Verdadeira Pureza – Mãos não lavadas
“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VIII, itens 8 a 10“
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositora: Vera Oliveira
Rio de Janeiro
16/01/2002
Dirigente do Estudo:
Nadja
Mensagem Introdutória:
CONVITE À PALAVRA
“…Porque a sua boca fala o de que está cheio o coração.” (Lucas: 6-45)
Instrumento valioso é a palavra, doação divina, para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.
Resultado de notáveis experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade.
Embora o ser humano, com raras exceções expiatórias, seja dotado de recurso vocálico, somente poucos dele se servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas de segurança.
Fala-se muito por falar, “matar-se o tempo.”
A palavra, não poucas vezes, se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões. No entanto, pode modificar estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do amor.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos, equacionam incógnitas, resolvem dificuldades…
A palavra, todavia, deve partir das fontes do pensamento laurizado pelo Evangelho.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios tisnados pelo fel; há quem sorria embora chorando; há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio… Mas esses são enfermos em demorado processo de reajuste.
Desculpa a fragilidade alheia, lembrando-te das próprias fraquezas.
Evita censura.
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejas educar, reparar erros, não os abordes estando o responsável ausente.
Toda palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriquece o coração de amor e banha o cérebro com as luzes da misericórdia divina e da sabedoria, a fim de que fales, e fales muito, “o de que está cheio o coração.”
Joanna de Ângelis
Do Livro: Convites da Vida
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
Editora: LEAL
Oração Inicial:
<Nadja> Jesus, doce amigo, inspira-nos nesta noite em que nos propomos a estudar as profundas lições do Teu Evangelho. Disseste-nos que não virias para contrariar a Lei divina, mas para dar-lhe pleno cumprimento. E Tua passagem pela Terra foi sempre tão plena dessa lei vivificadora.
Inspira-nos ao conhecimento profundo da lei do Eterno, essa lei capaz de nos fazer espíritos mais depurados. Ensina-nos, ainda uma vez, doce amigo, a compreender melhor os desígnios de nosso Pai, suas perfeitas leis, sua bondade e misericórdia. Permanece em nós, particularmente inspirando nossos companheiros espirituais e a generosa palestrante desta noite.
Que assim seja!
Exposição:
<Vera_Oliveira> Sendo Jesus o profundo conhecedor de nossas almas, quando esteve aqui na Terra entre nós, aproveitou todas as oportunidades para nos ensinar lições profundas e despertar as nossas consciências para tudo aquilo que viria nos tornar felizes e conquistar a paz interior.
E uma delas ele fez uma análise entre a verdadeira pureza entre as mãos sujas e mãos não lavadas.
O quê que tudo isso quer dizer para nós homens que nos dizemos modernos?
Vamos juntos analisar. Será que nós ainda não valorizamos muito mais as aparências do que as nossas intenções, do que os nossos sentimentos, enfim, tudo aquilo que constitui as estruturas de nossa alma?
Certamente, ainda podemos nos comparar aos fariseus da época de Jesus. Como ele mesmo disse: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” e ainda exclama: “Insensatos.”
Com certeza, meus queridos, há muito que se reformar na intimidade do nosso ser. No entanto, isso ainda, na prática, se torna difícil para todos nós.
Porque sempre fomos acostumados aos valores externos, não que estes não tenham os seu devido valor mas como o próprio Mestre também disse: “Nem só de pão vive o homem”. è fundamental que busquemos desenvolver em nós os sentimentos que o Mestre veio nos ensinar. Não disse ele: “O reino dos céus está dentro de vós”. Eis aí com o que seriamente devemos nos preocupar para que tenhamos verdadeiramente a pureza de coração, que acelerará a nossa evolução espiritual.
Como disse Jesus ainda no próprio texto: “Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada.”
A lei é de progresso. E o mesmo se fará sobre a injunções do amor ou da dor. Cabe a cada um de nós o bom senso para optarmos pelo caminho mais tranqüilo, que certamente é o da boa vontade, do esforço e da determinação em crescermos na direção de Deus que nos aguarda.
Essa evolução é feita no dia-a-dia como nos coloca a nossa querida Joanna de Ângelis na página de abertura, nos falando da indulgência e nos dizendo para desculpar tudo aquilo que podems desculpar no outro.
Desde que acordamos, até o momento de deitarmos, passamos por muitas circunstâncias que nos convocam ao exercício da pureza de coração.
Todavia, se não estivermos com a sinceridade no coração e o objetivo maior de vencer, não o outro, mas a nós mesmos, perdemos muitas oportunidades de crescimento.
Não podemos dizer que o mal humor, por exemplo, não é um veneno que nos envenena e envenena quem está ao nosso redor?
Quantas atitudes de intolerância temos com o outro quando estamos mal humorados? No entanto, se refletidos bem, vamos vendo o quanto somos necessitados de boas emoções.
A tristeza, a irritação, a insegurança, o ciúme e a inveja não estão presentes em nossos corações e nem se quer nos apercebemos?
Como disse o Mestre Jesus: “A vigilância e a oração são diretrizes seguras para nossa reforma interior.” Mas como pode o homem promover a sua reforma se não conhece a si mesmo? Se não reflete nas suas atitudes?
Dificilmente conseguiremos êxito se não estivermos no esforço de cada dia para conquistarmos essa pureza de coração, que não nos tornará santos, como muitas vezes achamos que o Mestre Jesus nos deu diretrizes de santidade. Não, Jesus não deu ao homem diretrizes de santidade, mas métodos de como viver bem, através das suas reencarnações e que se assim o fizer certamente se fará o progresso na intimidade do seu ser de espírito imortal.
O espírito imortal necessita encontrar a própria paz através dos ensinamentos do Mestre.
As vezes achamos muito difícil exercitarmos os seus ensinamentos porque colocamos esses ensinamentos muito distante de nós. Todavia, lembremos de que o próprio Mestre nos disse: “Eu vim pelos doentes. Eu não vim pelos bons, porque os bons não precisam de médico”.
Isto meus queridos irmão, afaga os nossos corações e aconchega as nossas almas, porque nos dá a certeza de que há alguém que entende as nossas dificuldades e que todas as vezes que buscarmos a sua assistência para curar as chagas que torturam as nossas almas, haveríamos de encontrar nele sempre o ânimo, a coragem, a perseverança e o fortalecimento da nossa vontade de chegarmos ao objetivo maior da nossa vida aqui na Terra, que sem dúvida é a vitória sobre nós mesmos.
Ainda que pareça muito difícil. Ainda assim alguém acredita em nossa vitória, e isto é tudo o que deve importar para fortalecer a nossa fé, a nossa alma nas lutas de cada dia.
Oração Final:
<Wania> Boa noite, amigos!
Finalizando o trabalho da noite, nos dirigimos ao Pai, agradecendo a oportunidade concedida.
Jesus, amigo de todas as horas, estamos diante de Ti agradecendo pelos conceitos e valores trazidos pela companheira Vera.
Que possamos sair desta reunião mais enriquecidos, pensando verdadeiramente no sentido da mensagem de Jesus. Ampara-nos o propósito da tarefa. Que seja em Teu nome, em nome da espiritualidade amiga que coordena este trabalho, mas sobretudo em nome de Deus, que possamos considerar finalizada a reunião de estudos da noite.
Que assim seja!