Os 38 Milagres de Jesus na Visão Espírita
O espiritismo adota o conceito da ciência quanto aos fenômenos denominados de
milagres, entendendo que eles, simplesmente não existem! A ciência parte da
premissa que a natureza obedece a leis naturais; sua função é descobrir essas
leis e agir sobre as causas, para fazer que o mesmo fenômeno se reproduza quando
for desejado. Quando um determinado fenômeno não se explica com as leis já
conhecidas, a ciência segue dois caminhos: considera que houve algum tipo de
artifício/mal-entendido ou que é preciso estudar e pesquisar mais sobre o
assunto. Em relação as ocorrências contidas nos evangelhos, a ciência tem
preferido seguir apenas pelo primeiro caminho.
A ciência espírita, embora também se baseie na existência de leis naturais,
difere da ciência oficial, por acreditar que elas atuam sobre a parte espiritual
da criação, refletindo na matéria. Difere ainda, de modo fundamental, quando
aceita a existência e o uso de um sentido novo conhecido por mediunidade, além
dos cinco conhecidos, para aplicar os métodos experimentais necessários ao exame
e estudo científico dos fatos.
Para o espiritismo, sendo perfeito Criador — perfeitas são suas leis e
naturais os fenômenos da vida. É difícil para nós — os humanos, imaginarmos um
sistema perfeito que atenda a todas as necessidades sem apresentar qualquer
desvantagem e ainda possa acompanhar a transformação do mundo, trazendo só
benefícios e assegurando um bom destino a toda a criação, variando apenas a
dimensão temporal.
Paradoxalmente à perfeição absoluta que entendemos o Criador, acabamos
pensando que há erros, injustiças, esquecimentos. Acabamos imaginando que
precisamos alertar e pedir constantemente a interferência divina em nosso
dia-a-dia. Acabamos concluindo que Deus atende aos desejos de uma minoria
privilegiada, curando uns, oferecendo uma sobrevida a outros, mas deixando
multidões submetidas aos mais diferentes tipos de sofrimento. O espiritismo veio
explicar, ou melhor, dar as primeiras explicações sobre a lei de ação e reação
que faz repercutir em cada um os seus próprios atos e pensamentos, a lei de
cooperação, a lei de sintonia, a lei de progresso, a lei de justiça e outras
tantas que apesar de derrubarem nossa crença nos milagres, faz engrandecer ainda
mais nossa compreensão de Deus, aumentando nossa confiança, trazendo explicações
e consolo em nossos problemas, dando forças para enfrentar as dificuldades,
motivando e oferecendo subsídios para a nossa transformação interior rumo à
felicidade plena.
Historicamente, o homem sempre necessitou do amparo da dor ou do fenômeno
surpreendente, para acreditar em Deus, em si mesmo e nas forças naturais do
universo que escapam ao exame dos sentidos comuns. Por isso os milagres tem tido
um papel relevante na transformação moral do homem. Todavia, na medida em que os
ser cresce e se desenvolve, deixa para trás o período natural de infância e
passa a não precisar dos mesmos estímulos para sentir, crer e entender. A
doutrina espírita atinge primeiro os seres que almejam mais conhecimentos e
anseiam pela depuração de seus sentimentos.
Acima de toda a nova compreensão que hoje temos, os milagres ainda nos
encantam, particularmente aqueles ocorridos pela influência do mestre Jesus. É
fascinante ler e estudar esses fenômenos, procurando descobrir suas causas, as
leis que os regem, sabendo que eles estão disponíveis para todos nós, aguardando
nossa capacitação. É fascinante acompanhar o desenrolar dos milagres e procurar
desvendar a beleza contida na intenção e nos sentimentos que originam cada um,
próprios de um ser evolutivamente muito acima de nós. Precisamos ver o que cada
fato extraordinário está tentando nos dizer. Como eles foram produzidos tem uma
importância secundária, face ao que eles podem significar e ensinar sobre a
natureza espiritual do homem.
