Finados
Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Expositor: Mauro Operti
Rio de Janeiro
30/10/1999
Dirigente do Estudo:
Mauro Bueno
Oração Inicial:
<Naema> Boa noite a todos : )) Querido Jesus, obrigada por esse dia e noite maravilhosos e por este lugar, onde podemos nos reunir em busca de conforto e esclarecimentos. Que possamos todos aproveitar esses momentos de confraternização onde podemos dar e receber. Que possamos encontrar os esclarecimentos que todos nós tanto precisamos, que possamos encerrar os estudos um pouco melhor do que começamos, que nosso amigo palestrante possa ser inspirado, e que possa nos trazer os benefícios da Doutrina Espírita nessa noite. obrigada por mais essa noite Senhor, assim seja!
Exposição:
<Mauro_Operti> Boa noite para todos os companheiros. Deus nos abençoe. Tentaremos expor da forma mais clara possível a posição da doutrina espírita com relação ao problema da morte e em relação às chamadas “comemorações” do Dia de Finados. Supõe-se que este dia especial, dedicado aos mortos, remonte aos gauleses, mesmo antes do Cristianismo. A religião cristã e a tradição ocidental herdaram este costume. Na realidade, os dias ou as horas não tem uma importância especial por si mesmos, mas somente aquilo que os homens lhes atribuem. Um dia, uma hora, um momento, são somente pontos no fluir do tempo. Mas temos necessidade de marcar a nossa existência com pontos de referência, e assim que transformamos datas em dias sagrados, marcados por procedimentos e comportamentos específicos julgamos então que estamos obedecendo a normas de ordem espiritual, que tem importância por si mesmas.
Há algumas décadas atrás, o Dia de Finados era marcado por recomendações de silêncio, pela obrigação de mostrar gestos compungidos e etc. Hoje estes hábitos se diluíram, mas grande número de pessoas concentra as suas lembranças e os gestos de respeito aos seus mortos nestes dias. E eles passam então a se constituir em dias especiais, apenas porque muitas pessoas assim o consideram. Mas não temos razão alguma para escolhermos estes dias para lembrar e chorar pelos nossos mortos. Também não temos razão alguma para nos reunirmos nos cemitérios levando flores e cuidando de enfeitar os túmulos. A visão espírita da morte, com muito mais razão, nos adverte da desnecessidade de cultivarmos estes hábitos.
De qualquer modo, devemos respeitar as crenças e as disposições mentais de quem quer que pense deste modo. É assim que em muitos centros espíritas bem orientados e genuinamente espíritas existe o costume de se reunirem os companheiros no Dia de Finados. Para os espíritas conscientes não há necessidade desta “comemoração” especial, já que a prática espírita nos põe todos os dias em contato com os mortos. Mas, para pessoas desconhecedoras dos ensinamentos espíritas, é uma oportunidade excelente para passarmos a nossa visão doutrinária da morte. Se se dispuser de um médium, alguns desencarnados podem se manifestar, e, eventualmente passar recados ou mensagens de ordem particular ao lado de considerações doutrinárias.
Esta é a forma pela qual encaramos o costume de marcarmos o dia dois de novembro como dia dos mortos, embora todos os dias e todas as horas sejam adequadas para lembrarmos dos nossos mortos. (t)
Perguntas/Respostas:
[01] <Alfie_estudos> É adequado ficarmos evocando nossos mortos, se não sabemos suas condições na espiritualidade? Não podemos prejudicá-los se ainda não estiverem preparados para contactar-nos?
<Mauro_Operti> Lembrar com carinho e saudade não é necessariamente evocar. Esquecer propositalmente daqueles a quem amamos e que nos amam não é compreensível e mesmo possível, se consideramos que todos nós temos necessidade do carinho e do contato dos nossos afetos. Lembrar com afeição e docemente daqueles que se foram é uma atitude natural da criatura humana, se realmente os amamos e ansiamos por revê-los. Como pode o impulso de carinho de um coração saudoso prejudicar a outro que certamente espera esse sinal de amor? (t)
[02] <Mei_PB> Qual a melhor maneira de velarmos nossos entes que passaram ao domínio espiritual?
<Mauro_Operti> Lembrando deles com tranqüilidade, pedindo também com tranqüilidade a Deus e aos bons espíritos que os protejam, procurando trazer preferivelmente as boas lembranças, o bem que fizeram, transmitindo-lhes a sua confiança nas realidades espirituais. Em suma, construindo um canal de comunicação com eles pavimentado de vibrações e sensações afetuosas. (t)
[03] <Ioio> Mauro, saudades :)) Muitos companheiros nos falam dos perigos da prece aos desencarnados pelos suicídio. Em contrapartida, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” nos diz do refrigério que é a prece. Mesmo não sabendo das condições em que nossos irmãos suicidas se encontram, não é uma ato de caridade a prece por eles? Por que companheiros de ideal espírita nos dizem ser desaconselhável esta prece?
<Mauro_Operti> Tornou-se comum nos meios espíritas a opinião de que não podemos orar em determinadas situações pelo perigo de atrairmos almas sofredoras. Esta posição vai contra a essência do ensinamento espírita que nos diz que a lei de solidariedade se aplica de modo amplo e irrestrito, tanto no domínio das necessidades físicas como em relação às necessidades espirituais. Às vezes, companheiros desavisados nos perguntam se é permitido orar por uma mãe ou um pai ou um filho que se encontra em condições de sofrimento no mundo espiritual. Perguntamos se nos recusaríamos a prestar socorro a alguém a quem amamos por estar sofrendo de uma doença contagiosa. Certamente que desprezaríamos qualquer recomendação que nos impedisse de levar alívio e conforto a essas pessoas. Com muito mais razão, dispondo das forças da nossa mente e do nosso coração, se não for apenas pelo afeto, temos o dever moral de procurarmos levar aos sofredores desencarnados, quaisquer que sejam eles, a nossa possibilidade de aliviá-los. A posição contrária vai claramente contra os nossos deveres espirituais. (t)
[04] <Ioio> Baseada na resposta acima, como podemos auxiliar ao companheiros de Doutrina Espírita que tem esta convicção, de que não podemos fazer prece aos suicidas e como fazer com parentes de suicidas que temem orar por eles? O número de suicidas no país vem aumentando, mas as pessoas acham mais fácil ignorar estes dados do que auxiliar seus parentes…
<Mauro_Operti> Apenas dizer para eles que a Doutrina Espírita não apoia este procedimento, e que ajudar é obrigação e é da lei da vida. Se as pessoas não quiserem aceitar, o que se pode fazer senão deixar que a própria vida lhes ensine? (t)
Oração Final:
<Safiri> Senhor nosso Pai! amigo de todos os momentos, durante o dia, durante a noite, enquanto estamos em vigília. Enquanto nosso corpo repousa, abrace nossa alma. Nos proteja das tristezas, dos sofrimentos, das dores morais e físicas. Seu amor, meu Deus, é como a brisa que vem de encontro a nós, tocando suavemente nossos rostos. Fechemos nossos olhos então, e vamos sentir o amor de nosso Pai, iluminando nossas almas e alegrando nossos corações. Vamos fazer de cada dia de nossas vidas, o dia mais feliz de toda nossa existência. Que Deus nos abençoe sempre e abrace também nossos irmãos que já partiram deste plano e estão, de alguma forma, encontrando seus caminhos. Obrigada, meu Deus. E que assim seja!