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Valorosas mães

Ninguém
discute o vital papel das mães. Doadoras de vida, cumprem papel de co-criadoras
com Deus, gerando no próprio ventre o corpo que oportuniza a reencarnação. À
luz deste princípio básico do Espiritismo, amplia-se ainda mais o papel de mãe.

Sim, porque
através das vidas sucessivas os espíritos alternam-se nas posições de pais e
mães, filhos e irmãos, com aprendizados necessários e diferentes, mas é na
condição de mãe que o espírito desenvolve o mais alto sentimento de amor.
Justamente pelos exercícios de renúncia em favor dos filhos, como pela geração
da vida física.

Não é
necessário recordar a infância para trazer de volta a memória de detalhes da
convivência com as mães para cada um de nós. São muitos e cada um saberá trazer
para si mesmo aqueles momentos que mais lhe marcaram a vida.

De mim
mesmo posso dizer (já o disse de público) que nunca pude esquecer os momentos
em que sabia que minha mãe orava em silêncio, sentada na cama. Acompanhei toda
sua trajetória de lutas em favor do atendimento a pessoas que a buscavam na
porta para receberem passes, ouvirem palavras de bom ânimo e estímulo, como
para socorrer os casos de perturbação mediúnica. Ora, isso ficou. São
lembranças que não se apagam.

Mas, desejo
destacar outro aspecto. Conheço duas mães valorosas.

Uma é minha
vizinha, em Matão. Mãe de um menino especial, de 12 anos. Sua postura carinhosa
e paciente com o filho especial é de comover. Só mesmo o amor de mãe é capaz
disso. E Deus é sábio: convoca espíritos valorosos para atender esses casos
difíceis.

Mas, outra
delas me comove profundamente. Conheço-a pessoalmente. Sei de sua luta
invulgar, seu drama difícil de ser vivido. Mas ela está lá, firme, disposta.
Sofre, é claro, mas não abandona seu posto e cumpre sua missão de mãe com a
coragem daqueles que sabem o que devem fazer.

Não lhe
importa as agressões que sofre da filha, também especial. Apesar dos momentos
de profundo pesar e sofrimento, ele segue adiante. Sabe, interiormente, que
Deus lhe confiou esta tarefa. E cumpre com a valentia de que somente os fortes
são capazes.

Admiro-a
pela fortaleza interior que possui. Pela fé que talvez nem compreenda, mas
sente. Louvo-lhe o espírito determinado, cambaleante fisicamente é óbvio, mas
resoluto em espírito.

São essas
almas valorosas que Deus convoca. Convoca para ajudar outras almas
comprometidas com equívocos do passado e que agora ressurgem no cenário do
mundo, necessitadas de alguém que lhes divida a tortura. De alguém que seja
capaz de estar 24 horas ao seu lado. E embora inconscientes para o mundo, estas
almas sofredoras sabem inconscientemente que tendo a seu lado essas valorosas
almas que a vida chama de mãe, conseguirão vencer a etapa desafiadora.

Tudo isso
para dizer que Deus jamais abandona seus filhos. Deus está em toda parte a nos
ajudar, a nos promover. Ergamos os olhos e esqueçamos nossas bobagens advindas
do egoísmo e do orgulho ferido. Viver é exercício de tolerância, de
compreensão, de amor. Para alcançar a vitória da consciência tranqüila.

Os amigos
do IDEALISTA pediram-me escrever sobre as mães. Não tenho outra alternativa
senão homenagear essas duas valorosas mães.