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Aspectos do Homem do mundo

Aspectos do Homem do mundo

8º Encontro Espírita Sobre a Vida e Obra de Eurípedes Barsanulfo

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
e pelo Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Márcia Cordeiro
Rio de Janeiro
24/05/1998

Organizadores da palestra:

Moderador: “jaja” (nick: |Moderador|)

“Médium digitador”: “_Stone_” (nick: Marcia_Cordeiro)

Oração Inicial:

<||Moderador||> Senhor Jesus, neste momento, Mestre querido, solicitamos a Tua presença entre nós para que possamos dar início aos estudos programados para o dia de hoje. Agradecemos a oportunidade de poder estudar acerca da personalidade de Eurípedes Barsanulfo que nos trouxe tantos exemplos de como ser um verdadeiro cristão, apesar das vicissitudes que enfrentamos no planeta. Agradecemos em especial a ele, Senhor, e também aos demais companheiros da espiritualidade que nos têm proporcionado esses encontros. Que Tu possas amparar nossa companheira Márcia Cordeiro, para que ela possa trazer para nós tudo o que é de importante para o nosso desenvolvimento como espíritos imortais. Fica conosco, Mestre, hoje e sempre. Que assim seja!

Considerações iniciais do palestrante:

<Marcia_Cordeiro> Convidamos a todos os companheiros interessados na visão espírita da vida a refletirmos juntos no sentido da nossa vida terrena. O que estamos fazendo no mundo? Por que precisamos estar no mundo? Como estamos empregando nosso tempo no mundo? (t)

Perguntas/Respostas:

<||Moderador||> [1] – <jaja> O fato de nos envolvermos com as coisas do mundo, como diversão, riqueza, etc, faz com que nos afastemos de Deus?

<Marcia_Cordeiro> Não. Como desenvolvermos a inteligência, a capacidade de escolha, as prioridades senão observando, escolhendo, convivendo?(t)

<||Moderador||> [2] – <jaja> Então, por que se torna tão difícil para nós a convivência com as coisas do mundo, sem que nos afastemos de um caminho reto e digno?

<Marcia_Cordeiro> Porque o nosso impulso habitual não é conviver no mundo. É conquistarmos o mundo. É torná-lo nossa propriedade. É procurarmos o modo de atendermos todas as nossas paixões. Observemos como vai crescendo em nós o desejo de senhorearmos as ofertas do mundo. O desejo da posse nos lança, indiretamente, pelo trabalho, no desenvolvimento da inteligência. Se, cuidadosamente, observarmos este processo pelo qual a sabedoria divina colocou atrativos no gozo dos bens materiais, observaremos que o desejo estimulado pelas ofertas do mundo a médio e a longo prazo nos colocam frente a necessidade de distinguir o necessário do supérfluo, o bem do mal.(t)

<||Moderador||> [3] – <indddia> O fato de chegar numa certa idade e olharmos para trás analisando que não fomos tão bem quanto poderíamos e com isso sentir uma imensa vontade de fazer tudo o que não fizemos antes nos causa ansiedade. Como explicar e acalmar nossos espíritos diante dessa insatisfação?

<Marcia_Cordeiro> Quem nos impede de aprendermos com as próprias experiências? Só o homem desatento deixa de tirar partido de seus erros. Não há limites na lei divina para a repetição dos esforços que culminem com o progresso. Não é exatamente por este motivo que a bondade de Deus, incessantemente, renova as oportunidades de aprendizado e progresso, através das múltiplas existências corpóreas?(t)

<||Moderador||> [4] – <Gravando> É o sexo uma atividade nociva ao desenvolvimento espiritual quando praticado fora do princípio exclusivo da reprodução?

