osciloscópios já podem detectar sua presença, ou seja, o “campo” a ele
correspondente, o que comprova que, além de existir, tem algo em comum com a
matéria, senão, evidentemente, não poderia agir sobre ela, dotando-a de vida,
desde a forma a mais elementar, que é a da sub-partícula atômica, até a animal
superior (do homem), mostrando que a escala evolutiva dos seres materiais
obedece a uma lei de formação espiritual.
Enfim, até na vida, a matéria é transitória.