Africanismo e Espiritismo
Palestra Virtual
Promovida pelo Irc-espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Leon Denis
http://www.celd.org.br
Palestrante: Pedro e Thiago Vieira
Rio de Janeiro
13/07/2001
Organizadores da palestra:
Moderador: “M_Alves” (nick: |moderador|) “Médium digitador”: “Brab” (nick: Pedro_e_Thiago_Vieira)
Oração Inicial:
<|Moderador|> Senhor Jesus! Mais uma vez estamos aqui reunidos para o nosso estudo das sextas-feiras. Pedimos que abençoe e ampare os nossos companheiros que nos trarão a palavra na noite de hoje. Que possamos ter uma noite de paz e harmonia. Muita paz a todos. Graças a Deus! (t)
Apresentação do Palestrante:
<Pedro_e_Thiago_Vieira> <Pedro> Meu nome é Pedro Vieira, sou trabalhador do Centro Espírita Cristófilos, em Botafogo/Rio e do Centro Espírita Léon Denis pelo trabalho do IRC-Espiritismo, na Internet. <Thiago> Eu sou Thiago Vieira, também trabalhador do Centro Espírita Cristófilos e profundo interessado das manifestações Afro-Brasileiras. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante (1ª Palestra):
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Sabemos pela história e pela antropologia que as manifestações religiosas (do latim religione = “culto aos deuses”) do homem são tão antigas quanto o próprio ser humano no planeta, a ponto de os Espíritos em “O Livro dos Espíritos” nos dizerem nunca ter havido na Terra um povo ateu. Essas manifestações do desejo de o homem buscar a Deus são também tão variadas quanto variados são os graus de cultura social, de entendimento moral e intelectual, de pontos de vista individuais, de interesses outros pertinentes a cada época e cada lugar. Dentro dessa gama imensa de formas de se buscar o auto-entendimento e a aproximação do Criador sempre destacou-se o componente medianímico (mediúnico e anímico) permeando revelações, orientações, profecias e formando ou estruturando pensamentos. O papel da mediunidade (ou mediunismo, como quisermos utilizar as definições, para casos de mediunidade sem conhecimento e controle) nesses milênios tem tanta importância que alguns estudiosos do homem afirmam ter sido ela a responsável pelo início dos ritos aos mortos quando o medianeiro mais capacitado da tribo via que seu inimigo não morria, mas mantinha-se vivo fora do corpo e por isso era mais perigoso, e então buscava afastá-lo, prosseguindo ainda nos interesses quase instintivos do nível ainda muito simples em que nos encontrávamos. O Brasil é o berço que abrigou os pensamentos e entendimentos de povos das mais diversas origens e culturas. Os europeus, os indígenas e os de origem africana. Junto de cada um deles também, sempre, havia manifestações religiosas – e mediúnicas – que interagem até hoje no contexto do país. O desconhecimento da mediunidade sempre provocou medo e gerou mais e mais ignorância, por motivos às vezes ingênuos, outras vezes não. Da proibição de Moisés – que tinha sua razão de ser na ignorância do povo – às utilizações modernas de proibições que não fazerm mais sentido nos dias de hoje. O fato é que de toda essa cultura riquíssima, ainda hoje confunde-se manifestações tipicamente africanas, indígenas, com a denominação “Espiritismo” por entenderem alguns, sem o necessário estudo que deve preceder a palavra, que “Espiritismo” significa “Tudo relativo a Espírito, logo a mediunidade”, e não a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec na França no século XIX, que criou um então neologismo para definíla. A diferenciação e a segregação, infelizmente, soam igualmente para alguns corações mais endurecidos. O fato de queremos estudar e saber as origens e diferenças das crenças que utilizam a mediunidade não quer dizer que tenhamos em relação a elas críticas ou condenações. Não. Diferenciar é conhecer, segregar é ignorar. E a ignorância da segregação, do preconceito, é infinitamente pior porque não se fundamenta em desconhecimento intelectual, mas moral, da Lei de Amor que deve reger os homens de boa vontade em todo o Universo. Respeitar as necessidades de cada um, suas buscas, as soluções que todas as escolas religiosas levam aos corações dessas pessoas é sinal de inteligência e não de fraqueza doutrinária. Sob esse aspecto estamos aqui hoje: conhecermos para respeitarmos e nos auxiliarmos sempre, em busca de Deus e de nossa compreensão íntima, verificando os porquês e contribuindo para o esclarecimento das origens que formam hoje o cenário religioso brasileiro, tão belo e promissor. (t)