<Marcia_Cordeiro> Os espíritos não possuem sexo em sua conformação perispirítica. A lei de reprodução atende, exclusivamente, ao fornecimento de corpos materiais destinados ao progresso do ser inteligente. Comparemos assim, neste aspecto, os processos gestacionais, à linha de montagem de especializadíssima fábrica que produz instrumental único para operários únicos, porque cada operário tem uma única e exclusiva tarefa a realizar. A realização desta tarefa não prescinde do impulso criador. A mulher que desenvolve, em seu útero, a ferramenta para um espírito desempenhar mais tarde seu aprendizado na vida terrena, fornece-lhe os elementos vitais, mas, de suas aquisições espirituais estende vibrações de fé, encorajamento, confiança. O homem que assume o encargo do lar desenvolve aspectos espirituais de proteção, cuidado, responsabilidade. Os seres que unem-se na comunhão sexual buscam os recursos magnéticos que os alimentam, renovem, equilibrem. Atendendo à lei de reprodução, atendendo à busca do amor universal, atendemos à Lei de Deus na busca do prazer.(t)

<||Moderador||> [5] – <Bisley> Então o sexo seria neutro?

<Marcia_Cordeiro> Sim. Encarnamos ora em corpos masculinos, ora em corpos femininos. As situações que vivenciamos encarnados num ou noutro sexo é que constituem o aprendizado para o espírito imortal.(t)

<||Moderador||> [6] – <||free||> Mas não é verdade que quando o sexo é praticado por puro prazer, vai ser nocivo ao ser humano?

<Marcia_Cordeiro> A imprensa, rotineiramente, apresenta relatos de criaturas que, revelando suas preferências em diversos campos, por exemplo, o paladar, revelam-se como espíritos que estão buscando o requinte dos gozos e sensações que o corpo pode proporcionar ao espírito. Daí a obesidade, as diversas doenças, a necessidade do reaprendizado do equilíbrio. Em todos os campos das sensações que o corpo carnal pode oferecer ao espírito imortal vige a mesma lei. (t)

<||Moderador||> [7] – <ioio> Como integrar estas duas “personalidades”, o homem do mundo e o homem do Cristo com equilíbrio?

<Marcia_Cordeiro> É necessário recordarmos o nosso questionamento inicial. O que viemos fazer neste mundo? Qual o motivo da nossa presença nele? Como utilizarmos seus recursos de modo a realizarmos o aprendizado superior que viemos aqui buscar? Para encontrarmos elementos que nos auxiliem nestas reflexões necessitamos de uma visão espiritualizada da vida terrena. Com a Doutrina Espírita aprendemos que nossa propriedade consiste, exclusivamente daquilo que podemos levar deste mundo: a inteligência, o conhecimento, a ação no bem. Tudo que aqui encontramos, que nos é permitido usufruir, temporariamente, mas, que deveremos entregar ou abandonar no momento da morte são os recursos que a bondade de Deus entregou-nos para realizarmos nosso aprendizado espiritual.(t)

<||Moderador||> [8] – <Bisley> Quando a reencarnação diz que uma pessoa nasceu pobre e miserável para pagar os pecados da vida passada, ela está de braços dados com o capitalismo neoliberal, ao justificar a miséria de muitos e os privilégios de poucos?

<Marcia_Cordeiro> Não. A Lei da reencarnação ensina que viveremos nas circunstâncias necessárias ao aprendizado da ciência do mundo espiritual. A pobreza, a riqueza, a doença, a saúde, a beleza, a juventude, a longevidade, o poder, etc, são cursos de aprendizado da resignação, da fé, da esperança, de espiritualização.(t)

<||Moderador||> [9] – <Gravando> De que forma as drogas atravancam o desenvolvimento do homem no nosso orbe planetário?

<Marcia_Cordeiro> De diversas maneiras. Como drogas, precisamos entender substâncias, idéias, comportamentos que estão assentados na satisfação pessoal, na fuga à realidade, portanto, distrações da finalidade da existência corpórea. Os tóxicos ao sistema nervoso(álcool, barbitúricos, maconha, heroína, etc) agem diretamente no ponto de ligação do corpo carnal com o corpo perispiritual. Danificam estruturas que têm ações especialíssimas. Dão ao espírito sensações extremamente grosseiras. Promovem o transe mediúnico de baixo teor. O drogadicto torna-se médium de espíritos desencarnados, enlouquecidos pela impossibilidade de continuar fruindo as sensações obtidas pelo corpo carnal. Temos então a soma de muitos desejos inferiorizados. Temos aí o impulso para a compulsão. Finalmente, a busca criminosa de todos os meios para a realização dos desejos inferiorizados.(t)

<||Moderador||> [10] – <CNumiers> Em que termos dão sensações extremamente grosseiras? Modificam o perispírito em sua forma original?

