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Aborrecer a própria vida

Aborrecer a própria vida

 

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a
pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à
própria vida, não pode ser meu discípulo “(Lucas, 14, 25 a 27).

“Não penseis que vim trazer paz à terra;
não vim trazer paz, mas espada”. (Mateus, 10; 34 a 36)

” Que diremos, pois, a estas coisas? Se
Deus é por nós, quem será contra nós? (Paulo, carta aos Romanos,8;
31)”

Acima, colocamos um exemplo de como a palestra pode ser apresentada em uma
lousa. A seguir, os comentários que podem ser feitos a cada item em destaque.

Objetivo

Esta palestra tem por objetivo demonstrar a necessidade da mudança íntima
para se conseguir a paz de espírito. Diga ao público que de nada adianta
frequentarmos uma casa religiosa, se não absorvermos o que de bom ela pode nos
ensinar. E isso poderá aborrecer nossa vida atual, pois teremos que modificar
nossos atos. Além disso, é com a religião que poderemos encontrar um novo
caminho para a existência.
E é disso que fala Gandhi na frase abaixo.

“Um homem sem religião é como um barco sem leme
em mar revolto. Não saber qual será seu destino” (Gandhi)

Ser religioso não é ser fanático, desprezando a razão. Muito menos é
frequentar todo dia o centro ou a igreja. Mais do que isso, ser religioso é
colocarmos em prática a moral ensinada por Jesus, procurando fazer ao próximo o
que desejamos para nós mesmos Não é à toa que o Senhor disse que essa atitude
resumia toda Lei e os profetas. Pois se sempre pensarmos nas consequências antes
de tomarmos alguma atitude, evitaremos muitos males.
Mostre ao público que a vida é cheia de dificuldades, e sem esse sentimento da
religião ficamos “à deriva”, tal qual um barco no mar bravio. Nosso destino,
portanto, depende de sabermos como agir frente a essas dificuldades. E a
religião pode nos ensinar isso.

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e
mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não
pode ser meu discípulo “(Lucas, 14, 25 a 27).

Nesta passagem, Jesus parece estar em contra-senso, pois como pode ele, nosso
Mestre, ensinar-nos que devemos aborrecer nossos familiares, amigos e a vida
para sermos seus discípulos, ou seja, seguir seus ensinamentos?
Mais uma vez, mostre ao público que não devemos nos ater à letra do ensinamento,
mas sim, ao sentido.
O que Jesus quis ensinar é que toda mudança gera alguma consequência. A partir
do momento que passamos a compreender nossos limites e buscamos modificar nossas
atitudes, é certo que os que convivem mais próximos de nós sentirão a mudança.
E muitas vezes, mais por ignorância ou desconfiança do que por maldade, começam
a questionar a nova forma de agir.
Dê como exemplo a pessoa que bebia produtos alcoólicos, e que passando a
frequentar uma casa religiosa, conscientiza-se de que é hora de parar. Que a
bebida fazia-lhe mal tanto para o organismo como para o estado mental.
Na primeira oportunidade em que estiver reunida com os amigos e familiares, e
for-lhe oferecido um copo de cerveja, e ela recusar, de imediato surgirão os
comentários: “Que isso, virou crente?”; “Ué! Deixou de ser homem?”; e outros do
tipo.
É nesse momento que a pessoa começa a “aborrecer sua vida”, ou seja, sentir a
reação dos que o rodeiam quando tenta modificar o que estão acostumados a ver.
Portanto, se a pessoa for perseverante no que decidir mudar, seja na bebida, no
cigarro, no adultério, na desonestidade ou na violência, com certeza sentirá o
“aborrecimento”. E se não estiver firme em seus propósitos, com certeza
sucumbirá.
E o objetivo dos ensinos de Jesus é ajudá-la a concretizar a sua decisão.

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim
trazer paz, mas espada”. (Mateus, 10; 34 a 36)

É por tudo isso que Jesus diz que não veio trazer a paz, mas a espada. Parece
outro contra-senso, mas é realmente o que acontece quando resolvemos absorver e
praticar ao menos um pouco do que ele nos ensinou.
Passamos a “lutar” contra o homem velho que existe dentro de nós, e que não é
fácil de ser vencido.
Esse homem velho é a nossa personalidade, forjada por encarnações onde muitas
vezes apenas pensamos em nós mesmos. Vencer o egoísmo e o orgulho, os excessos
próprios de nosso atraso espiritual, requer muito esforço.
Mostre aos presentes, porém, que a recompensa é reconfortadora. E que essa
recompensa não vem só no mundo espiritual, mas começa agora, no mundo material.
Pois é a Lei de Ação e Reação. Se agirmos bem com a vida, ela agirá também
conosco da mesma forma. E conseguiremos a paz de espírito, a tranquilidade de
consciência que procuramos. Consequentemente, todo o restante será melhorado,
seja emocional, seja mental, seja profissionalmente, seja com a família.

“Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é
por nós, quem será contra nós? (Paulo, carta aos Romanos,8; 31)”

Encerre a palestra citando essa passagem da epístola de Paulo, onde o
apóstolo dos gentios nos enche de ânimo para vencermos os obstáculos da vida.
Vencer inclusive os comentários maliciosos ou desproporcionais que fazem de todo
aquele que resolve ir contra os ensinamentos egoístas, que dizem que temos que
pensar apenas em nossa “felicidade”, e não também nos que estão ao nosso redor.
Se fizermos de nossa parte, com sinceridade e boa vontade, é certo que Deus fará
da Dele. E se Ele estiver de nosso lado, quem conseguirá nos vencer?

Copyright by Grupo Espírita Apóstolo Paulo
Last revised: 06/02/2001