Vida de insulamento, Voto de silêncio – Laços de família
“O Livro dos Espíritos” – Questões 769 a 775
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositor: Alzenita Santos
Rio de Janeiro – RJ
04/05/2002
Dirigente do Estudo da Noite:
Deise Bianchini – Naema
Oração Inicial:
<Naema> Amigos, agradecemos por estarmos todos aqui reunidos com o propósito de estudarmos e aprendermos um pouco mais de nossa maravilhosa Doutrina Pedimos que os bons amigos espirituais possam nos acompanhar nessa noite inspirando-nos no aprendizado
e inspirando nossa palestrante em suas palavras Que possa ser uma noite proveitosa a todos nós Assim seja
Mensagem Introdutória:
NO TEMPLO DOMÉSTICO
A escola simples alfabetizará teu cérebro, garantindo-te o ingresso no vestíbulo da cultura e à universidade, na ordem superior do ensino, descerrando-te o acesso à infinita sabedoria… O santuário religioso preparar-te-á o sentimento para a aquisição da virtude e as grandes experiências da fé habilitar-te-ão à vida interior nos mais largos vôos nos domínios do espírito… Aprenderás com o mundo e com os homens os mais belos caminhos para que o teu entendimento e o teu coração se ergam da sombra terrestre à claridade dos cimos; entretanto, o lar é o ponto vivo de tua luta, a oficina de tua redenção e o templo em que conquistarás as próprias asas para a libertadora ascensão. É aí, nesse abrigo limitado a quatro paredes, que serás desafiado a positivos testemunhos de sacrifício, diplomando-te no serviço justo à comunidade terrena que te espera a palavra brilhante e a linguagem do exemplo renovador… Vive no asilo doméstico, à maneira de quem lhe penetrou os umbrais exclusivamente para aprender a amar, socorrer e servir. Dentro dele encontrarás os laços mais puros, incentivando-te à sublimação do porvir, e as mais aflitivas algemas, a te jungirem ao passado obscuro e delituoso. Em seus altares, serás defrontado pelas flores do carinho sem jaça e pelos espinhos agressivos do ódio e da aversão, requisitando-te a mensagem permanente da humildade e da tolerância. Abraça no lar em que te situas o caminho de tua própria purificação, à frente da vida, e, convertendo-te no santuário familiar, em servo do amor que auxilia sempre, dele desferirás teu grande vôo em serviço da humanidade inteira. Emmanuel
Do Livro: Semeador em Tempos Novos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: GEEM
Exposição:
<Alzenita_Santos> Na noite de hoje, falarmos da Lei de Sociedade ainda é muito importante. Embora sejamos seres criados para um crescimento moral, intelectual e espiritual, ainda existe uma tendência de certos grupos que defendem a reclusão e uma vida de insulamento. Pela nossa necessidade desse mesmo crescimento, não teria, nos dias de hoje, para o homem nenhum proveito real. Durante milênios, tivemos a oportunidade de desenvolvermos os cinco sentidos que nos proporcionam com a convivência em grupos, no passado, mesmo sendo nômades, o homem só conseguiu sobreviver, e crescer, exatamente por haver esta vida em sociedade. Como nos esclarecem os mentores espirituais, sem dúvida, pois, que por instinto os homens buscam-se e se ajudam mutuamente. Daí, termos conseguido o crescimento, mesmo com lutas, o homem consegui crescer e progredir. Num passado distante, houve comunidades que buscaram viver sozinhos, mas nesta condição eles se embrutecem e estiola. Homem nenhum possui faculdades completas e é mediante a união social que elas umas as outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar, o progresso. Por isso é que precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulado. Se não podemos viver sozinhos, deixa de ser válido a posição de alguns segmentos religiosos ainda manterem o tal voto de silêncio. Concebe-se que, como princípio geral, a vida social está na natureza. E esta posição fortalece, ainda mais, os sentimentos egoístas. Não merece a aprovação de Deus e Ele condena uma situação que é inútil. Na Pergunta 770, Kardec insiste com os espíritos: “Que se deve pensar dos que vivem em absoluta reclusão, fugindo ao pernicioso contacto do mundo?” Resposta objetiva (Duplo Egoísmo).
