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Conduta Espírita para o terceiro milênio

Conduta Espírita para o terceiro milênio

 

É realmente muito difícil o momento atual em que todos nós estamos
atravessando. É como se o Planeta Terra estivesse a ser sacudido violentamente
por mão gigantescas. Ao lermos diariamente as noticias de jornais, ao
deparar-nos com as cenas trágicas apresentadas na televisão, bem como ao
ligarmos o nosso radio, colocamo-nos diante dos mais diversos tipos de
manifestações do comportamento humano, no mundo inteiro. Reclamações, greves,
com apelos violentos, armas em ação. A dor sempre presente, aqui e ali. A
família desarmonizada; a juventude em desassossego. O abuso dos sentidos; a
ausência da fé; as repercussões infelizes dos atos indignos da conduta humana.

Diante deste triste cenário, acorda-nos a convicção de que somos espíritas,
de que cultivamos as sábias lições do Evangelho, e que já fomos advertidos
quando aos acontecimentos que aí estão.

Lembramos o Evangelho Mateus, no capitulo 24, versículo 12 e 13 que nos diz:
“E, por se multiplicar a (iniqüidade) perversidade, o amor de muitos esfriará.
Mas aqueles que perseverar até ao fim será salvo”.

Então, concluímos que estamos diante de um imenso desafio á nossa fé, à
coragem grandiosa que o Evangelho faz crescer dentro de nós, desde que saibamos
corresponder à esperança do Cristo em cada um de nós, e soubermos preservar até
o fim.

Observamos, no mundo atual, dois modos diferentes de postura com que o homem
atua na sociedade, na sua vida em geral.

Primeira, a do homem comum, que tudo espera de Deus, e nada faz para melhorar
o cenário do Mundo. É a posição normal do indivíduo oportunista, que se acredita
inteligente, pronto a tirar proveito dos fracasso dos outros, certo por cegueira
espiritual – de que Deus está ao seu lado, provocando-o a ser vivo.

E a Segunda, é a do homem espiritista, quando evangelizado, aquele que rege
os seus atos diários que vive integralmente segundo as orientações de cristo.
Sabem estes homens que o processo de modificação do Mundo não é tarefa do Senhor
do Universo, mas do próprio homem que, atento e disciplinado seguir os
ensinamentos cristãos, refletindo assim, sua conduta particular na melhoria da
qualidade de vida em todo o Mundo.

Pôr conseguinte, o homem espírita deve aceitar como desafio e oportunidade de
trabalho o panorama doloroso que se apresenta, prontificando-se a oferecer a sua
contribuição de fé, coragem e trabalho para a transformação moral e espiritual
desta maravilhosa morada de Deus que é o nosso planeta TERRA.

Muito já temos falado do egoísmo como o mal pior, no processo de corromper o
bem, a felicidade e a própria esperança do homem. O egoísmo, possui todas as
características de um vírus. E é, justamente, no coração do homem que ele se
protege. Se cada um de nós aprender a defender-se deste perigo adversário do
bem, aplicando os ensino do Evangelho à nossa conduta como ação preventiva, a
vitória do bem contra o mal e da Luz contra a treva, estará garantida.

Não pensamos que somos poucos os empenhados nesta luta, pois o que realmente
conta é o fator qualitativo, é a fé bem exercida, é a caridade coincidentemente
praticada, é a mão firme no trabalho e a nossa casa mental devidamente
higienizada. Chamaríamos de higiene mental a atividade destinada a fortalecer o
nosso ânimo, conservando-nos equilibrados e tranqüilos. Da mesma forma como o
indivíduo se banha e veste roupas limpas, cultivando o asseio, nossa mente deve
passar todos os dias por esse processo de limpeza, em que podemos fazer uso de
muitos recursos: a oração simples e pura, que nos garante energias renovadas; a
boa musica de acordes suaves, a leitura sadia; a conversação fraterna; o filme
ou a programas de televisão que tragam mensagens positivas; o cultivo de flores;
o cuidado do lar. Essencialmente, essa limpeza deve ser fruto do esforço por
disciplinarmos nossos pensamentos e ações, encarando a vida com mais otimismo e
confiança, reconhecendo na jornada humana uma experiência valiosa no caminho da
evolução, uma aventura que tanto melhor aproveitaremos quanto maior a nossa
disposição em cultivar a alegria e a esperança, a bondade e a compreensão.

Saibamos ser fieis a Jesus, não nos deixando envolver pelas vozes do
pessimismo, da revolta e do desespero. Como espíritas, devemos todos estar
conscientes de que o timoneiro que conduz esta nau cósmica através do tempo e do
espaço não é um astronauta humano, mas sim o Cristo, que tudo tem feito no
sentido de que abandonemos a acomodação e egoística e despertemos para a
realidade universal.

Observemos, entre um grande número de pessoas, certas preocupação com o
Terceiro Milênio, como se a passagem do ultimo dia de dezembro de 2000 para 1°
de janeiro do ano 2001, significasse a transformação total do Mundo e da própria
natureza. A natureza sim, está se modificando dia a dia, devido às agressões do
próprio homem, mas graças a Deus, as consciências estão sendo iluminadas,
fazendo com que homens de bom senso e preocupados com o equilíbrio ambiental do
nosso planeta e repensem e avaliem o quanto a natureza está sendo prejudicada.
Para isso (nos dias de hoje), representantes do mundo inteiros (estão reunidos
para) encontrar fórmulas de salvar o que já foi destruído, e tirando acordo para
que a natureza seja preservada. Que Deus os abençoe neste propósito de renovação
do nosso meio ambiente cabe a cada um de nós uma quota de participação, para que
os resultados sejam positivos.

Todavia a mudança do homem não se fará através de um passe de mágica. Pôr
conseguinte o Mundo Atual não se transformará em reino divino de um momento para
outro. Faz-se necessário ante de tudo, a conscientização, a educação é a reforma
interior de cada um nós. O pensamento do novo homem, as atitudes do novo homem
as ações do novo homem, construirão todo o instrumental que dará um novo
colorido ao cenário social da terra. E é justamente aqui que deve entrar e
centralizar-se toda a capacidade moral e espiritual dos homens de boa vontade,
representado principalmente porque há muitos que não se filiaram ainda ao
Espiritismo, mas estão em condições de auxiliarem neste processo de renovação
moral de nossa morada planetária.

Continuamos, portanto, irmãos espíritas, no Cristo, a quem Deus confiou os
destinos do nosso planta.

Sejamos cuidadosos no que diz respeito a conduta correta que devemos manter,
com vistas à chegada do Terceiro Milênio, em cujo curso deverá ocorrer a
transformação regenerativa do orbe terreno.

Não esquecemos que a grande dificuldade a ser vencida não está nos outros mas
em nós mesmos, e que a receita, para que a nossa reforma interior se processe
com maior rapidez no bem e no hábito da oração.

Que Jesus nos fortaleça neste caminho e nos abençoe, hoje e sempre.