Casamento e celibato – Poligamia
“O Livro dos Espíritos” – Questões 695 a 701
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositor: Marcelo Sena
Rio de Janeiro – RJ
19/01/2002
Dirigente do Estudo da Noite:
Andreia Azevedo [Safiri]
Oração Inicial:
<Safiri> Boa Noite queridos amigos.
Que Deus nos ilumine em mais uma noite de estudos.
Vamos agora elevando nossos pensamentos ao plano maior
Vibrando paz e amor como nosso amado Jesus nos ensinou com tanta doçura e ternura.
E assim, em tranqüila serenidade pedimos a nossa querida Wania que faça para nós a oração inicial.
<Wania> Jesus amigo, mais uma vez, aqui estamos, reunidos em Teu nome, para estudarmos a Doutrina Espírita.
Que saibamos valorizar esta oportunidade que nos é concedida.
Obrigada, pela possibilidade de usar este meio de comunicação.
Obrigada pelos recursos colocados em nossas mãos, quando muitos, não possuem a possibilidade da leitura.
Obrigada pelos companheiros que carinhosamente preparam seus estudos, com o objetivo de nos levar a reflexão.
Obrigada pela Tua misericórdia, pelo Teu amor a nos conduzir pela jornada.
Inspire e ampare a companheira que conduzirá o estudo da noite.
Que seja em Teu nome, mas sobretudo em nome de Deus, a realização da tarefa da noite.
Que assim seja!
Mensagem Introdutória:
O ESPIRITISMO E OS CÔNJUGES
Sem entendimento e respeito, conciliação e afinidade espiritual, torna-se difícil o êxito no casamento.
Todos os pretendentes à união conjugal carecem de estudar as circunstâncias do ajuste esponsalício antes do consórcio, para isso existindo o período natural do noivado. Aspecto deveras importante para ser analisado será sempre o da crença religiosa.
Efetivamente, se a religião idêntica no casal contribui bastante para a estabilidade do matrimônio, a diversidade dos pontos de vista não é um fator proibitivo da paz em família. Mas se aparecem rixas no lar, oriundas do choque de opiniões religiosas diferentes, a responsabilidade é claramente debitada aos esposos que se escolheram um ao outro.
A tendência comum de um cônjuge é a de levar o outro a pensar e a agir como ele próprio, o que nem sempre é viável e nem pode ocorrer. Eis por que não lhes cabe violentar situações e sentimentos, manejando imposições recíprocas, mormente no sentido de se arrastarem a determinada crença religiosa…
Quem deseje modificar a crença do companheiro ou da companheira, comece a modificar a si mesmo, na vivência da abnegação pura, do serviço, da compreensão, do bom senso prático, salientando aos olhos do outro ou da outra a capacidade de renovação dos princípios que abraça…
Em resumo, depende do cônjuge fazer a sua religião atrativa e estimulante para o outro, ao contrário de mostrá-la fastidiosa ou incômoda.
Nos testemunhos de cada instante, no culto vivo do Evangelho em casa e na lealdade à própria fé, persista cada qual nas boas obras, porque, ante demonstrações vivas de amor, cessam quaisquer azedumes da discórdia e todas as resistências da incompreensão.
Emmanuel
Do Livro: Estude e Viva
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB
Exposição:
<Safiri> Amigos… Vamos iniciar os estudos no #espiritismo_estudos. Nosso palestrante de hoje é o Marcelo Sena , trabalhador do Centro Espírita Leon Denis – CELD.
<Marcelo_Sena> Boa noite queridos amigos !
Que Jesus abençoe e envolva a todos nós neste momento.
É um hábito meu sempre buscar a seguinte reflexão: poderíamos estar fazendo qualquer coisa, que não fosse estarmos neste momento diante do computador buscando estudar a Doutrina Espírita.
Mas se optamos por isso, aproveitemos esta oportunidade de meditação e troca de informações.
O estudo de O livro dos Espíritos estará baseado na sua terceira parte, que trata das Leis Morais, cap. IV – Da Lei de Reprodução, cujo assunto específico será: Casamento e celibato (695 à 699) e Poligamia (700 à 701)
Lembremos que Kardec procurou dispor o estudo das Leis Morais de maneira que fossemos construindo o nosso raciocínio sempre de forma encadeada e lógica. Por exemplo, para entendermos de forma mais ampla o estudo da Lei de Sociedade, se torna muito importante a meditação dessas questões relativas às Leis anteriores.