Na realidade, por experiência de todo esse trajeto que a humanidade percorreu, só conseguimos algum resultado exatamente por buscarmos a convivência e a comunicação mútua entre os seres. Também afirma os mentores espirituais que só há grandeza e merecimento exatamente por lutarmos nesta convivência vencendo nossas dificuldades trocando experiências que são válidas. Este processo é que nos conduz ao progresso, a harmonia de todos. E isso não é retraimento absoluto do egoísta. Esses não se insulam da sociedade, por quanto todos trabalham em conjunto. Em todas as comunidades passadas, e mesmo atualmente, se constata que um trabalho, todos em conjunto, conseguiremos alcançar um crescimento moral, intelectual e científico. Kardec afirma que o voto de silêncio absoluto, do mesmo modo que o voto de insulamento, priva o homem das relações sociais, que lhe podem facultar ocasiões de fazer o bem e de cumprir a Lei de Progresso. Toda essa situação contribuiu para que a humanidade desenvolvesse grupos familiares. Perguntam-se, alguns, buscando o exemplo da vida dos animais, se realmente estes laços entre os homens seriam necessários. Quando lembram que as fêmeas pouco tempo ficam com suas crias, o suficiente para que possas viver sozinhos, mas esta é a vida instintiva que eles desenvolvem, enquanto que nós, humanos, temos que desenvolver sentimentos morais sem esquecer que somos espíritos imortais com o dever de cresce, principalmente como espíritos. Somos diversos dos nossos irmãos inferiores. O nosso destino nos encaminha para um propósito superior. Porque no homem, alguma coisa mais além das necessidades físicas, há a necessidade de progredir. Embora, atualmente, alguns valores tenham tomado conotações suspeitas, sabemos que os verdadeiros valores ainda regem nossas vidas, pelo fato de haver, como costumam dizer, um afrouxamento de condutas, apelos diversos de uma sociedade materialista, também constatamos que o conceito de família estruturadas em padrões de ética e moral, ainda é o que nos traz a felicidade e a harmonia interior, sem as quais o homem será infeliz por se afastar das leis naturais que nos regem a todos, indistintamente. Portanto, é necessário que as criaturas reflitam que estes ditos apelos, que muitas vezes hoje jovens, e mesmo adultos, estão já sofrendo em suas estruturas psicofísicas as desarmonias que se traduzem em conflitos e doenças. Sem uma estrutura familiar, a sociedade voltaria à barbárie. Há, na Pergunta 775: “Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?” E os mentores respondem, enfatizando (Uma recrudescência do egoísmo). A nossa responsabilidade como espíritas, tendo em mãos o esclarecimento dos mentores, no Livro dos Espíritos, com a complementação do Evangelho, um roteiro seguro de conduta. Portanto, é importante um reflexão sincera a cerca de tudo que acontece, atualmente, dentro de todos os grupos sociais. Exatamente por desprezarmos conhecimentos básicos de conduta, o respeito primeiro entre todos nunca podemos achar que esfacelando ou desprezando os núcleos familiares, estaríamos isentos de problemas e complicações. Quando um casal rompe um compromisso levado pela ilusão de que estaria se livrando de ditos problemas, esquecendo-se de compromissos assumidos com este grupo, é lamentável, mas afirmamos, com certeza, esta pessoa poderá, pelo seu livre-arbítrio, até se afastar, mas, é certo, que estará contraindo mais débitos. Mesmo que cônjuges se separem, por “n” razões, essa separação desestruturará os filhos e o que se vê são crianças e jovens completamente conflitados e sofridos. Conclui-se, então, que na realidade, se arranjará mais problemas e débitos. A mensagem de abertura, trazida pelo nosso querido Emmanuel, nos esclarece que o lar é onde seres em débitos ou créditos conseguirão, com desafios e positivos testemunhos, até mesmo de sacrifício, diplomando-se no serviço justo à comunidade terrena, que espera de cada um o brilhante exemplo renovador. Ele diz que é no asilo doméstico à maneira de quem lhe penetrou os umbrais, exclusivamente, para aprender a amar, socorrer e servir. É necessário que os pais não esqueçam de que quando recebemos, na condição de filhos, espíritos necessitados de muito amor, equilíbrio e exemplo, conseguirão estabelecer, entre todos, a necessária harmonia para os ajustes e, conseqüentemente, crescimento moral e espiritual. Que Deus abençoe a todos. (t)
Perguntas/Respostas:
01 <Ioio> Você falou que os filhos serão desestruturados na separação. E quando o casal quando junto é mais desestruturado? Pode acontecer da influência de um dos cônjuges ser mais nociva o que fazer ??? (t)
<Alzenita_Santos> A liberdade da separação existe. Mas o que traz essa desestrutura é a fuga de pai ou mãe, negligenciando responsabilidades. POrque sabemos que muitas pessoas não cumprem seus deveres básicos. Porque falta amor, carinho e dedicação. (t)
02 <Safiri> Os espíritos, no Livro dos Espíritos, questão 940 nos dizem quando Kardec pergunta sobre a indissolubilidade do casamento que Deus não nos obrigam a viver com quem nos desagrada e que para as vitimas que possam ocorrer dessa desunião ocorre uma expiação.