Perguntas/Respostas:
<|Moderador|> [01] – <lflavio> Como podemos definir o que seja este africanismo, e qual a sua relação com o espiritismo?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Sendo rigoroso o Candomblé seria a manifestação mais pura do Africanismo, já que nasceu e se formou dentro das comunidades africanas, tendo várias manifestações diferentes de Candomblés. Mas, para o nosso entender, Africanismo seria não só a fundamentação africana pura mas também as suas influências nas culturas e nas religiões em que estabeleceu a base fundamental. Podemos citar, por exemplo, a Umbanda, originalmente Tupy (brasileira), influenciada diretamente pelos africanos escravos, formando o que chamamos sincretismo. Não há relação alguma com o Espiritismo. Há algumas semelhanças, como por exemplo o uso da mediunidade, passes, água fluidificada (mesmo que de formas diferentes e sob diferentes enfoques e estudos), a crença em Deus, na imortalidade da alma na reencarnação, na Lei de Causa e Efeito (também sob enfoque diverso), entre outros. (t)
<|Moderador|> [02] – <Mirandum> Quais são a principais semelhanças entre as religiões afro-brasileiras e o Espiritismo? Porque tanta gente confunde o Espiritismo com Umbanda e vice-versa?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> As semelhanças foram citadas na resposta acima. As confusões entre Umbanda e Espiritismo têm várias vertentes. Podemos citar algumas delas: a ignorância da população, atri-buindo ao termo “Espiritismo” o significado de “mediunismo” e não de Doutrina Espírita. Para essas pessoas seria qualquer manifestação mediúnica Espiritismo, o que obviamente não é uma realidade. Temos conhecimento também que por uma parte da história brasileira os escravos, para fugir de perseguições religiosas, deliberadamente, aproveitando-se da ignorância, diziam-se espíritas para não serem mortos ou perseguidos. Ao longo do tempo essa crença comum se popularizou a ponto de vermos hoje alguns donos de terreiros colocarem o título de suas casas como sendo espíritas, não por má fé, mas por uma espécie de absolutização do termo. Vale lembrar que dentro da Umbanda também temos problemas ligados à confusão de termos. Por exemplo, facções da dita Quimbanda, que se utilizam do nome Umbanda também nem sempre por má fé, mas gerando essa confusão. Somos da opinião de que cada idéia deve ter um termo para que se evite essas confusões. O termo Espiritismo foi criado por Allan Kardec em 1857 exatamente visando evitar confusões, conforme vemos na Introdução I de “O Livro dos Espíritos”. (t)
<|Moderador|> [03] – <SOL_BRILHANTE> Havendo manifestações de bondosos irmãos nos terreiros de umbanda e candomblé, como entender as oferendas materiais se o espírito já não as utiliza no seu estado espiritual?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> As oferendas materiais, dentro da Umbanda, não são utilizadas por Espíritos Superiores. Sua finalidade é muito diversa, entre os motivos podemos citar alguns: a utilização ainda de fluidos pesados ligados a essas oferendas por Espíritos mais simples (moldes, como uma argila, com que constroem instrumentos para realizar trabalhos segundo seu entendimento); é também muito comum que seja orientado a uma pessoa faça determinada oferenda para que ela seja capaz de direcionar seu pensamento por aquele símbolo. Temos notícia de uma pergunta que foi feita a um orientador espiritual de uma casa de Umbanda sobre por que ele mandava as pessoas acenderem velas para rezarem a resposta do Espírito foi muito interessante: “Para eles, meu filho, se eu mandar rezar, eles esquecerão. Se mandar acenderem a vela e rezar, a vela queimará e eles rezarão, o que é o importante.”. “O Livro dos Espíritos” nos esclarece que não é o objeto material que tem poder sobre os Espíritos, mas o pensamento, mas o símbolo pode ser às vezes um direcionador desse pensamento, cujo catalizador é a fé da pessoa. Nessa categoria se encontram também os pontos riscados e cantados, que formam um campo psíquico orientado ao intuito de ligar-se a determinada entidade espiritual ou pensamento, funcionando como símbolo. Não é a vela ou o ponto que atraem o Espírito, mas o pensamento das pessoas e a fé. (t)