O quadro a seguir mostra 38 fenômenos relatados nos quatro evangelhos,
ocorridos pela intervenção direta ou indireta de Jesus. Lucas apresenta o maior
número: 25, talvez por seu interesse em medicina e João relata apenas 10. A
maior parte dos “milagres” trata de curas. Somente dois são relatados nos quatro
evangelhos, treze aparecem em três evangelhos, 9 em dois evangelhos e 14 apenas
em um evangelho. Confira.
Relação dos 38 “milagres” de Jesus
Nº | Fenômenos com a natureza | Mateus | Marcos | Lucas | João |
1 | Multiplicação dos pães | 14:13-21 | 6:30-44 | 9:10-17 | 6: 1-15 |
2 | Tempestade amainada | 8:23-27 | 4:35-41 | 8:22-25 | |
3 | Andar sobre as águas | 14:22-33 | 6:45-52 | 6:16-21 | |
4 | Segunda multiplicação dos pães | 15:32-39 | 8: 1-10 | ||
5 | Dessecação da figueira | 21:18-22 | 11:12-14 | ||
6 | Pesca surpreendente | 5: 1-11 | 21: 3-14 | ||
7 | Transformação da água em vinho | 2: 1-11 | |||
8 | Escuridão no céu | 27:45 | 15:33 | 23:44 |
Nº | Fenômenos com Jesus | Mateus | Marcos | Lucas | João |
1 | Passa incólume pelos inimigos | 4:29-30 | 8:59 | ||
2 | Transfiguração | 17: 1- 3 | 9: 2- 4 | 9:28-30 | |
3 | Ressurreição | 28: 1- 7 | 16: 1- 8 | 24: 1-12 | 20: 1-10 |
Nº | Curas | Mateus | Marcos | Lucas | João |
1 | A sogra de Pedro | 8:14-15 | 1:29-31 | 4:38-39 | |
2 | Um leproso | 8: 2- 4 | 1:40-45 | 5:12-16 | |
3 | Um paralítico | 9: 1- 8 | 2: 1-12 | 5:17-26 | |
4 | A mão atrofiada | 12: 9-14 | 3: 1- 6 | 6: 6-11 | |
5 | A mulher hemorrágica | 9:20-22 | 5:25-34 | 8:43-48 | |
6 | Os cegos de Jericó | 20:29-34 | 10:46-52 | 18:35-43 | |
7 | O filho do oficial romano | 4:46-54 | |||
8 | O criado do centurião | 8: 5-13 | 7: 1-10 | ||
9 | Os dois cegos | 9;27-31 | |||
10 | O surdo-mudo | 7:31-37 | |||
11 | O cego de Betsaida | 8:22-26 | |||
12 | O hidrópico | 14: 1- 6 | |||
13 | Os dez leprosos | 17:11-19 | |||
14 | A orelha do servo do Sumo-sacerdote | 22:50-51 | |||
15 | O enfermo no tanque de Betesda | 5: 1-18 | |||
16 | O cego de nascença | 9: 1-41 |
Nº | Exorcismos | Mateus | Marcos | Lucas | João |
1 | O possesso de Gerasa | 8:28-34 | 5: 1-20 | 8:26-39 | |
2 | O possesso de Cafarnaum | 1:21-28 | 4:33-36 | ||
3 | A filha da mulher cananéia | 15:21-28 | 7:24-30 | ||
4 | Maria Madalena | 16: 9 | 8: 2 |
Nº | Exorcismos com cura | Mateus | Marcos | Lucas | João |
1 | O menino mudo e epilético | 17:14-21 | 9:14-29 | 9:37-43 | |
2 | O possesso mudo e cego | 12:22-23 | |||
3 | O possesso mudo | 9:32-34 | 11:14 | ||
4 | A mulher encurvada | 13:10-17 |
Nº | Voltar à vida | Mateus | Marcos | Lucas | João |
1 | A filha de Jairo | 9:18-26 | 5:21-43 | 8:40-56 | |
2 | O filho da viúva de Naim | 7:11-17 | |||
3 | Lázaro | 11: 1-44 |