<Marcia_Cordeiro> Impregnam o perispírito. Recordemos a obra “Missionários da Luz”, do espírito André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. O capítulo 3º, “Desenvolvimento mediúnico”, descreve as alterações no corpo espiritual de criaturas que cultivavam o hábito da gula, da prostituição, do alcoolismo. O desejo é sempre do espírito imortal. O perispírito e o corpo carnal materializam o desejo. Com André Luiz aprendemos que os nossos desejos inferiores estimulam o aparecimento de uma flora microbiana inferior que se alimenta dos elementos fluídicos do perispírito, e, por sua vez, constituem o alimento dos espíritos vampirizadores.(t)

<||Moderador||> [11] – <Flor_do_Dia> Então os vícios são sempre uma forma de influência de espíritos inferiores, correto?

<Marcia_Cordeiro> Não. Os vícios nos pertencem. São os excessos de que se acresceu o desejo. A companhia dos que desejam as mesmas sensações que consideramos agradáveis é resultado da lei das afinidades. Os iguais se buscam, se encontram, se completam no Universo.(t)

<||Moderador||> [12] – <UFO-RJ> O contato com seres de outros orbes podem influenciar o homem de tal maneira que sua cultura pode se extinguir ou civilizações superiores a nossa só se preocupariam em vir aqui para nos ajudar sem interferir bruscamente em nossa cultura? O contato com essas civilizações pode mudar os aspectos do homem perante o mundo que o cerca?

<Marcia_Cordeiro> Vivemos incessantemente com os homens de civilizações superiores a nossa. São eles os missionários da bondade de Deus. Espíritos ligados a sociedades superiores a nossa que aceitam encarnar na Terra para auxiliar o progresso humano em todos os seus aspectos. Não chegam a nós em naves espaciais. Não se apresentam vestidos de trajes muito diferentes. Aqui comparecem com as credenciais do conhecimento, da bondade, da certeza que o alvo divino será alcançado por todos os homens da Terra. Eurípedes Barsanulfo é um deles.(t)

<||Moderador||> [13] – <CNumiers> Esses espíritos superiores viriam de que mundo espiritual?

<Marcia_Cordeiro> Os espíritos superiores que encarnam na Terra vêm de mundos conhecidos e desconhecidos por nós. Aprendemos na Doutrina Espírita que os mundos celestes, em todas as fases do seu desenvolvimento, são aproveitados pelos espíritos. Em certas fases são habitados por seres corpóreos, tal como acontece com a Terra, desde que houve condições para a encarnação de espíritos humanos. Nossa mesma Terra, antes de ser habitada por espíritos encarnados serviu aos espíritos errantes. A pátria do espírito é o Universo. Errantes ou encarnados,  estaremos nos mundos que possam nos oferecer condições de progresso. Estudemos o capítulo IV da parte 2º de “O Livro dos Espíritos”: “Encarnação nos diferentes mundos” e o item “Mundos transitórios” no capítulo VI da parte 2º para maiores esclarecimentos.(t)

<||Moderador||> [14] – <Flor_do_Dia> O conhecimento de vidas passadas para o homem deste mundo só é dada àquele a quem Deus assim deseja e quando Ele deseja no intuito de torná-lo consciente de sua missão? As regressões feitas pelo homem são sempre verdadeiras? <jaja> Elas são de algum modo importantes para o nosso progresso espiritual e podem modificar a forma pela qual observamos o mundo?