Inicialmente traremos algumas definições do dicionário Aurélio:
CASAMENTO: União e/ou aliança solene entre duas pessoas de sexos diferentes com legitimação religiosa e/ou civil.
CELIBATO: Estado daquele que se mantém solteiro.
POLIGAMIA: União conjugal de um indivíduo com outros simultaneamente.
A Doutrina Espírita nos ensina que Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades à vida de relação. Nos diz ainda, que o homem tem que progredir.
Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens, pois no insulamento ele se embrutece e estiola.
Um dos fatores importantes, neste convívio social, seria os laços de família que são desenvolvidos ao longo dos processos que envolvem o Espírito na sua trajetória rumo a perfeição.
O casamento é um dos meios de se fortalecer os laços de família.
Corrigindo a ultima frase…
Os laços de família são decorrentes dessa união dos seres, ou seja, o casamento. Quando nós falamos de casamento entre seres humanos, lembremos que além do componente sexual que envolve os parceiros, temos um componente fundamental que é a questão moral.
O sentimento no ser humano passa por um processo natural de evolução, até chegarmos num entendimento total da Lei do Amor.
Este processo se dá através da Lei de Reencarnação, onde o nosso sentimento passará por uma gradação na sua elaboração.
Os sentimentos nas fases iniciais do ser humano, ou seja, na infância da humanidade, se manifestam através de pendores e instintos, que seriam as primeiras experiências do Espírito no campo das primeiras conquistas dos sentimentos , que envolveriam a sexualidade, a poligamia, o erotismo.
A medida que vamos trabalhando o nosso sentimento através das experiências adquiridas no processo reencarnatório, vamos entrando num nível de sentimentos, como por exemplo, gostar realmente do outro, sentir falta do outro.
Aliando o nosso instinto sexual, que é muito natural, com sentimentos mais enobrecidos. Nós já podemos dizer que estagiamos neste nível ou estamos melhores.
E um terceiro nível seria o dos sentimentos de elevação e perfeição, que poderíamos traduzir como amar indistintamente, como é a proposto de Jesus: “Amai-vos uns aos outros!”
Podemos começar com as perguntas…
<Safiri> Obrigada Marcelo. Excelente palestra.
<Safiri> Amigos, estamos prontos para perguntas .
Perguntas/Respostas:
01.<sardentinha_BH> E que significado tem, quando a pessoa ainda está no estágio intermediário e sente um enorme vazio, um terrível sentimento de solidão, por não encontrar quem a compreenda e complete?
<Marcelo_Sena> Isso faz parte da caminhada nossa de espíritos imortais que estamos buscando a nossa felicidade. O relacionamento social, o contato com outras pessoas, amigos de doutrina, o estudo, tudo isso fará com que o vazio que sentimos seja minimizado. (t)
02. <zenobio> Leio sobre a doutrina, não sou espírita. Mas um seguidor me disse que era lícito fazer outras tentativas de parceiros, pois nem sempre aquele com quem nos casamos estava no nosso crescimento ou na nossa caminhada t
<Marcelo_Sena> A Lei de Deus nos concede a capacidade de decidir sobre os rumos a serem dados à nossa vida, que seria o livre-arbítrio. Não podemos esquecer que todas as relações que tivermos no campo sentimental e/ou sexual fatalmente nos ligará a todas as criaturas que viermos a nos envolver. Cabe a nós analisarmos quais os motivos reais que nos levaram a buscar na presente encarnação experiências diferentes no campo sentimental e/ou sexual.
Temos que fazer tudo que estiver ao nosso alcance para mantermos a união conjugal. Lembrando o início da mensagem de hoje de Emmanuel: ” Todos os pretendentes à união conjugal carecem de estudar as circunstâncias do ajuste esponsalício antes do consórcio, para isso existindo o período natural do noivado.”
03.< Wania> Marcelo_Sena ouvi em uma palestra, o relato da seguinte história; um casal consegue levar o relacionamento conjugal até o desencarne de ambos, contornando os momentos de dificuldade que atravessavam.
No plano espiritual, um deles, ao planejar a próxima encarnação, toma conhecimento de que tornariam a se casar. O companheiro retruca, alegando não ser justo voltar com a antiga companheira, já que havia tolerado e suportado todas as dificuldades inerentes ao casamento . O mentor espiritual, explica que haveria a necessidade do retorno, já que ninguém deseja ser aturado ou suportado, e sim , amado. A lei é de Amor.