<|Moderador|> [04] – <Mirandum> Algumas pessoas afirmam que o Espiritismo é um “degrau acima das religiões afro-brasileiras”, uma evolução em relação a elas. Qual a sua opinião a respeito disso?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Cada pessoa afiniza-se, por diversas razões, a uma determinada forma de buscar a Deus. O Espiritismo não é uma evolução de religião ou pensamento algum, é uma doutrina codificada por orientação dos Espíritos Superiores, por Allan Kardec, por isso não faz sentido sua comparação com qualquer outra religião. Dessa forma, entendemos que as manifestações afro-brasileiras cumprem o seu papel na orientação das pessoas que as buscam. Na medida em que essas pessoas sintam afinidade ou vontade pelo Espiritismo ou por qualquer outra filosofia ou religião, as buscarão naturalmente. Podemos dizer que em ALGUNS aspectos é natural que todas as filosofias mundiais se encontrem. Entre eles a desmaterialização das crenças, passando do âmbito material, de rituais e símbolos, para o âmbito do Espírito, do pensamento. Mas, mais uma vez, isso não pode ser cogitado como uma “aproximação do Espiritismo”, e sim como uma evolução natural de cada escola. (t)
<|Moderador|> [05] – <Mulher_de_30> Nasci em casa espírita. Fui evangelizada, instrutora do ESDE, trabalho mediunicamente há mais de dez anos e fui evangelizadora da FEB. Mas num dos piores momentos da minha vida, um namorado me levou num centro de umbanda, onde encontrei além do apoio espiritual, carinho, diálogo, coisas que estão faltando nos centros que conheço. Vocês não acham que falta um pouco de contato, de carinho no atendimento nos centros espíritas?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Devemos entender por sua experiência que não é só o estudo e o conhecimento da realidade espiritual que fazem com que o ser humano seja mais empático, carinhoso e atencioso com seus irmãos. Embora o Espiritismo nos traga a valiosíssima obra: “O Evangelho segundo o Espiritismo” ainda somos muitos aqueles que dizem: “Senhor! Senhor!”, mas que não realizam a vontade do Pai. Nesse aspecto devemos entender isso não só dentro dos Centros Espíritas – que ainda não foram capazes de viver o Espiritismo -, mas também em toda a vida cotidiana, no trabalho, na rua, na família. Às vezes um abraço vale mais do que mil palavras, e se não pôde, por algum motivo, encontrá-lo na casa que freqüentava, tenha certeza: para o Plano Espiritual não há preconceitos – foi ótimo tê-los recebido na Casa de Umbanda que foi. Ou na rua, em sua família ou em qualquer local. (t)
<|Moderador|> Duas perguntas relacionadas: [06] – <Mirandum> Porque em nossos Centros Espíritas, certos espíritos se apresentam como “pretos-velhos” e/ou “caboclos”? Estarão ainda impregnados da cultura brasilianista em que viveram, ou estarão nossos Centros dando guarida a misticismos? [07] – <Bigesca> Entidades relacionadas a outras religiões, que não o Espiritismo, podem se apresentar em Centros Espíritas Kardequianos?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Nos Centros Espíritas não só é possível as manifestações de entidades supostamente ligadas a cultos afro-brasileiros como têm sido elas muito comuns e por vezes profunda-mente esclarecedoras e bondosas. Num caso mais geral, o fato de um Espírito ser Espírita ou Umbandista ou Católico não quer dizer que ele fique enclausurado nas paredes de suas casas de crenças. Antes de acreditarem em uma determinada filosofia, eles são criaturas de bem, e por isso onde Deus deles necessite os enviará, tarefa que cumprirão de todo bom coração. Temos um caso no livro “Loucura e Obsessão”, psicografia de Divaldo Franco, escrito pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, em que Dr. Bezerra de Menezes, auxilia na condução de trabalhos num centro afro-brasileiro. Da mesma forma, Espíritos ligados a outras filosofias também trabalham nos Centros Espíritas quando é assim da vontade de Deus. O fato de os Espíritos ligados a crenças afro-brasileiras, por exemplo pretos-velhos, caboclos, crianças, exus, se apresentarem com essas formas tem basicamente duas explicações: 1) Eles estão psiquicamente ligados à sua última encarnação, de maneira que sua mente se remete aos seus costumes e tendências incessantemente. 2) Eles se apresentam dessa forma porque desejam ou por uma finalidade útil. Temos um exemplo no livro citado de Divaldo Franco em que a orientadora espiritual assumia a forma de uma preta-velha para os trabalhos e logo após terminar a incorporação mediúnica retomava sua forma mais natural. Temos uma experiência pessoal com uma amiga muito querida desencarnada que se apresenta para nós como uma preta-velha, mas já conversou conosco sob outras formas, inclusive demonstrando profunda cultura e conhecimento sobre sociedade. Apresenta-se daquela forma por lhe remeter a lembranças agradáveis e aprendizados inesquecíveis. Portanto, por sua vontade livre. (t)
