Consolador
A história da Humanidade, registra periodicamente um salto de conhecimento
impulsionado pelo gênio, um homem aparentemente comum, mas com uma elevada
cultura e facilidade em transmitir novos conhecimentos, resultando num largo
progresso em pouco tempo. Esses gênios, que parecem através dos séculos como
estrelas brilhantes, que deixam um longo rastro luminoso na Humanidade, são
missionários; destacados pela vontade de Deus, a revelarem as verdades de ordem
científicas ou morais que são elementos essenciais do progresso.
No Capítulo I, Parágrafo 11 de A Gênese , Allan Kardec escreve sobre o
assunto:
Uma importante revelação se cumpre na época atual: a que nos mostra a
possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual. Esse
conhecimento não é novo, sem dúvida; mas permaneceu, até os nossos dias, de
certa forma, no estado de letra morta, quer dizer, sem proveito para a
Humanidade. A ignorância das leis que regem essas relações as havia sufocado sob
a superstição; o homem era incapaz de delas tirar alguma dedução salutar; estava
reservado à nossa época desembaraçá-la de seus acessórios ridículos,
compreender-lhe a importância, e dela fazer sair a luz que deverá iluminar a
rota do futuro.
Alguns estudiosos perguntam: Será que somente o Mundo Ocidental teve
revelações?
Será que Deus esqueceu do Mundo Oriental?
Como associar esta afirmação de Kardec com as religiões orientalistas
(Vedismo, Bramanismo, Taoismo, Budismo etc..), todas anteriores aos ensinamentos
de Jesus e algumas até anteriores a Moisés?
Embora não se tenha muita segurança nos registros históricos, por sua
influência em todo o pensamento da China milenar e do grupos sociais próximos a
ela, pode-se dizer que a primeira revelação divina espiritual foi o I Ching, na
China; a segunda, O Vedismo, entre os Hindus; a terceira, com Moisés, entre os
Hebreus; a quarta, com Jesus de Nazaré, e a quinta, com o Espiritismo,
codificado por Allan Kardec.
BONS FRUTOS – Por que Kardec disse que com Moisés ocorreu a primeira? A
resposta está no fato de que as revelações do I Ching e do Vedismo, no Mundo
Oriental, tornaram-se árvores infrutíferas para os anseios da espiritualidade,
no que se refere às comunicações dos Espíritos.
II) As Grandes Revelações
1) Moisés, profeta, revelou um Deus único (monoteísmo), soberano,
senhor e Criador de todas as coisas, promulgou os Dez Mandamentos (de Deus) e
várias leis civis convenientes para a legislação da época.
2) O Cristo, tomando da lei antiga o que era eterno e divino, e
rejeitando o que não era senão transitório, puramente disciplinar e de concepção
humana (leis mosaicas), acrescentou a revelação da vida futura, a das penas e
recompensas que esperam o homem depois da morte.
III) A Doutrina de Jesus
Toda a doutrina do Cristo está fundada sobre o caráter que ele atribui à
Divindade. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso,
pôde fazer do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição pressa de
salvação. Mas, o Cristo não pôde desenvolver o seu ensinamento de maneira
completa, porque faltavam aos homens da época, condições de compreendê-lo, mas,
deixou profeticamente através de suas parábolas, os gérmens das verdades novas.
Apesar dos sublimes exemplos e refinada filosofia moral, a adesão e o
entendimento dos homens, foram marcadas de inúmeras dificuldades, principalmente
das elites, que tinham os poderes temporários em decidir os rumos da Humanidade.
Como sempre prevaleciam o egoísmo e o orgulho, aproveitando os próprios
movimentos crescentes dos humildes cristãos como peça fundamental da política,
introduzindo conceitos apropriados e interpretações benéficas e dogmáticas,
descaracterizando a doutrina original e tornando-se mais uma das religiões de
aparências e instrumentos políticos.
