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Céu e Inferno

Céu e Inferno

“O Livro dos Espíritos” – 1012 a 1019

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Deise Bianchini
Mato Grosso do Sul
19/02/2000

Dirigente do Estudo:

Mauro Bueno

Oração Inicial:

<Celinha> Elevemos o nosso pensamento ao nosso Pai e peçamos a Ele que, nesta noite de estudos, que se inicia, possamos todos nós, juntos, unirmos nossos esforços para alcançarmos um maior entendimento das suas coisas e de seu Amor. Que todos nós, como bem disse o nosso Mestre Jesus: “onde estiverem um ou mais em meu nome, eu lá estarei”. Possamos nos ligar a Ele e mais e mais aprender, evoluir e dignificar o papel de espírita e de cristão. Pai, abençoe a nós, humildes filhos e que sua graça, se faça presente hoje, agora e para toda a Eternidade. Que assim seja e que ele nos ilumine a todos.

Exposição:

<Deise_Bianchini> As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou da sua desgraça. E, como os espíritos estão por toda parte, não existe um lugar circunscrito ou fechado que possamos chamar de paraíso, inferno ou purgatório. Existe o estado moral dos espíritos.

Quanto aos encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que habitam. Inferno e paraíso são simples alegorias; por toda parte há espíritos ditosos ou infelizes. Os espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia, e, quando são perfeitos, podem reunir-se onde queiram.

Por “purgatório” devem-se entender dores físicas e morais, ou seja, o tempo da expiação. Quase sempre é neste mundo que fazemos o nosso “purgatório”, onde Deus nos concede a chance de expiarmos as nossas faltas. Então, o que se deve entender por purgatório? Nada mais é que um estado de sofrimento físico e moral, consistindo, geralmente, nas provas da vida corporal, até que consigamos superar nossas provas, elevando-nos ao estado de espíritos bem-aventurados.

Sintetizando: Inferno é uma vida de prova extremamente penosa, com incerteza de uma melhora. Purgatório é uma vida também de provas, mas com a consciência de um futuro melhor. Por “alma a penar” deve-se entender uma alma errante e sofredora, incerta de seu futuro, e à qual proporcionar o alívio que muitos vezes solicita, vindo comunicar-se conosco.

Por “céu” não se deve entender um lugar onde os espíritos bons estejam todos aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela eternidade toda, de uma felicidade passiva. Céu é o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores onde os espíritos gozam plenamente de suas faculdades, sem as preocupações da vida material nem as angústias peculiares à inferioridade. As expressões “quarto, quinto céu,” etc., indicam graus de purificação e, em conseqüência, de felicidade.

Foi por isso que Jesus disse: ” Meu reino não é deste mundo.” É que o seu reinado também não consiste em um aglomerado de seus súditos neste planeta, mas se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer que domine o amor do bem. O bem só reinará na Terra quando, entre os espíritos que a virão habitar, os bons predominarem, fazendo com que nela reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Haverá a transformação da humanidade, ocorrendo pela encarnação, aqui, de espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Os Espíritos dos maus, que a morte irá ceifando a cada dia, e os de todos que tendem a deter a marcha das coisas, serão daqui excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para outros mundos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento e, ao mesmo tempo, pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. (t)

Perguntas/Respostas:

[01] <Dulce-Estudos> Naema, como fazer então para garantir o “céu” dentro de nós?

<Naema> Tanto o céu como o inferno são estados de espírito em que nos colocamos quando ainda encarnados. Podemos usufruir desse céu maravilhoso, que tantos esperam após a morte. Caridade, humildade, amor, são os caminhos que nos levam ao Pai e que trazem o seu mundo para dentro de nós. (t)

[02] <mmm> Como são espíritos que tendem a deter a marcha das coisas?

<Naema> São espíritos ainda atrasados moralmente, que se comprazem com o sofrimento dos outros, não estão preocupados com sua evolução, ou ainda não aprenderam que isso ocorrerá. Procuram, por todos os meios e influências, nos prejudicar. Ainda não tem conhecimento do amor, ou perdão. Levam a vida a procurar vingança. Esses, quando a Terra também evoluir, não se encontrarão mais entre nós, mas com certeza chegarão lá também, pois chances não nos faltam. (t)

[03] <mobsued> Como espíritos elevados como Jesus sentem nossos sofrimentos e angústias? Isso não atrapalha sua felicidade?

<Naema> É como acontece com nossos filhos. Quando esperneiam para tomar vacina, ou choram diante do dentista e seu aparelho, nós não os furtamos a essas visitas, pois sabemos que esses sofrimentos são momentâneos e que só lhes farão bem. Os bons espíritos, os evoluídos que nos acompanham também se penalizam de nós, mas sabem que só assim poderemos crescer, andando com nossas próprias pernas e tendo nossos méritos a cada vitória alcançada eles nos mostram o caminho e nos amparam. (t)

[04] <Sol> Se a Terra está evoluindo, os espíritos ditos maus não deverão ir para um outro mundo de igual progresso da Terra atual?

