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À Luz do Espiritismo

À Luz do Espiritismo

A história da Humanidade tem, no livro nobre, seu
gloriosos repositório. Em todos os tempos o livro tem sido o condutor das
mentes e o mensageiro da vida.

O Mahabharata, que remonta ao século XVI antes de Cristo, narrando as
guerras dos Coravas e Pandavas, é o ponto de partida do pensamento lendário
da India, apresentando Krishna, no excelente Bagavadgita, a expor a Ardjuna
incomparável filosofia mística onde repontam as nobres revelações
palingenésicas.

A Bíblia – antigo Testamento – historiando as jornadas de Israel, oferece
a concepção sublime do deus Único, Soberano e Senhor de todas as coisas.
Platão, cuja filosofia tem por método a dialética, expondo os pensamentos
de Sócrates, seu mestre, nos jardins de Academos, coroa sua obra com a
harmoniosa teoria das idéias, afirmando, no memorável “Fédon!, “que viver é
recordar” e expressando a cultura haurida no Egito, onde recebera
informações sobre a doutrina dos renascimentos.

O Evangelho de Jesus Cristo, traduzido para todos os idiomas e quase
todos os dialetos do globo, faz do amor o celeiro de bênçãos da Humanidade.

O Alcorão, redigido após a morte de Maomé e dividido em 114 suratas ou
capítulos, constitui a base de toda a civilização muçulmana, fonte única da
verdade, do direito, da justiça…

Sem desejarmos reportar-nos à literatura mundial, não podemos,
entretanto, esquecer que Agostinho, através das suas Confissões, inaugurando
um período novo para o pensamento, abriu as portas para o estudo da
personalidade, numa severa autocrítica, e que Tertuliano, com a Apologética,
iniciou uma era para o Cristianismo que se mescla, desde então, com dogmas e
preceitos que lhe maculam a pureza, através de sutilezas teológicas.

Dante, o florentino, satirizando seus inimigos políticos, apresentou uma
visão mediúnica da vida além-túmulo.
Monge anônimo sugeriu uma Imitação de Cristo como vereda de sublimação
para a alma encarnada…

Nostradamus, astrólogo e médico, escreveu sibilinamente as Centúrias,
gravando sua visão profética do futuro.
Camões, com pena de mestre, compôs Os Lusíadas e registra os feitos
heróicos de Portugal, repetindo os lances de Flávio Josefo em relação aos
judeus e dos historiadores greco-romanos de antes de Jesus Cristo.

Depois do Renascimento, como advento da imprensa, o campo das idéias
sofreu impacto violento, graças à força exuberante do livro. Pôde, então, o
mundo pensar com mais facilidade.
A Revolução Francesa é o fruto do livro enciclopédico, com ela nascendo
as lutas de independência de todo o Novo Continente, inspiradas nas páginas
épicas da liberdade.

Artur Schopenhauer, entretanto, sugeriu o suicídio, no seu terrível
pessimismo, em Dores do Mundo, enquanto Friedrich Nietzsche, no famoso Assim
Falava Zaratrusta, tentou solucionar o problema espiritual e moral do homem,
através de uma filosofia da cultura da energia vital e da vontade de poder
que o conduz ao “super-homem”, oferecendo elementos aos teorizantes do
racismo germânico, de cujas conseqüências ainda sofre a Humanidade.

Karl Marx, sedento de liberdade, expôs de maneira puramente materialista
a solução dos problemas econômicos do mundo em O Capital e criou o
socialismo científico, que abriu as portas ao moderno comunismo ateu.
Leão XIII compôs a Encíclica Rerum Novarum para solucionar as
dificuldades nascidas nos desajustes de classes, oferecendo aos operários
humildes, bem como aos patrões, os métodos do equilíbrio e da paz; todavia,
a própria Igreja Romana continuou a manter-se longe da Justiça Social…

E o livro continua libertando, revolucionando, escravizando…
Clássico ou moderno, rebuscado ou simples, o livro campeia e movimenta
mentes, alargando ou estreitando os horizontes do pensamento.
É, em razão disso, que um novo livro, recordando todos os livros, oferece
ao homem moderno resposta nova às velhas indagações, propondo soluções
abençoadas em torno do antiqüíssimo problema da felicidade humana.

O LIVRO ESPÍRITA, como farol em noite escura, é também esperança e
consolação.
Esclarecendo quem é o homem, donde vem e para onde vai, sugere métodos
mais condizentes com o Cristianismo – Cristianismo que é a Doutrina Espírita
– num momento de desesperação de todas as criaturas.

Renovador, o Livro Espírita encoraja o espírito em qualquer situação;
esclarece os enigmas da psique humana; filosófico, desvela os problemas do
ser; religioso, conduz o homem a Deus, e abrange todos os demais setores das
atividades humanas.

Desse modo, o Livro Espírita – no momento em que a literatura de
desumaniza e vulgariza, tornando-se serva dos interesses subalternos de
classe e governo, política e raça, fronteira e poder – disseminando o amor e
propagando a bondade, oferece ao pensamento universal as excelentes
oportunidades de glória e imortalidade.
Saudemo-lo, pois!