Eles precisariam aprender a amar. Sendo assim, como fica a questão do ” tudo suportar”? Seria esse o caminho correto, ou seria uma fuga do casal, pela falta de coragem de assumir suas falhas?
<Marcelo_Sena> Notamos mais uma vez como é difícil traçarmos uma análise segura e precisa dos fatores que envolvem os sentimentos nas relações conjugais.
Poderíamos dizer com certeza que cada caso é um caso, pois trata-se de individualidades, ou seja, espíritos que trazem consigo as experiências adquiridas nas diversas uniões ou contatos que tiveram anteriormente.
Como falamos no início da exposição, estamos ampliando os nossos sentimentos, e isso demanda tempo e os relacionamento em nosso estágio atual exigem de nós uma grande parcela de doação.
E a palavra mais exata seria a indulgência. “Tudo suportar” significa que ainda temos que aprender a desenvolver o sentimento de amor ao próximo, que seria o ultimo nível do sentimento. (t)
04.<sardentinha_BH> Desculpe-me por insistir mas e quando, nem mesmo mantendo um bom círculo de amizades, estudando e tentando entender…nem mesmo assim conseguimos calar a voz interior que clama por alguém especial, ainda que não o conheçamos, sem o qual não conseguimos viver plenamente? E a falta da alegria de viver, não seria um sério empecilho ao nosso progresso?
<Marcelo_Sena> Inicialmente, não podemos nos esquecer da existência de Deus. Ele a ninguém desampara, pois é infinitamente justo e bom…
Temos que nos lembrar também do apoio que temos dos nossos guias e espíritos protetores.
A prece é um meio que nos possibilita entrarmos em contato direto com estes amigos espirituais. Não deixe que esses sentimentos permaneçam na sua mente. Lembre-se que você é uma pessoa que é amada, e que muitos torcem pelos seu progresso e equilíbrio.
Caminhe com confiança em Deus e acredite na sua Providência. Continue com seus estudos espíritas buscando sempre o entendimento e a reflexão que lhe trará o equilíbrio. Que Jesus a abençoe. (t)
05. <DaNieeL> Como podemos compreender e enfrentar a solidão sentimental/amorosa que fazem muitas pessoas sofrerem? Como fazer para se ter esperanças em encontrar alguém?
<Marcelo_Sena> Temos que meditar a respeito da vida. A Doutrina Espírita nos dá esta grande oportunidade, pois nos revela de forma clara, racional os porquês destes sentimentos.
Se faz necessário uma profunda reflexão dos nossos sentimentos. Não podemos achar que a felicidade está apenas naquilo que julgamos. É necessário ampliar a nossa visão com relação aos caminhos que a vida nos concede para sermos felizes. Torno a dizer que o estudo seguido da reflexão e ainda o trabalho no bem farão com que os nossos sentimentos se equilibrem.
Não nos esqueçamos mais uma vez da prece, confiando na Providência Divina. (t)
<Safiri> Obrigada Marcelo Sena pela excelente e elucidativa exposição.
<Safiri> Vamos agora , encerrar os trabalhos da noite com a prece de encerramento que será feita pelo nosso amigo Dourado .
Oração Final:
<Dourado> Senhor Jesus
Amigo nosso de todas as horas
Tu que nos ensinastes
Onde uma e ou mais pessoas estiver reunidos em Meu nome
Lá eu estarei.
Isto é profundo
Saber que Jesus se encontra ao nosso lado
Presente
É maravilhoso
Obrigado Jesus pela mensagem de hoje
Estimados irmãos
A união fraterna dos espíritos é uma conquista – Um ato de amor
O amor é a mais sublime expressão de Deus
Entendamos as palavras de Jesus:
O Resumo de sua mensagem
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Daí, resultam todas as leis e os profetas.
Esta, e a maior das leis
O casamento, o lar, as uniões fraternas é um ato de reflexão e exercício do amor.
Há que sermos vitoriosos no relacionamento com todos os seres.
Pedimos Jesus
Que todos os seres sejam felizes!
Que todos os seres sejam ditosos!
Que todos os seres estejam em paz!
Assim seja Jesus. Em Teu santo e augusto nome, agradecemos-Te por mais uma noite que transcorreu na paz, no amor e na fé.
Assim seja!