A história da Humanidade, registra periodicamente um salto de conhecimento
impulsionado pelo gênio, um homem aparentemente comum, mas com uma elevada
cultura e facilidade em transmitir novos conhecimentos, resultando num largo
progresso em pouco tempo. Esses gênios, que parecem através dos séculos como
estrelas brilhantes, que deixam um longo rastro luminoso na Humanidade, são
missionários; destacados pela vontade de Deus, a revelarem as verdades de ordem
científicas ou morais que são elementos essênciais do progresso.
No Capítulo I, Parágrafo 11 de A Gênese , Allan Kardec escreve sobre o
assunto:
Uma importante revelação se cumpre na época atual: a que nos mostra a
possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual. Esse
conhecimento não é novo, sem dúvida; mas permaneceu, até os nossos dias, de
certa forma, no estado de letra morta, quer dizer, sem proveito para a
Humanidade. A ignorância as leis que regem essas relações as havia sufocado sob
a superstição; o homem era incapaz de delas tirar alguma dedução salutar; estava
reservado à nossa época desembaraçá-la de seus acessórios ridículos,
compreender-lhe a importância, e dela fazer sair a luz que deverá iluminar a
rota do futuro.
ALLAN KARDEC
Nasce em Lyon, França, Hypolitte Lyon Denizard Rivail, mais tarde será
conhecido com o pseudônimo de Allan Kardec.
Aos 10 anos é enviado para Yverdum, Suíça, para estudar no célebre Instituto
Pestalozzi. Inicia com Pestalozzi, conhecido como o “Educador da pedagogia do
amor”, seus estudos e sua admiração pelo mestre Pestalozzi. Cada vez mais
torna-se maior essa admiração, fazendo Rivail, questão de colocar abaixo de seus
trabalhos futuros, a inscrição: “Discípulo de Pestalozzi.”
– 1823 – Aos 19 anos, Sr. Rivail inicia seus estudos do magnetismo,
que durariam 35 anos de experiências, analises e observações.
– 1824 – Está em plena atividade na Educação – trabalho voltado p/ o
estudante desprovido de recursos.
– Tradutor de obras estrangeiras.
– 1854 – Com 50 anos – Sr. Rivail era conhecido, respeitado e
respeitável. Vivera todos os movimentos sociais, políticos, ideológico da sua
época. Tinha vocação eminentemente humanista, não se deixou contaminar por todas
essas situações.
– 1848 – Hydesville – E.U.A. – inicia a grande abertura do
intercâmbio espiritual, nessa mes- ma época surge o discurso materialista –
negação de Deus – na França e Inglaterra.
Nesse ano acontece o chamamento, Sr. Fortier, companheiro do magnetismo lhe
informa sobre os acontecimentos das mesas girantes. Sr. Rivail freqüenta a casa
do Sr. Planeinaison c/ assiduidade despertando ai o cientista que está escondido
no Educador.
II – CONSOLADOR PROMETIDO
Prepara-se o missionário. Sai o educador e intelectual Francês para entrar em
cena o homem universal – Allan Kardec.
Kardec encara esse primeiro período de experimental – trata com os Espíritos
com a mesma naturalidade que trata com os homens.
– Todos são promotores do meu conhecimento
– Questiona todos ensinos dos espíritos,
– Pesquisava, comparava, analisava, passava pelo crivo da razão
– Deveria haver a universalidade, a concordância dos ensinamentos. Não
basta o ensino ser correto, o médium ser correto. Tem de haver coerência,
concordância, o mesmo critério dos ensina- mentos. Se não há divergência. Kardec
sempre se prendeu ao método científico e experimental, ja- mais descuidou da
aliança entre a doutrina e a ciência. Dizia:
“A ciência se preocupa com o principio da vida material, e o Espiritismo
se preocupa com o princípio da vida espiritual“, Deve sempre obedecer as
leis naturais. A ciência e o Espiritismo se completam.
Kardec não apresenta os princípios como hipóteses e sim parte dos fatos.
A teoria vem con- firmar os fatos. O Espiritismo é uma ciência de observação e
não produto da imaginação. Kardec diz:
“Como meio de elaboração, O Espiritismo procede exatamente da mesma
maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental.
