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O espiritismo obriga

O espiritismo obriga

Deise Bianchini – Naema

Oração Inicial:

<Naema> Boa noite aos amigos
Pedimos nessa noite o amparo dos bons espíritos para que possamos aproveitar
esses momentos em que estamos juntos com o intuito de aprender que a noite possa
ser proveitosa a todos nós encarnados e desencarnados
que vêem em busca de instrução, amparo e amor que a Doutrina Espírita nos
propicia
que os amigos espirituais que conduzem esse trabalho possam estar presente nos
intuindo
agora e sempre
Assim seja

Mensagem Introdutória:

O Espiritismo Obriga

O Espiritismo é uma ciência essencialmente moral. Então os que se dizem seus
adeptos não podem, sem cometer uma grave inconsequência, subtrair-se às
obrigações que impõe. Essas obrigações são de duas sortes.
A primeira concerne o indivíduo que, ajudado pelas claridades intelectuais, que
a doutrina espalha, pode melhor compreender o valor de cada um de seus atos,
melhor sondar todos os retalhos de sua consciência, melhor apreciar a infinita
bondade de Deus, que não quer a morte do pecador mas que se converta e viva e,
para lhe deixar a possibilidade de erguer-se de suas quedas, lhe deu a longa
série de existências sucessivas, a cada uma das quais, levando o peso de suas
faltas passadas, pode adquirir novos conhecimentos e novas forças, fazendo-o
evitar o mal e praticar o que é conforme à justiça, à caridade. Que dizer
daquele que, assim esclarecido quanto aos seus deveres para com Deus, para com
os irmãos, fica orgulhoso, cúpido, egoísta? Não parece que a luz o tenha
esquecido, porque não estava preparado para a receber? Desde então marcha nas
trevas, posto esteja em meio à luz. Só é Espírita de nome. A caridade fraterna
dos que vêem realmente deve esforçar-se por curá-lo dessa cegueira intelectual.
Mas para muitos dos que lhe parecem, será preciso a luz que o túmulo traz,
porque seu coração está muito ligado aos prazeres materiais e seu espírito não
está maduro para receber a verdade. Numa nova encarnação compreenderão que os
planetas inferiores, como a terra, não passam de uma espécie de escola mútua,
onde a alma começa a desenvolver suas faculdades, suas aptidões, para em seguida
as aplicar ao estudo dos grandes princípios da ordem, da justiça, do amor e da
harmonia, que regem as relações das almas entre si, e as funções que desempenham
na direção do universo. Eles sentirão que, chamada a uma tão alta dignidade,
qual a de se tornar mensageira do Altíssimo, a alma humana não deve aviltar-se,
degradar-se ao contacto dos prazeres imundos da volúpia; das ignóbeis tentações
da avareza, que subtrai a alguns filhos de Deus o gozo dos bens que deu a todos;
compreenderão que o egoísmo, nascido do orgulho, cega a alma e a faz violar os
direitos da justiça, da humanidade, desde que gera todos os males que fazem da
Terra um lugar de dores e de expiações. Instruídos pelas duras lições da
adversidade, seu espírito será amadurecido pela reflexão, e seu coração, depois
de ter sido ralado pela dor, tornar-se-á bom e caridoso. É assim que os que vos
parece um mal, por vezes é necessário para reconduzir os endurecidos. Esses
pobres retardatários, regenerados pelo sofrimento, esclarecidos por esta luz
interior, que se pode chamar o batismo do Espírito, velarão com cuidado sobre si
mesma, isto é, sobre os movimentos do coração e o emprego de suas faculdades,
para os dirigir conforme as leis da justiça e da fraternidade. Compreenderão que
não são apenas obrigados a eles próprios se melhorarem, cálculo egoísta que
impede atingir o objetivo visado por Deus, mas que a segunda ordem de obrigação
do Espírita, decorrendo necessariamente da primeira e a completando, é a do
exemplo, que é o melhor dos meios de propagação e de renovação. Com efeito,
aquele que está convencido da excelência dos princípios que lhe são ensinados, e
devem, se a eles conforme a sua conduta, lhe proporcionar uma felicidade
duradoura, não pode, se estiver verdadeiramente animado desta caridade fraterna,
que está na essência mesma do Espiritismo, senão desejar que sejam compreendidos
por todos os homens. Daí, a obrigação moral de conformar sua conduta com a sua
crença e ser um exemplo vivo, um modelo, como o Cristo o foi para a
humanidade….

Luís de França
Revista Espírita – maio de 1866
Psicografia: Médium Sra. B…
Editora: EDICEL

Exposição e Comentários:

<Naema> Segundo o texto nos indica cabe ao espírita não apenas sua
reforma moral, mas também a responsabilidade por si e pelos outros e isso se
dará em grande parte através da exemplificação moral Não devemos perder nosso
tempo em coisas vãs, em preocupações menos úteis e materiais devemos aproveitar
essa chance de resgate e evolução que obtivemos através da presente reencarnação
Principalmente àquele que tem mais conhecimento, mais será cobrado pois tem
condições de analisar seus procedimentos, e compreender a lei de causa e efeito
Procurando assim aceitar seus compromissos e levá-los a termo nessa presente
vida Sempre podemos adiar os compromissos, pois para isso Deus nos dá o
livre-arbítrio Por outro lado a Doutrina Espírita nos esclarece e nos chama para
assumi-los Aproveitemos todos os momentos para aplicar os ensinamentos,
praticando assim a verdadeira caridade, a caridade moral que é totalmente
grátis, assim todos podemos praticá-la Servir de amparo aos irmãos que ainda não
tem o conhecimento Sem cobranças, pois nem todos ainda tem a possibilidade do
entendimento Mas como verdadeiros irmãos, que desejam o crescimento de todos, e
a evolução de nosso planeta Aceitemos as lições que temos que passar nessa
escola, o planeta Terra, para estarmos aptos a viver a verdadeira felicidade que
encontraremos no retorno à pátria espiritual

Oração Final:

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a
força àqueles que passam pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade,
ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus ! Dai ao viajor a
estrela guia, ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai ! Dai ao culpado o arrependimento,
ao Espírito a Verdade,
à criança o guia,
ao órfão o pai.
Senhor !
Que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade, Senhor,
para aqueles que vos não conhecem,
esperança para aqueles que sofrem.
Que a vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte
a Paz, a Esperança e a Fé. Deus !
Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas
fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão,
todas as dores se acalmarão.
Um só coração,
um só pensamento subirá até vós,
como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha,
nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade,
oh! Beleza,
oh! Perfeição,
e queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia. Deus !
dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós; dai-nos a
caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará das
nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem. (Prece de Cáritas)
Que assim seja !