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Usina de Forças

Usina de Forças

 

Ama o corpo que te serve de instrumento para o
progresso espiritual com respeito e elevação.
Através dele, cresces e constróis o mundo de esperança e felicidade, se o
conduzes com dignidade e trabalho.
Não suponhas que ele seja responsável pela falência dos teus valores
éticos, ou pelas sucessivas quedas que te retêm na retaguarda.
Considerando-o, prolongar-lhe-ás a existência e finalidade, preservando-o
de desgastes desnecessários.
*
A fraqueza moral nunca é da carne, mas, sim, do Espírito que a comanda.

*
Graças ao corpo, a Humanidade recebeu as belezas da arte superior através
de Miguel Ângelo, Rafael, Goya, Rembrandt e, antes deles, Fídias, Praxíteles
ou Renoir, Tissot, Manet.
Por ele se expressaram, na música divina, Bach, Mozart, Beethoven,
Sibelius, Schummann, Carlos Gomes, Villa Lobos, para nos recordarmos apenas
de alguns poucos.
Através dele, o pensamento se humanizou em Sócrates, Platão, Aristóteles,
Rousseau, Hegel, Kant…
Utilizando-o, Krishna, Buda, Confúcio, Jesus, Allan Kardec, trouxeram ao
mundo a canção de beleza da imortalidade em triunfo.
Mergulhados nele, Pasteur, Koch, Hansen, Fleming, ampliaram os horizontes
da saúde, ao lado de Kraepelin, Griesinger, Freud, Jung, que lutaram pelo
reequilíbrio mental e emocional dos homens.
Conduzindo-o com nobreza, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Vicente de
Paulo, mantiveram viva a chama da fé e da caridade.
… E milhares de cientistas, filósofos, artistas, poetas, músicos,
santos, heróis e lutadores anônimos construíram sob divina inspiração o
mundo onde agora respiras.
*
Certamente, há muito ainda por fazer. E isto a ti compete realizar,
oferecendo a tua quota de engrandecimento.
*
Se os vestígios do primitivismo, do qual ele proveio, te induzem à
promiscuidade de qualquer natureza ou ao seu rebaixamento moral, sustenta-o
na fragilidade com o combustível da temperança, não agindo de forma a
perturbar-lhe o equilíbrio ou intoxicá-lo com os miasmas da injunção danosa.

*
Se te ocorre ciliciá-lo, a fim de o acalmar, conforme ensinam,
erradamente, os atormentados da fé, balsamiza-lhe os impulsos com os
medicamentos da prece e os esforços do trabalho que retemperam as energias.

*
Se o tombas, por qualquer motivo ou invigilância, não o lastimes nem o
recrimines. Simplesmente, levanta-o e evita-lhe repetir o insucesso.
*
Se o tens enfermo ou mutilado, acode-o com o otimismo e a confiança em
Deus.
*
Se o possuis sadio e harmônico, bendize-o com a sua preservação
cuidadosa.
*
Nem excesso de cuidados, vivendo para ele, nem abandono, desprezando-o à
própria sorte.
*
O teu corpo é conquista que alcançaste diante das Soberanas Leis da Vida.

Torna-o uma usina de forças a serviço do bem e um santuário de
bem-aventuranças com possibilidades de alçar-te das cinzas e do lodo da
terra aos altiplanos espirituais, onde reinam a felicidade e o amor total.