<Naema> Não gosto muito desse termo mau. Sempre procuro utilizar infelizes ou pouco esclarecidos. Procuro entender que a maldade não é inerente a eles, mas sim um estado em que se encontram. Portanto, se apesar de todas as chances de aprendizado, ainda estão teimosos e se mantendo no mesmo estágio evolutivo deverão reencarnar em mundos inferiores, onde estarão aptos a recomeçar e enfrentar todas as dificuldades que se apresentarem. (t)

[05] <Manyco> As regiões umbralinas podem ser consideradas como uma espécie de purgatório?

<Naema> “O Livro dos Espíritos” nos coloca que o purgatório não é um lugar determinado, mas o estado dos espíritos imperfeitos que estão em expiação. Quase sempre é sobre a Terra mesmo. Normalmente, na literatura, o umbral é colocado como um local de extremo sofrimento ,mas nunca ouvi , ou li, comentários de expiação ali. (t)

[06] <Sol> Reencarnar em mundos inferiores, não seria uma regressão para o espírito?

<Naema> Não, pois o espírito não regride. Ele conserva o aprendizado, mas deve aliar a tudo que aprendeu o aprendizado moral. Ele pode estacionar, mas nunca regredir. (t)

Nota de MBueno: Mesmo em mundos inferiores, o espírito conserva sua condição hominal e, portanto, não ocorrem quaisquer regressões. Por mundos inferiores podemos entender aqueles mais tecnologicamente primitivos, onde as dificuldades de manutenção da vida corpórea se encontram muito maiores, devido à pouca ciência.

[07] <Celinha_Estudos> Você não acha que a duração dos sofrimentos dos homens será eterna, visto que sempre existem novas criaturas ignorantes sendo criadas e por isso, até podem se inclinar ao mal?

<Naema> O sofrimento só será eterno enquanto o homem não aprender a lei do amor. Não aprendemos apenas pela dor e sempre teremos os missionários a nos acompanhar, e nos auxiliar em nossa evolução. Com certeza podem se inclinar ao mal, mas como saber? Nascemos simples e ignorantes, acumulamos nossas experiências, espero sinceramente que não precise ser assim. (t)

[08] <_Cyssa_> Não trazemos bagagem nenhuma de outras encarnações?

<Naema> Sim, trazemos a bagagem dos conhecimentos adquiridos. Essas lembranças estão temporariamente escondidas mas agem sobre nós como uma intuição e influenciam nessa vida, sim. Temos tanta facilidade para determinadas coisas e para outras não. São os aprendizados que já realizamos que estão inconscientemente retornando a nós. (t)

[09] <Manyco> De que maneira uma vida anterior de duras expiações pode influenciar esta nossa atual encarnação?

<Naema> Nada ocorre sem uma causa, tudo é um aprendizado em nossas vidas, ou débitos que estão sendo quitados. Uma vida anterior dura com certeza elevou o nosso aprendizado moral e agora podemos colher seus frutos, e terminar o que apenas começamos a quitar. (t)

[10] <FranzJosef> Existe o mal que os espíritos praticam contra terceiros, mas existe um outro mal que é praticando contra eles mesmos, que é caso do vício ou. por exemplo o materialismo do egoísta. Existe uma diferenciação para esses dois tipos de males praticados, ou, independentemente dos males cometidos, todos carregam a mesma pena?

<Naema> Não, Franz, nem todos carregam a mesma pena. “Muito será pedido a quem muito foi dado”. Aquele que tiver consciência de suas atitudes e, mesmo assim, proceder no erro, será muito mais culpado que o ignorante que praticar o mesmo ato. Isso para tudo, para nós mesmos (vícios) ou em relação aos outros. (t)

Oração Final:

<greens> Que a paz de Jesus esteja em nossos corações. Neste momento procuremos nos harmonizar com as energias emanadas de nossos querido amigos espirituais que dirigem, sustentam e inspiram as atividades do IRC-Espiritismo e todas as suas demais atividades, nas quais esta de estudos se inclui. Também nos dirijamos a Jesus, nosso Mestre querido, para agradecermos os momentos tão oportunos e felizes que aqui tivemos em mais uma noite de estudos. Agradecemos, além desta oportunidade, a mensagem lida, os comentários emitidos, a irradiação de amor e fraternidade que aconteceu durante o estudo.

Assim sendo, além de agradecer a Deus e a Jesus, desejamos rogar-lhes que grupos como estes sejam constituídos em diferentes quadrantes de nosso globo terrestre, a fim de realizar estes mesmos objetivos, ou seja, estender o conhecimento e a luz a todos os que ansiosamente buscam por paz, fraternidade e amor. Que os corações sofridos também possam neste instante receber de Vós as bênçãos do amor bendito. Que assim seja!