<|Moderador|> [08] – <Mirandum> Há certos Terreiros de Umbanda que procedem uma leitura e reflexão do Evangelho Segundo o espiritismo antes de iniciarem-se os trabalhos. Seria esta mais uma nova – moderna – forma de sincretismo a misturar a Umbanda com o Espiritismo?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Não só a leitura de O Evangelho segundo o Espiritismo, mas também “O Livro dos Espíritos” e até mesmo A Gênese já tivemos notícia serem indicados em Terreiros de Umbanda por espíritos incorporados. Devemos lembrar que no caso específico da Umbanda trata-se de um sincretismo afro-brasileiro, não têm base codificada, nem livros balisadores de conhecimento. Por esse aspecto têm buscado o que lhes pode servir de base mais próxima para indicarem a ALGUNS freqüentadores. Por tratar de mediunidade, imortalidade da alma, Deus, o Espiritismo é normalmente escolhido como fonte de informação para essas pessoas. Temos alguns casos também em que o orientador espiritual explicitamente indica para que a pessoa busque a Casa Espírita para se orientar, observando a condição e a utilidade para o Espírito encarnado que a busca. Não entendemos, entretanto, que isso possa ser chamado sincretismo. Há, certamente, uma busca pelo Espiritismo, mas como complementação literária, não – ainda, quem sabe – como modificação da base filosófica da Umbanda. (t)
<|Moderador|> [09] – <Mirandum> Enquanto Filosofia, o Espiritismo está desprovido de rituais. Entretanto, não há uma linha sequer na Codificação que “condene” qualquer forma de ritualismo. Dentro de uma comunidade africanizada, seria possível a utilização de algum aspecto e/ou característica dos rituais afro-brasileiros nas práticas Espíritas, ou devem ser descartados pura e simplesmente? porque?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Vamos a “O Livro dos Espíritos” questão 553. Que efeito podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais pessoas há que pretendem dispor do concurso dos Espíritos?
“O efeito de torná-las ridículas, se procedem de boa-fé. No caso contrário, são tratantes que merecem castigo. Todas as fórmulas são mera charlatanaria. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.” Entendemos que as práticas ritualísticas dentro do ambiente espírita não têm razão de existir, pelo fato de a proposta espírita ser focalizada no conhecimento do Espírito. Busca-se o Espiritismo, como qualquer outra filosofia, por afinidade, e as pessoas que a ele acorrem encontram vontade e necessidade de conhecer-se como Espíritos. Os rituais não são condenados pelo Espiritismo, mas ele se reserva do direito de não tê-los, por serem incompatíveis com o nível de entendimento que busca oferecer às pessoas. Os Espíritos são muito claros: nenhum ritual tem qualquer poder sobre os Espíritos. Eles são, entretanto, direcionadores de pensa-mentos para aqueles que julgam ser necessário a eles. O Centro Espírita não oferece esse tipo de símbolo, e não vemos razão para que ofereça. (t)
<|Moderador|> [10] – <Mirandum> Entendendo o termo “Ecumenismo” como aproximação pelas afinidades, não poderíamos afirmar que seria de grande valia tanto para o Espiritismo quanto para as religiões afro-brasileira uma aproximação ecumênica entre elas?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Entendemos que as aproximações entre as crenças afro-brasileiras e o Espiritismo se dão não em ‘afinidades’ doutrinárias, mas sim, como com relação a qualquer outra filosofia que tenha por objetivo o encontro consigo mesmo e com Deus em FRATERNIDADE. Se entendermos por Ecumenismo a aproximação pela FRATERNIDADE – ou ‘afinidade pelo BEM MAIOR’ – , certamente é esse o objetivo final de toda busca sincera pela Verdade e deve ser buscada incessantemente. Como isso pode ser feito? Com entendimento, respeito, humanidade, ouvindo … fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. Lembramos Jesus: “Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem”. Não disse ele: “Por serem espíritas” nem “Por usarem uma cruz” nem nada parecido. Foi bastante claro e não temos a pretensão de sermos mais claros do que Ele. (t)
<|Moderador|> [11] Já ouvimos falar que a Umbanda surgiu de uma dissidência do Espiritismo. Vocês saberiam algo a respeito sobre o assunto?