Fatos de novas ordens se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis
conhecidas; ele as observa, compara, analisa e, partindo dos efeitos às causas,
chega a lei que os rege; depois deduz as conseqüências e busca as aplicações
úteis. O Espiritismo não estabeleceu nenhuma teoria pré concebida; assim, não se
apresentam co- mo hipótese nem a existência e a intervenção dos espíritos, nem o
perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina;
conclui-se pela existência dos Espíritos porque essa exis- tência resultou como
evidencia da observação dos fatos; e assim os demais princípios. Não foram
os fatos que vieram posteriormente confirmar a teoria, mas foi a teoria que veio
subseqüentemente explicar e resumir os fatos. É rigorosamente exato, portanto,
dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da
imaginação. As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus
estudos se basearam no método experimental, mas, acreditava-se que esse método
não poderia ser aplicado senão à matéria, ao passo que o é igualmente às coisas
meta-físicas.
III
“Do mesmo modo que a ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das
leis do principio material, o objetivo especial do Espiritismo é o
conhecimento das leis do principio espiritual; como esse último é uma das
forças da natureza, que reage incessantemente sobre o principio material e
reciprocamente; disto resulta que o conhecimento de um; não pode ser completo
sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a ciência se completam um. A
ciência sem o espiritismo, se acha impossibilitada de explicar certos
fenômenos, unicamente pelas leis da matéria; o Espiritismo, sem a
ciência, ficaria sem o apoio e exame. O estudo das leis materiais deveria
preceder o da espiritualidade, porque é a mateira que principalmente fere os
sentidos. Se o Espiritismo tivesse aparecido antes das descobertas cientificas,
teria abortado, como tudo quanto vem antes do tempo. ” (A Gênese).
Kardec é aquele que sistematizaria todos os ensinamentos. O Espiritismo
está em todos os tempos, porque é lei Divina. Os questionamentos aos
Espíritos são perguntas de quem está à par das questões da sua época. Ele faz
síntese do pensamento filosófico e religioso. Responde a curi- osidade
intelectual, as necessidades emocionais do homem. Quem poderia formular tais
questões? Nunca os Espíritos deixaram de inspira-lo. No Livro dos Espíritos, que
estamos falando, não foram perguntas banais. Elas refletiam a ansiedade do
homem, contém todo conjunto de conhecimento. Todas as perguntas tem
comentários de Kardec; como se, ele fizesse uma parte, uma ligação entre a
cultura humana e as novas informações dadas pelos Espíritos.
IV
Questão 647. Livro dos Espíritos:
– Toda lei de Deus esta contida na máxima de amor ao próximo ensinada por
Jesus?
– Certamente, esse máxima encerra todos os deveres dos homens entre si. Mas é
preciso mostrar-lhe a aplicação, de outra forma eles podem negligenciá-la, como
o fazem hoje. Alias, a lei natural compreende todas as circunstancias da vida e
essa máxima não é dela senão uma parte. Aos homens é preciso regras precisas,
pois os preceitos gerais e muito vagos deixam muitas portas abertas à
interpretação. – item VI – L.E. (introdução)
VI
Os próprios seres que se comunicam se designam, como o dissemos, sob o
nome de espíritos ou de gênios, e como tendo pertencido, pelo menos alguns,
a homens que viveram sobre a terra.
Constituem o mundo Espiritual, como nós constituímos, durante a nossa vida, o
mundo cor- poral.
Resumimos assim, em poucas palavras, os pontos mais importantes da doutrina
que ele nos transmitiram, a fim de responder mais facilmente certas obsessões.
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, Todo-Poderoso, soberanamente
justo e bom.
Criou o Universo que compreende todos os seres animados e inanimados,
materiais e imateriais.
Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os
seres imateriais o mundo invisível ou espirita, quer dizer, dos Espíritos.
O mundo espirita é o mundo normal, primitivo, eterno preexistente e
sobrevivente a tudo.
O mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou
não ter jamais existido, sem alterar a essência do mundo espirita.
Os Espíritos revestem, temporariamente, um envoltório material
perecível, cuja destruição, pela morte, os torna livres.
Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie
humana para a encarnação dos Espíritos que atingiram um certo grau de
desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os
outros.
A alma é um Espírito encarnado do qual o corpo não é senão um
envoltório.
Há no homem três coisas:
1.o – o corpo ou ser material análogo ao dos animais e animado pelo
mesmo principio vital;
2.o – a alma ou ser imaterial, Espirito encarnado no corpo;
3.o – o laço que une a alma ao corpo, principio intermediário entre a
matéria e o Espírito.
O homem tem assim duas naturezas: pelo corpo, participa pela
natureza dos animais, dos quais tem o instinto; pela alma, participa da
natureza dos Espíritos.
O laço ou perispírito que une o corpo e o Espírito é uma espécie de
envoltório semi-material. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro, o
Espirito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível
para nós no estado normal, mas que pode, acidentalmente, torna-se visível e
mesmo tangível, como ocorre no fenômeno das aparições.
O Espírito não é assim um ser abstrato, indefinido, que só o pensamento pode
conceber; é um ser real, circunscrito, que, em certos casos, é apreciado pelos
sentidos da visão, audição e tato.
Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais nem em
força, nem inteligência, nem em saber, nem em moralidade.
Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem
dos outros por sua perfeição, seus conhecimentos, sua aproximação de Deus, a
pureza de seus sentimentos e seu amor ao bem; são os anjos ou Espíritos puros.
As outras classes se distanciam cada vez mais dessa perfeição; os das
classes inferiores são inclinados à maioria das nossas paixões: o ódio, a
inveja, o ciúme, o orgulho, etc.; eles se comprazem no mal. Entre eles há os que
não são nem muito bons nem muito maus, mais trapalhões e importunos que maus, a
malícia e as inconseqüência parecem ser sua diversão: são os Espíritos
estouvados ou levianos.
Os Espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos
progridem, passando por diferentes graus da hierarquia espírita.
Esse progresso ocorre pela encarnação, que é imposta a uns como
expiação e a outros como missão. A vida material é imposta a uns como expiação e
a outros como missão. A vida material é uma prova que devem suportar por várias
vezes missão. A vida material é uma prova que devem suportar por várias vezes,
até que hajam alcançado a perfeição absoluta. É uma espécie de exame severo ou
depurador, de onde eles saem mais ou menos purificados.
Deixando o corpo, a alma reentra no mundo dos Espíritos, de onde havia
saído, para retomar uma nova existência material, depois de um lapso de tempo
mais ou menos longo, durante o qual permanece no estado de Espírito errante.
O Espírito, devendo passar por várias encarnações, disso resulta que todos
tivemos várias existências e que teremos ainda outras, mais ou menos
aperfeiçoadas, seja sobre a Terra, seja em outros mundos.
A encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana: seria um
erro acreditar que a alma ou Espírito possa se encarnar no corpo de um animal.
As diferentes existências corporais do Espírito são sempre
progressiva e jamais retrógradas; mas a rapidez do progresso depende dos
esforços que fazemos para atingir a perfeição.
As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o
homem de bem é a encarnação do bom Espírito, e o homem perverso a de um Espírito
impuro.
A alma tinha sua individualidade antes da sua encarnação e a
conserva depois da sua separação do corpo.
Na sua reentrada no mundo dos Espíritos, a alma aí reencontra todos aqueles
que conheceu sobre a Terra, e todas as suas existências anteriores se retratam
em sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez.
O Espírito encarnado está sob a influência da matéria; o homem que supera
essa influência pela elevação e depuração se sua alma, se aproxima dos bons
Espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más
paixões e coloca toda a sua alegria na satisfação dos apetites grosseiros, se
aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à natureza animal.
Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
Os Espíritos não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada
e circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, nos
vendo e nos acotovelando sem cessar; é toda uma população invisível que se agita
em torno de nós.
Os Espíritos exercem, sobre o mundo moral e mesmo sobre o
mundo físico, uma ação incessante. Agem sobre a matéria e
sobre o pensamento, e constituem uma das forças da Natureza, causa eficiente de
uma multidão de fenômenos, até agora inexplicados, ou mal explicados, e que não
encontram uma solução racional senão no Espíritismo.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos
nos solicitam para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a
suportá-las com coragem e resignação; os maus nos solicitam ao mal: é
para eles uma alegria nos ver sucumbir e nos assemelharmos a eles.
