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Convívio Familiar

 

Convívio Familiar

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br

Palestrante: Sandra Sales
Rio de Janeiro
22/02/2002

Organizadores da Palestra:

Moderador: Marcio Duarte (nick: Moderador_)

“Médium digitador”: “jaja” (nick: <Sandra_Sales)

Oração Inicial:

<_Alves_> Pai amado, Criador nosso, em nome de nosso irmão, Jesus, rogamos a ti nos envolver em emanações de paz e fraternidade.

Que neste ambiente virtual possamos receber de nossa palestrante, amparada pelos teus mensageiros, a Luz da Boa Nova, a orientação às nossas necessidades.

Permita, oh Pai querido, que os bons espíritos nos protejam e que as lições que vamos receber, auxiliados por nossos mentores, possam ser colocadas em prática no nosso dia-a-dia.

Sê conosco, Senhor, agora e sempre. Que assim seja! (t)

Apresentação do Palestrante:

<Sandra_Sales> Sou freqüentadora do Centro Espírita Maria Angélica, no Recreio, Rio de Janeiro, RJ, participando da divulgação doutrinária e evangelização da juventude. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Sandra_Sales> O tema de hoje, Convívio Familiar, é de muita importância para todos nós, porque faz parte da nossa experiência direta.

A Doutrina Espírita nos orienta que, insulado, o homem não pode progredir. É no contato com outros homens que ele se aprimora. A família é a primeira escola desse aprendizado e, por essa razão, apresenta os recursos auxiliares, mas também os primeiros desafios para tal experiência. (t)

Perguntas/Respostas:

<Moderador_> [01] <reinaldo_> Nossa família é composta apenas pelos componentes consangüíneos? Ou, perguntando de outra forma, quem é nossa família?

<Sandra_Sales> Do ponto de vista social, família refere-se àqueles com os quais temos vínculos de consangüinidade e/ou os reconhecidos como tal. Do ponto de vista espiritual, os verdadeiros laços familiares são os consolidados pelo amor e por afinidades já construídas. Se formos mais longe e considerarmos que somos todos filhos de Deus, nossa família é universal. (t)

<Moderador_> [02] <reinaldo_> Há grupos de pessoas (pais e filhos, maridos e esposas, etc.) que, por mais que tentem, não conseguem se entender. É melhor que “cada um siga o seu rumo”, ou devem tentar a conciliação a qualquer preço?

<Sandra_Sales> Na verdade, não existe uma fórmula que se aplique a todos os casos. Entretanto, aprendemos com os espíritos que estamos com as pessoas certas, no momento certo e no lugar certo. Ainda que muitas das vezes construamos famílias não fundamentadas na base sólida, que é o amor. Porém, Deus quer que seus filhos sejam felizes e se tal felicidade não pode ser alcançada plenamente no seio familiar, devemos contribuir para que ele se modifique, ou até mesmo fazermos as mudanças necessárias para que alcancemos objetivos maiores. Entretanto, nossos compromissos espirituais terão que ser atendidos em algum momento e é melhor que aproveitemos o hoje. (t)

<Moderador_> [03] <reinaldo_> A religião idêntica no casal contribui para a estabilidade do matrimônio; a diversidade de pontos de vista poderia afetar a paz?

<Sandra_Sales> O consenso religioso é bastante útil ao casal, pois evita discussões. Entretanto, quando há respeito, todas as diferenças entre duas pessoas podem ser conciliadas, ainda que umas mais facilmente que outras. Além disso, o maior mandamento: a caridade e também o amor, são fundamentos de todas as religiões e neles encontramos um roteiro seguro para o nosso convívio familiar.

Conhecemos uma família onde os cinco integrantes possuem crenças religiosas diferentes, mas realizam culto no lar, em torno do Evangelho de Jesus, aceito por todos. A religião não deve estar subordinada à nossa vaidade pessoal, que nos leva, muitas das vezes, a uma imposição desrespeitosa em relação ao outro familiar. Viver o Evangelho é a chave do entendimento para o convívio familiar, isto é, o exercício da humildade, da tolerância, da compreensão, da mansuetude e,sobretudo, do amor. (t)

<Moderador_> [04] <Dejavu> Nos dias de hoje, a grande maioria das famílias é formada por Espíritos afins, ou por Espíritos adversários?

<Sandra_Sales> Acreditamos, em função dos inúmeros conflitos e das colocações dos espíritos, em se tratando da Terra ser um mundo de provas e expiações, que reunimos, no seio familiar, espíritos com os quais possuímos arestas para aparar.

Entretanto, Deus, na sua infinita sabedoria, nunca nos deixa sós e contamos sempre com algum familiar que nos protege e ampara, quer no plano terrestre, como no plano espiritual. A eles devemos pedir ajuda para os momentos difíceis.