<Pedro_e_Thiago_Vieira> “A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos.” Segundo ainda a mesma fonte (site http://www.umbanda.org) temos que a história do Movimento Umbandista é anterior à marca de que fala o amigo “O Movimento Umbandista é um movimento filo-religioso surgido no final do século XIX , no Brasil, quando entidades espirituais, integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais, passaram a manifestar-se, pela mediunidade, em rituais de cultos praticados por Africanos e Indígenas, miscigenados com elementos do catolicismo introduzidos pela Raça Branca. “O aparecimento destas entidades veio a configurar as bases do Movimento Umbandista, que recebeu uma primeira organização ritualística a partir de 1908, com o médium Zélio Fernandino de Moraes, tomando o nome inicial de Alabanda e, depois, de Umbanda.” O médium citado pelo site era da então Federação Espírita e morava em Niterói/RJ. Alguns consideram que a origem da Umbanda tenha sido aí, mas enganam-se porque o papel do médium então freqüentador do Espiritismo foi de organizar os rituais umbandistas e não de inventá-los ou mesmo de miscigená-los. Esse sincretismo foi feito naturalmente pelo encontro das culturas indígena, negra e católica em território brasileiro bem antes de 1908. Vemos, portanto, que um espírita teve um papel importante dentro da organização da Umbanda, há 100 anos atrás, mas isso não significa absolutamente que a Umbanda seja algum tipo de ‘dissidência’ espírita, no nosso entender. (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Pedro_e_Thiago_Vieira> Quando falamos em africanismo e Espiritismo uma palavra deve nos fecundar o coração: fraternidade. O preconceito nasce do orgulho e da vaidade. O Cristo pregou a união com entendimento. Saber discernir é importante, mas saber compreender é mais. Aos amigos queremos deixar nosso abraço e agradecimento e temos algumas recomendações literárias a fazer. – “Africanismo e Espiritismo”, do Prof. Deolindo Amorim. (O prefácio – que não é do Prof. Deolindo – pode ser pulado sem qualquer prejuízo) – “Loucura e Obsessão”, do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, editora FEB – “Tambores de Angola”, do Espírito Ângelo Ignácio, psicografia de Robson Pinheiro Santos, editora Casa dos Espíritos Do ponto de vista umbandista o melhor livro que conhecemos chama-se: “Umbanda de todos nós”, de W. W. da Matta e Silva (Mestre Ya-pacani). Lembramos que tudo deve ser lido, retido o que é bom. Muito obrigado a todos e que Deus nos abençoe sempre. (t)
Oração Final:
<Naema> Senhor amado, agradecemos por esses momentos de esclarecimentos, onde pudemos aproveitar , para aprender um pouco mais, agradecemos aos amigos que se dispuseram a dividir conosco seus estudos e conhecimentos Agradecemos a equipe espiritual que nos acompanha nesses trabalhos, e pedimos que esses momentos de troca e aprendizado possam ser uma prática comum em nossa vida que tudo de bom que recebemos nessa noite possa ser retido e nos ajude na caminhada que todos estamos empreendendo. Assim Seja !