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A Cólera

A Cólera

“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo IX, item 10

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Aparecida Cruz
Rio de Janeiro – RJ
24/04/2002

Dirigente do Estudo:

Márcio Duarte

Mensagem Introdutória:

VERBO NOSSO

“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo…” – Jesus – Mateus, 5: 22. “O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito.” – Cap. IX, 10.

Finda as palavras. Velho tema, dirás.

E sempre novo, repetiremos.

É que existem palavras e palavras. Conhecemos aquelas que a filologia reúne, as que a gramática disciplina, as que a praxe entretece e as que a imprensa enfileira…

Referir-nos-emos, contudo, ao verbo arrojado de nós, temperado na boca com os ingredientes da emoção, junto ao paladar daqueles que nos rodeiam.

Verbo que nos transporta o calor do sangue e a vibração dos nervos, o açúcar do entendimento e o sal do raciocínio.

Indispensável articulá-lo, em moldes de firmeza e compreensão, a fim de que não resvale fora do objetivo.

No trabalho cotidiano, seja ele natural quanto o pão simples no serviço da mesa; no intercâmbio afetivo, usemo-lo à feição de água pura; nos instantes graves, façamo-lo igual ao bisturi do cirurgião que se limita, prudente, à incisão na zona enfermiça, sem golpes desnecessários; nos dias tristes, tomemo-lo por remédio eficiente, sem fugir à dosagem.

Palavras são agentes na construção de todos os edifícios da vida.

Lancemo-las, na direção dos outros, com o equilíbrio e a tolerância com que desejamos venham elas até nós. Sobretudo, evitemos a desconsideração e a ironia.

Todo sarcasmo é tiro a esmo.

E sempre que a irritação nos visite, guardemo-nos em silêncio, de vez que a cólera é tempestade magnética, no mundo da alma, e qualquer palavra que arremessamos, no momento da cólera, é semelhante ao raio fulminatório que ninguém sabe onde vai cair.

Emmanuel
Do Livro: Livro da Esperança
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: CEC

Oração inicial:

<Moderador_> Senhor Jesus, aqui estamos mais uma vez reunidos, com o objetivo de estudar o Teu evangelho, Mestre. Que possamos elevar nossos pensamentos, mantendo-nos ligados aos amigos da espiritualidade maior que se encontram conosco neste momento, trazendo-nos suas vibrações de luz e de paz. Que esses companheiros abnegados do plano maior possam abençoar e intuir nossa amiga Aparecida para que ela possa nos trazer os ensinamentos de luz, contidos em Tua palavra, tão bem esclarecidos pela doutrina espírita. E que todos que aqui nos encontramos possamos nos beneficiar desta noite de estudos.

Que assim seja!

Exposição:

<Aparecida_Cruz> Boa noite a todos os companheiros! E que Jesus possa nos auxiliar a desenvolver o tema tão específico para os dias de hoje.

Encerrando o Capítulo IX, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, onde vínhamos estudando sobre a mansidão e a pacificação, Kardec o faz com a mensagem tão clara de Hahnemann.

Para termos um idéia de que foi esse Espírito, e melhor entendermos sua mensagem. Ele é o Pai da Homeopatia, seu nome todo era: Samuel_Chrétien-Frederic Hahnemann. Nascido na Alemanha, desencarnou em Paris e fez a sua faculdade de medicina na Universidade de Erlang, na Alemanha graduando-se médico em 1779. Criou a Medicina Homeopática, após anos de dedicação à observação e estudos sérios sobre as reações medicamentosas no organismo.

Dentro dessa sua experiência, ele inicia o seu estudo, no Evangelho, dizendo-nos que : “O homem pensa não poder reformar a sua própria natureza por isso ele não teria obrigação de corrigir seus defeitos, dos quais ele se compraz voluntariamente ou que, para serem eliminados, exigiriam muita perseverança. É assim por exemplo, que o homem com tendência à cólera, quase sempre se desculpa por seu temperamento.

Em vez de reconhecer a sua culpa, ele transfere a falha para o seu organismo, acusando, dessa forma, à Deus por seus próprio defeitos.”

Encontramos milhares de criaturas que por ignorarem sua natureza espiritual assim pensam e agem diante das circunstâncias do dia-a-dia.

Estamos vivendo, nos dias de hoje, momentos de muita tensão, onde o indivíduo é constantemente levado a verificar seus próprios limites.

Para aqueles em que nada pesa a conseqüência de suas atitudes, desculpam-se no meio social tão agressivo para da mesma forma reagirem agressivamente, ou em cólera.

Para aqueles de nós que tendo os conhecimentos doutrinários, onde aprendemos que a cada ação corresponde a uma reação, sabemos o quanto precisamos estar “em guarda” nesses momentos onde são verificados nossos limites.

Á cólera em si, conforme o espírito Hahnemann nos instrui é uma conseqüência orgulho que se encontra misturado a todas as suas imperfeições e raciocinando junto com Emmanuel: “A cólera é também é semelhante a um raio fulminatório que ninguém sabe ode irá cair.”

Por isso, naqueles momentos quando recebemos o sarcasmo, a desconsideração, a ironia e até mesmo olhares agressivos levando-nos ao sentimento da cólera, precisamos verificar o que de nós está em jogo. Por exemplo: Se apesar do nosso conhecimento ainda estamos com o orgulho exacerbado, dificilmente nos controlaríamos e entraríamos na faixa do desequilíbrio chegando à cólera.