As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas.
As comunicações ocultas ocorrem pela influência, boa ou má, que eles exercem
sobre nós com o nosso desconheci- mento; cabe ao nosso julgamento discernir as
boas e más inspirações. As comunicações ostensivas ocorrem no meio da escrita,
da palavra, ou outras manifestações materiais, e mais freqüentemente por
intermédio dos médiuns que lhes servem de instrumento.
Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou por evocação. Podem-se
evocar todos os Espíritos: aqueles que animaram homens obscuros, como aqueles de
personagens mais ilustres, qualquer que seja a época na qual tenha vivido; os de
nossos parentes, de nossos amigos ou de nossos inimigos, e com isso obter, por
comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a sua situação no
além-túmulo, sobre seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações
que lhes são permitidas nos fazer.
Os Espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pele natureza
moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se alegram nas
reuniões sérias onde dominem o amor do bem e o desejo sincero de se instruir
e se melhorar. Sua presença afasta os Espíritos inferiores que aí encontram, ao
contrário, um livre acesso, e podem agir com toda liberdade entre as pessoas
frívolas ou guiadas só pela curiosidade, e por toda parte onde se encontrem os
maus instintos. Longe de deles obter bons avisos ou ensinamentos úteis, não se
deve esperar senão futilidades, mentiras, maus gracejos ou mistificações, porque
eles tomam emprestado, freqüentemente, nomes venerados para melhor induzir ao
erro.
A distinção dos bons e dos maus Espíritos ‘e extremamente fácil. A
linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, marcada
pela mais alta moralidade, livre de toda paixão inferior; seus conselhos
exaltam a mais pura sabedoria , e têm sempre por objetivo nosso progresso e o
bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrario, é
inconseqüente, freqüentemente trivial e mesmo grosseira; se dizem por
vezes coisas boas e verdadeiras, mais freqüentemente, dizem coisas falsas e
absurdas , por malícia ou ignorância. Eles se divertem com a credulidade e se
distraem às custas daqueles que os interrogam, se vangloriando da sua vaidade,
embalando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias
, na total acepção da palavra, não correm se não nos centros sérios, naqueles
cujos membros estão unidos por uma comunhão de pensamentos para o bem.
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima
evangélica: “Agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem
para conosco “; quer dizer, fazer o bem e não fazer o mal. O homem encontra
nesse principio a regra universal de conduta para as suas menores ações.
Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade, são paixões que
nos aproximam da natureza animal e nos prendem á matéria, que o homem que,
desde este mundo, se desliga da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas;
e pele amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós
deve se tornar útil segundo suas faculdades e os meios que Deus colocou entre
suas mãos para o provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao
Fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seu poder, para oprimir seu
semelhante, viola a lei de Deus. Ensinam, enfim, que, no mundo dos Espíritos,
nada podendo ser oculto, o hipócrita será desmascarado e todas as suas trôpegas
descobertas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para
com os quais agimos mal, é um dos castigos que nos estão reservados; que ao
estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos são fixadas penas e
gozos que nos são desconhecidos sobre a terra.
Mas eles nos ensinaram também que não há faltas irremissíveis, e que
não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio, nas
diferentes existências, que lhe permite avançar, segundo seu desejo e seus
esforços, na senda do progresso e na direção da perfeição que é seu objetivo
final “.
Poderíamos dizer que a doutrina se apresenta no tríplice aspecto.
- aspecto científico – são as manifestações
- aspecto filosófico – estudo dos princípios decorrente dessas
manifestações - aspecto religioso – são as conseqüências morais da aplicação dessas
manifestações.
E tem como efeito:
- efeito – despertar o sentimento de religiosidade.
- efeito – aceitação, compreensão das vicissitudes da vida.
- efeito – indulgência p/ com o nosso semelhante (princípio da caridade)