Mas a responsabilidade da sua infelicidade recairá sobre as que a causaram. Analisando esses aspectos podemos dizer então que na verdade o fato da finalização da união, não necessariamente causará males, se os cônjuges, tiverem amor incondicional pelos seus filhos e não capricho e vaidade causados pelo sentimento de posse e orgulho, não acha ?
<Alzenita_Santos> Sim, é válido.
Haverá, dentro da lei a possibilidade de refazer ou concluir o compromisso. Sem sombra de dúvida, o cuidado e o respeito pela prole, é fundamental. Não é um julgamento, porque, posteriormente, todos responderão à justiça maior, que é Deus. Fica claro, como nos esclarece os espíritos, melhor seria que houvesse a compreensão mútua. Deus respeita o teu livre-arbítrio, mas, também sabemos, que responderemos pelas conseqüências que hão de vir (t)
03 <Wania> Uma parte da pergunta, já foi feita pela Safiri, entretanto, certa vez, ouvi durante uma palestra em uma casa espírita, o relato de uma história, na qual um casal não se divorciou, tentando tolerar as dificuldades encontradas no relacionamento. Eles desencarna, e, quando são convocados ao retorno à matéria percebem que se casarão mais uma vez. Um dos parceiros reclama, afirmando que não seria justo, por ter tolerado todas as dificuldades na encarnação anterior… O espírito responsável pela encarnação do referido espírito,lhe esclarece, que deverão se unir mais uma vez, para que ambos tivessem a oportunidade de aprender a Amar já que ninguém deseja ser tolerado… Sendo assim, até que ponto seria a melhor opção, dar continuidade a uma união, onde não existe amor?
<Alzenita_Santos> O que nos aconselha Jesus, o grande pacificador, o melhor ainda é desenvolver o Amor, que significa um desejo sincero de trabalhar-se desenvolvendo as virtudes. Jesus, respondendo aos fariseus o porquê de Moisés conceder o divórcio, ele respondeu: “Foi pela dureza do coração do homem”.
E hoje, a sociedade é ainda muito egoísta, se deixando levar pelo comodismo doentio. O racional e lógico sabendo desta lei de progresso é nos trabalharmos em conjunto, lutando para alcançarmos a harmonização entre ambos de uma forma verdadeira, sincera e justa.
Oração Final:
<Safiri>Amigos, vamos então nesse momento, abrandando nossos corações e mentes respirando profundamente e elevando nossos pensamentos ao plano maior Agradecendo a Deus, nosso amado Pai, por mais uma noite de estudos. Agradecemos, pelo privilégio de aqui estarmos reunidos Em condição favorável
pois, sabemos que o conhecimento e estudo direcionado Nos faz evoluir com mais tranqüilidade, pois aprendemos as leis de Deus Que possamos então, refletir sobre os ensinamentos de hoje Certos de que nossa evolução e felicidade depende tão somente de nossas ações Que Deus nos permita sempre fazer o melhor de nos dentro da luz da doutrina espírita. Que continuemos fortes na jornada evolutiva, junto ao estudo pois sabemos, como já dizia Jesus,
Muitos serão chamados
Mas poucos os escolhidos.
Que o plano maior nos evolva sempre em Luz. Que assim seja