Muitas vezes, após sairmos desse estado, nos arrependemos e até nos envergonhamos. Mas quando estaremos trabalhando a nossa vontade para que possamos trabalhar melhor as nossas emoções não resolvidas.

Combater os fatores de inferioridade que ainda trazemos e buscarmos, sinceramente, a nossa melhoria. Quantas vezes, dentro do nosso lar, junto a corações queridos, ou no nosso setor profissional, deixamos nos envolver por esse processo e estabelecemos um clima de profundo constrangimento.

Muitas vezes, sem solução imediata, porque ainda que venhamos a nos arrepender, nem sempre poderemos contar com a compreensão daqueles que foram vítimas das nossas atitudes impensadas no momento da cólera.

A solução trazida pelos os espíritos, repetindo, é buscarmos a nossa transformação interior. Se assim não fosse, seria negar a Lei do Progresso a que todos nós estamos sujeitos.

Diante daqueles que somos levados a conviver que tem comportamento coléricos, e que se desculpam no seu modo de ser, afirmando muitas vezes que Deus os fez assim e que não podem modificar-se, vamos precisar utilizar todo o nosso sentimento de compreensão e até usar recursos como tranqüilamente nos afastarmos dessas pessoas sem que isso demonstre um ato de incompreensão.

É muito difícil convivermos com pessoas dentro deste quadro, principalmente se são nossos pais ou chefes imediatos. Conhecemos casos de companheiros que, não suportando a convivência com familiares coléricos, precisaram afastar-se da família, trazendo, esse afastamento para essas pessoas, momentos de dor.

E quando isso acontece, na área profissional, a pessoa, para não perder o emprego, suporta os achaques de seu patrão, levando-o, a muitas vezes, a quadros psicológicos sofríveis, onde essas pessoa vai necessitar do apoio de um terapeuta, para poder prosseguir em seu trabalho profissional.

Quando Jesus afirmava que os mansos e os pacíficos herdariam a Terra, estava nos fazendo um convite à reflexão sobre as nossas ações e reações, diante do nosso próximo.

Que possamos, então, com a certeza de que “O corpo não dá impulsos de cólera a quem não a possui, assim como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito. Sem isso, onde estaria o mérito e a responsabilidade”.

E trabalhando, um pouco mais, a nossa vontade, vencermos a nossa tendência a nos encolerizarmos. A Casa Espírita, com os diversos recursos como: estudo (O conhecimento de si mesmo), as oportunidades de diluirmos nossas emoções nas diversas frentes de trabalho e com o apoio do Passe, é com certeza um local onde encontraremos o apoio seguro para iniciarmos essa modificação. Porque aquele que deseja se corrigir, sempre poderá fazê-lo.

Perguntas/Respostas:

[01] <Pescador> Cólera me parece algo a ser domado, item de prioridade em nossa reforma íntima. Difícil falar sobre algo que imaginamos nunca sofrer, mas se cai uma agulha e nos vemos lidando com este sentimento. Temos que nos aprimorar e se tentamos refletir o exemplo de Jesus. Temos que buscar sempre estar entre os mansos e pacíficos. A palestra foi bastante clara. Não tenho perguntas no momento, mas sim reflexões a fazer! Quando nos defrontamos com alguém colérico, ou simplesmente que sabemos não se enquadrar em nossos padrões vibratórios devemos simplesmente nos afastar?

<Aparecida_Cruz> Depende de seu estado íntimo. Quando temos convicção do que queremos e de que a nossa palavra “realmente” vai ajudar, com certeza essa é a melhor atitude. Mas quando estamos diante de pessoas desequilibradas e que muitas vezes até um simples toque pode deixá-las mais encolerizadas, o melhor é nos afastar. É claro que com perspectivas de mais adiante, de alguma maneira, podermos ajudar a esta pessoa quanto mais não seja colocando seu nome para tratamento espiritual na casa espírita. Se for pessoa de nossa relação, também devemos procurar ajudá-la ao máximo, desde que encontremos o seu sentimento aberto para isso.

[02] <Ioio> Como “aplacar” a cólera de alguém inacessível que quer prejudicar um amigo muito querido???

<Aparecida_Cruz> Partindo do princípio que esta pessoa é inacessível para nós, poderíamos tentar alguém acessível a ela, através de aconselhamentos e, com certeza, utilizando o recurso da prece através da casa espírita, porque dentro da lei de Deus ” Deus ajuda ao homem através do próprio homem “. Não podemos esquecer que dentro do conhecimento espírita, “quando alguém precisa ser ajudado, e tem méritos para isso, assim será feito”. Dentro deste raciocínio, esta pessoa que nos parece inacessível poderá tornar-se acessível.

Oração Final:

<Ioio> Senhor Jesus, bom e amado Mestre, agradecemos a oportunidade de mais um estudo em nossa “casa virtual”. Obrigada Senhor, por este espaço virtual onde podemos unir nossos corações e mentes no estudo de sua Boa Nova.Ampare a nossa querida Aparecidinha para que ela sempre possa nos auxiliar com suas palavras e ensinamentos. E assim Senhor, em Seu nome, em nome de Cairbar Schutel, Gabriel Dellane, mas sobretudo em nome de Deus que possamos dar por encerrado o estudo da noite de hoje. Que os amigos espirituais possam permanecer conosco, para darmos prosseguimento no Canal Espiritismo. Que assim seja!