<Marcia_Cordeiro> O conhecimento das vidas passadas não está inacessível para nós. Sequer necessitamos do auxílio magnético que permita remontarmos as lembranças arquivadas no perispírito. Os nossos companheiros de conversa jamais se sentiram invadidos, em algum lugar, frente a uma pessoa, da sensação de já termos vivido ali ou de estarmos diante de um afeto ou desafeto do passado? Já notaram com que facilidade realizamos tarefas que ninguém nos ensinou? Os fatos circunstanciais das vidas deixadas para trás no tempo não são o mais importante. Quem está interessado em reviver o sofrimento de uma morte violenta, num campo de batalha, assassinado ou no decurso de uma moléstia dolorosa? Atentemos para o passado em nós que se revela sob a forma de tendências, aptidões, simpatias, antipatias, vocações, arrastamentos. Como ensinou Kardec, o espírito é sempre o mesmo eu, antes, durante e após a encarnação. Não nos apartamos da vida espírita. A encarnação é apenas uma fase dela.(t)

<||Moderador||> [15] – <CNumiers> Seriam como as aptidões natas e antipatias gratuitas?

<Marcia_Cordeiro> Exatamente.(t)

<||Moderador||> [16] – <indddia> Qual o pior vício do homem?

<Marcia_Cordeiro> Aquele que nos faz esquecer a paternidade divina e o alvo a atingir.(t)

<||Moderador||> [17] – <^Someone^>  O que você diz da teoria da reencarnação como desculpa para o sistema de castas na Índia?

<Marcia_Cordeiro> Se nós compararmos o sistema de castas na Índia com todas as outras sociedades humanas ocidentais ou orientais verificaremos que existe sempre uma hierarquia. Diversas sociedades não impedem a transição entre classes. Outras, ao contrário, determinam a vida do indivíduo desde o nascimento até a morte. Qual a base deste esquecimento de que, tendo todos os homens a mesma origem divina, têm os mesmos direitos. A ignorância de que o alvo a atingir é o mesmo: a perfeição. Observados em qualquer ponto nesta caminhada, da simplicidade à perfeição, somos distintos uns dos outros, devido ao conhecimento, às experiências, ao amor que já desenvolvemos em nós. Nossa igualdade resulta de sermos todos filhos do mesmo pai, criados com a mesma destinação, recebendo os mesmos meios para alcançarmos a perfeição. O que nos diferencia é o esforço que temos desenvolvido para alcançar a meta. Estudemos com Kardec em “O Livro dos Espíritos” o capítulo IX da parte 3º da Lei de Igualdade e também o item “Escravidão” no capítulo IX “Da Lei de Liberdade” na parte 3º de “O Livro dos Espíritos” para maiores esclarecimentos. (t)

<||Moderador||> [18] – <jaja> Muitas pessoas usam da desculpa “a carne é fraca” para se isolarem do mundo e assim não ficarem tentados pelas coisas nocivas que ele nos oferece. Isso traz algum progresso para o espírito encarnado?

<Marcia_Cordeiro> Não. Como progredir isoladamente? Necessitamos das conquistas alheias, do conhecimento alheio, da experiência alheia. Como não temos todas as aptidões, só aprendemos convivendo com quem se disponha a nos ensinar. Não é essa a missão dos espíritos superiores que, encarnando na Terra, vêm nos ensinar a prática de virtudes que ainda não possuímos? O que foi que Eurípedes Barsanulfo ensinou a população de Sacramento? Mostrou a todos como estar no mundo, sendo do Cristo. Nenhum temor pela convivência com os homens inferiorizados. Imunizado por suas qualidades superiores esteve junto às dores, incompreensões, solicitações de todos sem se perder na realização de sua missão.(t)

Considerações finais do palestrante:

<Marcia_Cordeiro> Convidamos a todos a permanecer ligados a este estudo. A Doutrina Espírita e a personalidade de Eurípedes Barsanulfo ainda tem muito a nos ensinar, de modo a alargarmos a nossa visão sobre a vida terrena e compreendermos com mais clareza os objetivos da encarnação.(t)

Oração final:

<cacs> Querido PAI, Mestre Jesus. Somos imensamente agradecidos pela oportunidade de estudarmos as tuas leis, podendo desfrutar também dos avanços que a tecnologia permite de forma que a divulgação da doutrina espírita com conseqüente despertar de todos nós permitirá que TODOS possamos viver em um planeta melhor, caminhando sempre de encontro ao Mestre. Que possamos dar continuidade aos estudos na palestra que segue. Fique conosco, hoje e sempre. Graças a Deus!