Privações voluntárias, mortificações
“O Livro dos Espíritos” – Questões 718 a 727
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositor: Deise Bianchini – Naema
Amambai – MS
16/02/2002
Dirigente do Estudo da Noite:
Andréia Azevedo – Safiri
Oração Inicial:
<Joshua_> serenemos nossos corações,
e busquemos elevar os nosso pensamentos em direção a Deus nosso pai, e a Jesus nosso mestre incomparável.
Senhor,
há muito temos estado Te procurando
por meio do ensinamento correto,
do culto santificado,
da prece em silêncio,
mas agora, neste momento em que por misericórdia pudemos ter contato com a nossa amada Doutrina Espírita, nos direcionamos a Ti mais uma vez por esses meios, mas também começamos a nos dar conta de que precisamos Te procurar também no próximo, na caridade, no perdão, na abnegação.
Nestes momentos em que nos reunimos para estudar, comentar, dialogar e aprender um pouco mais sobre o caminho correto a seguir, Te rogamos inspiração, amparo nas nossas fraquezas, perdão pelos nosso erros do passado e do presente, com o coração cheio de esperanças de um futuro de acertos e de muito serviço em favor de nós mesmo e de nosso próximo. E Te agradecemos, pelo muito que temos recebido desde sempre, pela bênção da reencarnação,
do reencontro,
e até mesmo da dor que bem sofrida é escada de elevação e de progresso. Te agradecemos imensamente,
e te rogamos para que fique conosco em nosso corações durante esse estudo, e cada vez mais de acordo com o nosso merecimento. Mas acima de tudo,
que seja feita a Sua vontade,
hoje,
agora,
e sempre.
E que assim seja!
Mensagem Introdutória:
CADA HORA
Faze de cada hora – um poema de amor.
Renúncia vazia – terra seca.
Oração sem serviço – candeia apagada.
Alegria sem trabalho – flor sem proveito. Cultura sem caridade – árvore estéril.
Sermão sem exemplo – trovoada sem chuva. Tribuna sem suor – esquife sonoro.
Inteligência trancada – luz no deserto. Vida sem ação – enterro lento.
Filosofia sem bondade – conversa vã.
Talento oculto – fonte escondida.
Fé parada – vaso inútil.
Virtude sem movimento – ninho morto.
Lição sem obras – museu de idéias.
Repara os recursos de que dispões:
Pensamento nobre.
Conhecimento superior.
Raciocínio pronto.
Diretrizes claras.
Ouvidos percucientes.
Olhos iluminados.
Verbo fácil.
Movimentos livres.
Mãos seguras.
Pés hábeis.
Não te afeiçoes a mortificações improfícuas. Cada criatura, onde passa, deixa o próprio reflexo. Só a inércia vagueia no mundo como sombra na sombra. Tu, porém, deves caminhar, à feição do raio solar, dissipando as trevas. Cada hora, podes fazer a dor menos amarga. Cada hora, podes fazer a luta mais construtiva. Imensos são os males do mundo – não os agraves com o desespero. Enormes são as mágoas dos outros – não as multipliques com o fel da reprovação. Onde estiveres, restaura, conserta, alivia, ampara e desculpa… Em qualquer circunstância, recorda o Cristo, que passou entre os homens entendendo e ajudando… E ainda mesmo quando se viu condenado sem culpa, pelos mesmos homens aos quais servia, partiu para a morte, perdoando e amando… Torturado na cruz, mas de braços abertos.
Emmanuel
Do Livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB
Exposição:
Deise Bianchini:
Boa noite amigos, que possamos nesta noite estar em paz e aptos ao aprendizado com os bons espíritos. Hoje vamos estudar sobre as privações voluntárias e mortificações. A lei de conservação obriga o homem a prover as necessidades do corpo porque, sem força e saúde, impossível é o trabalho. É natural que o homem procure o bem-estar. Deus só proíbe o abuso, por ser contrário à conservação. O bem-estar entretanto, não deve ser conseguido à custa de outrem nem com diminuição das forças físicas ou morais do homem. As privações voluntárias de nada servem, quando nada valem para o bem dos outros; da mesma forma, as mutilações ou as mortificações, como a abstenção de alimentos, quando inúteis ao bem do próximo. Há privações voluntárias que são meritórias, como a dos gozos inúteis, porque desprendem o homem da matéria , e lhe elevam a alma. Meritório é também resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis. É o homem privar-se do que lhe é necessário, para dar aos que carecem. Se essa privação não passar de simulação será uma zombaria. Os únicos sofrimentos que elevam o Espírito são os naturais, porque vêm de Deus. ‘Crês que os que abreviam a vida, através dos rigores sobre-humanos, como o fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de diferentes seitas, avançam na sua senda?” (LE, 726) Melhor seria se cada um se dedicasse a visitar doentes, consolar os que choram, trabalhar pelos que estão enfermos, sofrer privações para o alívio dos infelizes; assim, sua vida será útil e agradável a Deus, além de beneficiar a sua própria elevação espiritual. A vida de mortificações ascéticas, se somente serve para quem a pratica, e o impede de fazer o bem, representa egoísmo, seja qual for o pretexto com que o homem entenda de colori-la. Privar-se a si mesmo, e trabalhar para os outros, isso sim, é a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã. O homem não deve mortificar seu corpo, mas sim seu orgulho e sufocar seu egoísmo, defeitos da personalidade humana arraigados às tendências naturais das vidas primitivas e muito próprios de Espíritos não-elevados.
