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Umberto Brussolo

Numerosos seareiros espíritas das primeiras horas, embora tivessem
desempenhado tarefas relevantes, tiveram seus nomes esquecidos pelos homens,
entretanto, é indubitável que nos planos espirituais, as missões que
desenvolveram na Terra ficassem registradas de forma indelével.

Dentre esses missionários houve um que, durante mais de um quarto de século,
desenvolveu em São Paulo, missão de grande envergadura, fazendo com que seu nome
se projetasse e se impusesse ao respeito e à admiração de todos. Ele foi amigo e
companheiro de luta de velhos propagadores e eminentes vultos do Espiritismo,
dentre outros Caírbar Schutel, Militão Pacheco, Lameira de Andrade, Jacques
Motolá e Pedro de Camargo (Vinícius) .

Referimo- nos a Umberto Brussolo, um italiano que escolheu o Brasil como sua
segunda pátria e que aqui se integrou resolutamente, de corpo e alma, dando o
testemunho de sua fé inquebrantável na elevada destinação do nosso país, como
Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.

Umberto Brussolo casou- se no ano de 1897 com D. Maria Peruchi, tendo dessa
união seis filhos. Ele encarava a arte como eficiente meio de divulgação do
Espiritismo e, por isso, tornou- se, artista teatral que era, um entusiasta do
Teatro Espírita, escrevendo peças, orientando e preparando atores e dirigindo as
apresentações. Ele próprio idealizava os cenários, levando avante as várias
peças teatrais, projetando seu nome nesse campo de atividade. Muitas sociedades
que realizavam festivais de fundo teatral, procuravam Brussolo para que lhes
recomendasse o gênero de peça mais adequado para a finalidade.

Não satisfeito em militar nesse campo, também contribuiu para melhor
divulgação da imprensa espírita, principalmente através da difusão de “0 Clarim”
e da “Revista Internacional de Espiritismo”, ambos fundados por Caírbar Schutel.
Nesses órgãos, alem de ensaiar a publicação de vários artigos doutrinários,
promovia também a divulgação dos mesmos, levando- os a numerosos lares da
Capital paulista, os quais, devido à sua insistência e idealismo, passavam a
interessar- se pela Doutrina dos Espíritos. Através do seu esforço inaudito,
grande número de pessoas passou a freqüentar Centros e Sociedades Espíritas.

Sua iniciação no Espiritismo remonta ao ano de 1910, quando iniciou os
estudos de várias obras doutrinárias existentes na época. A fim de poder
dedicar- se com mais eficiência à divulgação do Espiritismo e à sua própria
família, abandonou a carreira de artista teatral.

Em 1917 fundou o “Centro Espírita Luz e Caridade”, instituição essa que
existe até os dias presentes, sendo sucessivamente dirigida pelos seus
descendentes. Trabalhou e lutou bastante, foi na realidade um grande e dedicado
servidor da Terceira Revelação, numa época quando ela era bastante
incompreendida e vista por muitos com grande reserva.

Como representante dos órgãos espíritas de Matão, enchia sua pasta de
jornais, revistas e livros doutrinários e percorria os bairros da Capital
paulista e cidades circunvizinhas, fazendo persistente campanha de difusão da
doutrina reencarnacionista.

Como dramaturgo, escreveu diversas peças de fundo nitidamente espírita,
muitas delas levadas à cena para fins beneficentes. Ele mesmo preparava os
personagens das peças. Destacaram- se, dentre outros, os seguintes dramas:
“Ressurgir de uma Alma”, “Os Mortos Falam”, “Maria das Dores” e “Quinze Minutos
de Prece”. Uma quantidade apreciável de peças de sua autoria foi encenada em S.
Paulo e Moji das Cruzes.

Diligente, honesto e espírito dedicado, Umberto Brussolo conseguiu formar
vasto círculo de amizade sincera e de admiradores de sua obra. Possuindo notável
capacidade de comunicação, tornou- se amigo de todos e a sua presença era
requisitada em muitos Centros Espíritas, onde tinha a oportunidade de difundir o
Espiritismo, fazendo conferências e sobretudo incentivando a arte, através de um
sadio Teatro Espírita.