De qualquer forma, qualquer convivência implica num conjunto de diferenças pessoais. Tais diferenças são enriquecedoras pois possibilitam trocas de experiências, mas também são desafiadoras pois alimentamos expectativas de que o outro seja igual a nós ou o que nós queremos que ele seja. A aceitação incondicional do outro é uma valiosa ferramenta para toda e qualquer convivência, ainda que possamos não aceitar a sua atitude. (t)

<Moderador_> [05] <Melzinha28> Também trabalho com crianças, mas de periferia. Como trabalhar com elas o conceito de família sendo que tudo o que conhecem é desajuste familiar?

<Sandra_Sales> Creio que seja importante mostrar para a criança que ela pode gostar de algum familiar seu, ainda que não aprove sua atitude.

Além disso, devemos acolhê-la de forma especialmente amorosa, ressaltando que os nossos amores vão além do núcleo familiar. Quanto mais carente se mostra uma criança, mais devemos abraçá-la.

Também podemos aproveitar para realizarmos um trabalho com os pais ou demais familiares que, muitas das vezes, pecam por ignorância ou desamor. Só podem dar aquilo que possuem. Muitas vezes são vítimas também e isso também pode ser conversado com a criança. (t)

<Moderador_> [06] <_Alves_> Sandra, boa noite. Até que ponto um casamento deve ser levado? A partir de onde a separação seria solução?

<Sandra_Sales> Aprendemos que não devemos separar o que Deus juntou. Se existe amor, os cônjuges devem se esforçar para superar as dificuldades. Quando não há e a relação traz infelicidade, o casal deve repensar os rumos do casamento.

Richard Simonetti, num conto, trata de um casal onde a esposa, ao desencarnar, acredita ter se “libertado” do esposo, porque o aturou a vida toda. Porém, sua nova missão é reencarnar ao lado dele novamente para não mais aturá-lo, mas sim amá-lo.

É importante também que haja diálogo e perseverança para que o casal não desista ante as primeiras dificuldades. Se é difícil nós convivermos com nós próprios e nos conhecermos, que dirá com outros… (t)

<Moderador_> [07] <reinaldo_> Como devem agir as pessoas espíritas ligadas a familiares que ainda não aceitaram os ensinamentos do Espiritismo?

<Sandra_Sales> Com muito respeito, consideração e confiança. Nossa vivência no bem será a melhor oferta que poderemos dar. Fazemos mais adeptos sinceros quando os atraímos pelo nosso exemplo do que por nossas palavras. (t)

<Moderador_> Última Pergunta: [08] <Dejavu> A mídia deu muito destaque à morte da cantora Cássia Eller, pois formava uma família homossexual, com um filho. Nesse caso, o convívio familiar pode ter trazido alguma conseqüência prejudicial à criança?

<Sandra_Sales> Toda criança e toda pessoa precisa ser amada e aprender a amar. Parece-nos que, neste caso em particular, não faltou amor. O que julgamos prejudicial a toda criança é qualquer exemplo de vício e desequilíbrio. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Sandra_Sales> O convívio familiar é mais uma experiência de aprendizado para nós, espíritos em evolução. Acreditamos que para maior sucesso devemos adotar uma atitude de aceitação incondicional, empatia e afetuosidade. Quantas experiências superadas são ensinamentos para toda a vida?

Lembrando um conto indiano, somos “potes quebrados”, isto é, imperfeitos, mas até mesmo a água que o pote desperdiça pode ser útil para a germinação da semente. Assim também nossas “rachaduras” são úteis para outros aprendizados.

Deus confia em nós e nunca nos desampara, dando-nos a oportunidade de crescermos juntos através do convívio familiar. Portanto, se olharmos nosso parente difícil com um “colaborador indireto” talvez fique mais fácil seguir adiante. E, mais tarde, poderemos contemplar a satisfação da superação das crises.

Tenhamos confiança. Jesus nos inspira nesta empreitada e nos fortalece, dia após dia. Muita paz! (t)

Oração Final:

<Moderador_> Mestre Jesus, como é bom podermos nos reunir em seu nome, seja na casa espírita ou na Internet. Como é bom termos meios para conhecer sua palavra.

Queremos lhe agradecer, Senhor, por nos colocar, cada vez mais, oportunidades de reaver nossas faltas, que possamos levar estas palavras em nossos corações e buscar o convívio fraterno com nossos familiares.

Que possamos encontrar forças para continuar esse caminho abençoado de evolução que o nosso Pai nos preparou. Abençoa-nos, Senhor. Abençoe nossa Amiga Sandra, e que ela possa sempre nos trazer os ensinamentos da Doutrina. Abençoe a todos aqueles responsáveis por este trabalho e que possamos seguir em paz, confiantes de que estarás conosco, todos os dias de nossa vida. Que assim seja!