“Deixai que Venham a Mim as Criancinhas”
Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
em conjunto com a Escola Espírita Cristã Maria de Nazaré e
Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas e-mail:
eecmnrio@unisys.com.br
Palestrante: Oswaldo Cruz
Rio de Janeiro
17/12/1999
Organizadores da palestra:
Moderador: “Wania” (nick: |Moderadora|) “Médium digitador”: “jaja” (nick: Oswaldo_Cruz)
Oração Inicial:
<Naema> Querido amigo Jesus, estamos aqui a procura da palavra consoladora da Doutrina Espírita para abrir nossos corações e mentes à mensagem que receberemos e que possamos terminar esse período de estudo um pouco mais conscientes do que quando aqui chegamos. Que possamos ser amparados por nossos amigos espirituais que sempre nos acompanham, agora e sempre. Assim seja!
Apresentação do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz> Sou trabalhador do Centro Espírita Maria Angélica no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, onde colaboro nas atividades de divulgação doutrinária e evangelização da infância. Também participo do programa “Estudo Dinâmico da Doutrina Espírita” na Rádio Rio de Janeiro. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz> Nosso tema de hoje é bastante oportuno, pois nos leva a refletir quanto à importância do trabalho de educação do espírito em qualquer plano do Universo. Em nosso planeta, isto é, em nosso estágio evolutivo, o tema nos permite maiores reflexões, não apenas acerca da evangelização da infância, bem como à reforma moral do espírito encarnado. Estevão, no livro “Isto vos mando…”, psicografado por Júlio Cezar Grandi Ribeiro, afirma que “Nunca o mundo precisou tanto de Jesus e o homem do Evangelho!”
Conscientes dessa necessidade imperiosa do encontro do homem com Jesus, começamos nosso trabalho de hoje. (t)
Perguntas/Respostas:
<|Moderadora|> [01] <Wania> Como entender o símbolo da pureza e da simplicidade ser representado pela criança, se, na realidade, trata-se de um espírito milenar habitando um corpo infantil?
<Oswaldo_Cruz> A simbologia utilizada por Jesus refere-se à condição temporária da criança, em que apresenta traços de inocência e pureza. Jesus tinha plena consciência de que ali estava um espírito milenar com suas conquistas e também seus vícios e que, conseqüentemente, não era puro, nem inocente. A necessidade, entretanto, de falar mais a fundo ao coração do homem, fez com que Jesus se valesse dessa imagem. Como nos alerta “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. VIII, item 18, Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravizados e os viciosos. Queria que os homens a Ele fossem com a confiança daqueles entezinhos de passos vacilantes, cujo chamamento conquistava, para o seu, o coração das mulheres, que são todas mães. Submetia, assim, as almas à sua terna e misteriosa autoridade. (t)
<|Moderadora|> [02] <|||DEnise|||> Qual é o objetivo do ensinamento estudado nesse tema?
<Oswaldo_Cruz> Jesus desejava trazer para si os simples. (t)
<|Moderadora|> [03] <Wania> Você poderia nos falar um pouco sobre coração puro = pureza de pensamento?
<Oswaldo_Cruz> Nossos pensamentos refletem nossa condição espiritual. Somos o que pensamos e o que fazemos. Quanto mais afinizamos com os valores elevados do espírito, mais nos aproximamos da divindade. Quanto mais vinculados às vibrações inferiores da matéria, mais associados estamos aos planos inferiores da vida. Como espíritos imortais, temporariamente ligados à matéria, e sendo espíritas, temos consciência de que estagiamos em um mundo de provas e expiações. Somos responsáveis por, neste mundo, buscar a melhor condição espiritual que nos seja possível alcançar. Temos plena consciência do desafio que isso representa e das dificuldades que temos que enfrentar para conseguirmos vibrar e, conseqüentemente, pensar em comunhão com os espíritos mais elevados, tornando-nos mais facilmente influenciáveis por esses companheiros da espiritualidade. (t)
<|Moderadora|> [04] <|||DEnise|||> O Reino dos Céus só é para os que têm puro coração. Jesus tomou a criança como símbolo dessa pureza, em razão da simplicidade e da humildade que a caracteriza. Para conquistar a felicidade, devemos nos assemelhar a ela?
<Oswaldo_Cruz> Os espíritos nos alertam que “a felicidade terrestre, com relação à vida material é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.” (“O Livro dos Espíritos”, pergunta 922) Percebemos nessa afirmativa que nos dois planos da vida a simplicidade baseia-se na forma mais elementar de viver: a posse do necessário, a consciência tranqüila e a fé no futuro. Não se exige vastos conhecimentos, uma grande casa, um carro do ano, a mesa farta; mas tão somente uma vida que nos possibilite aproveitarmos os nossos “momentos” como espíritos vivendo neste mundo, “como devem viver os homens.” (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVII, item 10)
Desta forma, estaremos mais vinculados a valores que não nos prendam tanto às dificuldades do dia-a-dia. Não se entenda por essa resposta que para sermos bons espíritas precisemos viver alienados do mundo em que vivemos, ou, até mesmo, abrindo mão de algum conforto que tenhamos. É tão somente um referencial. (t)
<|Moderadora|> [05] <|||DEnise|||> Por que razão ainda nos mantemos arredios à conquista da felicidade?
