Diante da Terra
Teríamos sido, porventura, situados na gleba do
mundo para fugir de colaborar no progresso do mundo, quando o mundo nos
provê com todas as possibilidades necessárias ao progresso de nós mesmos?
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Muitos companheiros se marginalizam em descanso indébito, junto à seara,
alegando que não suportam os chamados problemas intermináveis do mundo;
desejariam a estabilidade e a harmonia por fora, a fim de se mostrarem
satisfeitos na Terra, quando a harmonia e a estabilidade devem morar por
dentro de nós, de modo a que nossos encargos, à frente do próximo, se façam
corretamente cumpridos.
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O mundo, em todo tempo, é uma casa em reforma, com a lei da mudança a lhe
presidir todos os movimentos, através de metamorfoses e dificuldades
educativas.
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O progresso é um caminho que avança. Daí, o imperativo de contarmos com
oposições e obstáculos toda vez que nos engajemos na edificação da
felicidade geral.
Omissão, no entanto, é parada significando recuo.
Entendamo-nos na posição de obreiros, sob a pressão de crises
renovadoras.
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Todos faceamos permanente renovação, a cada passo da vida.
Nem tudo que tínhamos ontem por certo, nos quadros exteriores da
experiência, continua como sendo certo nas horas de hoje. Os ideais e
objetivos prosseguem os mesmos, a nos definirem aspiração e trabalho;
entretanto, modificaram-se instrumentos e condições, estruturas e
circunstâncias.
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A Terra, porém, nos pede cooperação no levantamento do bem de todos e a
ordem não é deserção e sim adaptação. Em suma, estamos chamados à vivência
no mundo, a fim de compreendermos e melhorarmos a vida em nós e em torno de
nós, servindo ao mundo, sem deixarmos de ser nós mesmos, e buscando a
frente, mas sem perder o passo de nossos contemporâneos, para que não
venhamos a correr o risco de seguir para frente demais.