Kardec perguntou aos Espíritos (LE, 723) se “a alimentação animal, para o homem, é contrária à Lei Natural”, e eles responderam que “Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois, do contrário, o homem perece. A Lei de Conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde, para poder cumprir a Lei do Trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua constituição”. Alguns legisladores entenderam de, com um fim útil, impedir o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus. Entretanto, é permitido ao homem alimentar-se de tudo o quê lhe não prejudique a saúde. O mesmo se dá com relação à carne. Dada a constituição física do homem, a carne alimenta a carne. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele tem, pois, que se alimentar conforme o reclame sua organização. Outro tanto se dá com relação às mutilações, operadas no corpo do homem ou dos animais. A Deus não pode agradar o que seja inútil, e o que for nocivo ser-lhe-á sempre desagradável. Deus só é sensível aos sentimentos que elevam para Ele a alma.
Os sofrimentos naturais são os únicos que elevam a alma. Os voluntários de nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Sofrer alguém, voluntariamente apenas para seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade. Uma boa oportunidade para o homem fazer privações voluntárias ou mortificar-se em favor de seus irmãos, é buscar apenas o necessário, eliminando o supérfluo, na justa medida de querer para os outros o que quer para si mesmo. Neste sentido, dizem os Espíritos (LE, 727): “Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo; mortificai o vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo, que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração, e fareis mais pelo vosso adiantamento do que por meio de rigores que não mais pertencem a este século.”
Bibliografia: O Livro dos Espíritos 718 a 727, Curso Básico de Espiritismo – 2.º ano – FEESP
Perguntas/Respostas:
01 <Dourado> Todo sofrimento, é do ego. O que vem do espírito é dado com satisfação. A Consciência desperta, eleva-nos e nos convida ao trabalho. Este, efetuado com amor jamais poderá ser entendido como sofrimento pois é a centelha divina que se manifesta. O ego, deve ser sacrificado ao bem supremo. Não entendo a matéria como foi colocada no texto. Não concordo com sofrimentos, não concordo com qualquer tipo de martirizações.
<Deise_Bianchini> Oi Dourado
É um direito seu não concordar. Apenas entendo o sofrimento, como colocado no texto, como um sentimento que será dedicado ao próximo, através de privações que vamos efetuar Deixarmos de fazer algo que gostamos para sermos útil, fazer companhia a um doente, conversar com um idoso, jovem, ou quem precise. O que se quis colocar é a inutilidade da aparência, aquilo que não beneficia ninguém. Qual o benefício que você pratica ao se isolar do mundo? É necessário compartilhar, dividir. Aí você é posto à prova. Tem que exercer de paciência de caridade.
02 <Dourado> Conversar com um idoso, um doente, um amigo necessitado, e até mesmo um inimigo nas horas difíceis, entendo como um ato de amor. Todo ato de amor é puro, logo flui do nosso coração harmoniosamente, sem sacrifícios, sem revoltas. O amor é caridade pura. E ser caridoso é manifestar a centelha divina em nossos corações. Deus em sua infinita bondade sabe nos dar as horas de diversão e de trabalho consciente. Entendo assim. E vocês? t+
<Deise_Bianchini> Mesmo assim Dourado, é uma doação. Se feita com amor, maior mérito terá. No mais, concordo com você.
03 <Dourado> Entendo a morte como sendo algo pessoal. A Morte só existe para o ego. Este, é o conjunto de nossos defeitos que segundo a psicologia moderna forma a nossa “Falsa Personalidade” O Homem novo, renovado, evangelizado e em constante exercício do amor universal, deve fazer como o fez Santo Agostinho ao elucidar a questão 919 do LE. Revia seus atos diariamente e tentava a mortificação de todos os atos inumanos. Assim vejo a morte.
<Deise_Bianchini> A morte nada mais é que o esgotamento dos órgãos. Morrendo o ser orgânico os elementos que o compõem experimentam novas combinações,e a alma se desprende do corpo. A morte é apenas a destruição do corpo.(T)
Oração Final:
<Safiri> Bem amigos , estamos encerrando nossos trabalhos da Noite agradecendo a Deus, nosso amado Pai , pela oportunidade de estudo . Vamos a prece de encerramento. Deus, nosso amado Pai
Passamos muitos dias de nossas existências Senão , uma existência inteira buscando “itens” que nos conforte nossos mimos e vaidades: Atenção , prazeres terrenos, futilidades , e tão outros Quanta desilusão ao deparar , pós desenlace, o caminho obscuro que percorremos atrás de bens terrenos , onde reside o falso tesouro. O que poderia eu dizer nesse momento, senão muito obrigada Pela rica oportunidade de angariar o verdadeiro tesouro da terra: o conhecimento. Que possamos sempre estar unidos no intuito maior do estudo direcionado, e protegidos das excessos que há caminho algum , nunca nos levaria. Permita-nos então, sempre estar diante das ricas possibilidade de estudo. Obrigada