<Oswaldo_Cruz> Tão somente porque não conseguimos viver com “a posse do necessário, a consciência tranqüila e a fé no futuro.” Esses três pontos que, para cada um de nós, têm uma dimensão específica, representam as verdadeiras conquistas que devemos buscar. (t)
<|Moderadora|> [06] <|||DEnise|||> Como podemos interpretar as palavras de Jesus: “Não é o que entra pela boca que macula o homem.” O que sai da boca do homem é que o macula?
<Oswaldo_Cruz> Nessa passagem do Evangelho, Jesus nos alerta que não é o tipo do alimento que fará com que sejamos mais ou menos evoluídos. O que sai da boca, isto é, nossas palavras, representando nosso estado de espírito, é que poderão criar compromissos para o futuro. (t)
<|Moderadora|> [07] <|||DEnise|||> Que papel desempenha o Espiritismo, com relação aos ensinamentos de Cristo?
<Oswaldo_Cruz> O Espiritismo, cumprindo a promessa de Jesus, representa o “Consolador Prometido”: “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro consolador, a fim de que fique eternamente convosco. (…) vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito.” (João, cap. XIV, versículos 15 a 17 e 26) (t)
<|Moderadora|> [08] <|||DEnise|||> “Arrancada será a planta que o nosso Pai Celestial não plantou.” Qual o significado dessas palavras de Jesus?
<Oswaldo_Cruz> Entendemos por essas palavras que Jesus referia-se às religiões, ou seitas, ou cultos que não tivessem por base a verdade. Cairiam por si próprias. (t)
<|Moderadora|> [09] <Wania> Deixai venham a mim as criancinhas pois tenho o leite que fortalece os fracos.” Entendemos como fracos a humanidade naquele momento?
<Oswaldo_Cruz> Valendo-se da imagem da infância, Jesus utiliza-se também da figura do alimento: o leite alimenta a criança. Jesus propõe a idéia de que ele tem o leite, isto é, o ensinamento que fortalece o espírito. (t)
<|Moderadora|> <jaja>[10] Para que serve a infância, do ponto de vista espiritual?
<Oswaldo_Cruz> Na questão 383 de “O Livro dos Espíritos”, “encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o espírito durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem ao adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo”. É na fase infantil que os pais e todos aqueles responsáveis pela educação das crianças recebem a oportunidade e assumem o compromisso por oferecerem seus melhores esforços no intuito de auxiliar a criança nessa fase de consolidação do seu caráter. “Nessa fase é que se pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada que terão de dar contas”. (“O Livro dos Espíritos”, pergunta 385) (t)
<|Moderadora|> <Billykid> [11] Por que motivo Jesus escrevia seus ensinamentos em parábolas como estas, fazendo com que as pessoas tivessem um sério problema de dupla interpretação?
<Oswaldo_Cruz> Jesus tinha conhecimento que cada um de nós encontrava-se e ainda se encontra em um determinado estágio evolutivo, sendo capaz de perceber seus ensinamentos de forma diferente. Da mesma maneira que quando lemos um texto qualquer, cada um de nós terá um entendimento diferente, também em relação às parábolas, entendemos de maneira diversa. Sabia ainda que a humanidade não estava plenamente preparada para receber os ensinamentos integralmente. Assim, utilizava uma linguagem figurada para que “aqueles que tivessem ouvidos para ouvir, ouvissem.” Até hoje, muitos não conseguem ouvir o chamado de Jesus. (t)
<|Moderadora|> <Bianca> [12] Por que o espírito de uma criança não se mostra como ele na realidade o é?
<Oswaldo_Cruz> Na verdade, é necessário que, ao reencarnar, o espírito assuma essa condição de fragilidade e inocência para mobilizar os sentimentos de amor e carinho de seus pais. Se o espírito reencarnasse tal como ele é, dificilmente conseguiria despertar em seus pais a dedicação necessária ao sucesso de sua existência. Estariam presentes os valores, as dificuldades e preconceitos de existências anteriores. Essa fragilidade infantil serve como facilitador nesse fase inicial de sua existência. (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz> Quando olhamos uma criança, geralmente nos deixamos envolver pelo sentimento de carinho e afeição que ela nos desperta. Não deve ser diferente. É importante que o espírito que reencarna sinta-se acolhido e amado. Para tanto, a Providência Divina vale-se desse período tão importante para o espírito encarnado. É sabido que, com o passar do tempo, o espírito reassumirá seus valores e plenamente os exercerá. Fundamental não perdermos de vista a oportunidade de contribuirmos para a melhoria de nosso mundo, valorizando a infância. Também nós, participando desse processo, estaremos nos assemelhando aos pequeninos, exercitando a docilidade e a candura. Sendo “simples.” Rogando a Jesus que abençoe a todos, despeço-me, desejando a todos uma boa noite. (t)
Oração Final:
<Safiri> Senhor meu Deus, obrigada por mais esta oportunidade de aqui estarmos aprendendo e evoluindo. Aprendendo a amarmos uns aos outros, aprendendo a amarmos as nossas criancinhas. “Somos culpados de muitos erros e muitas falhas. Mas nosso pior crime é abandonar as crianças, desprezando a fonte da vida. Muitas das coisas que precisamos podem esperar. A criança não pode. É exatamente agora que seus olhos estão se formando. Seu sangue é produzido, e seus sentidos estão se desenvolvendo. Para ela não podemos responder “Amanhã”. Seu nome é “Hoje”. Que Deus, então, nos dê forças e muito amor nos nossos corações. Para sermos sempre o esteio dos espíritos que voltam a tarefa evolutiva na Terra! Que assim seja!