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Finados

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“O Livro dos Espíritos” – Questões 320 a 325

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Deise Bianchini – Naema
Mato Grosso do Sul
28/10/2000

Dirigente do Estudo da Noite:

Deise Bianchini – Naema

Oração Inicial:

<Naema> Estamos iniciando os trabalhos da noite. Que a Paz de Jesus encontre abrigo em vossos corações! Querido Jesus e amigos espirituais
Agradecemos por mais uma noite
em que poderemos estar unidos
para aprender um pouco mais dessa doutrina maravilhosa Que possamos atingir com nossas vibrações todos aqueles que não puderam estar presentes nessa noite que possamos estender os bons fluidos que vamos receber a todos os nossos
familiares
e aos encarnados e desencarnados que tanto necessitam de uma palavra de conforto e auxilio
que essa noite possa preencher nossas necessidades de conhecimentos e que seja uma porta aberta a buscas
que devemos efetuar para nosso progresso e reforma íntima Assim seja !

Mensagem Introdutória:

Ante os que partiram

Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio. Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo. Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima.

Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram. Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.

Também eles pensam e lutam, sentem e choram. Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram… Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio. Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito. Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias. Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.

Tranqüiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram. Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras. E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim. Emmanuel

Do Livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: FEB

Exposição:

Existem vários costumes e atitudes que a sociedade toma perante a partida do ente querido. O espírita a todos respeita, sejam costumes sociais ou religiosos, mas não os aceita a todos. E sempre age em função da realidade espiritual e não das aparências, pois sabe que os espíritos são mais sensíveis às lembranças que às homenagens. Os espíritos sentem-se sensibilizados com nossas lembranças, se são felizes essa lembrança aumenta-lhes a felicidade, e constituem-se em alívio para aqueles que são infelizes.

No dia de finados os espíritos atendem ao apelo do pensamento como em outro dia qualquer, é a prece que enaltece o ato de lembrar, pouca importa o lugar ou momento se ela é ditada pelo coração. ” Nos velórios , o espírita, não se desespera; mantém-se em atitude respeitosa, pois sabe que o espírito desencarnante está em delicada fase de desprendimento do corpo e de transformação de sua existência. Não usa velas, coroas, flores, pois o espírito não precisa dessas exterioridades; mas procura oferecer o que o desencarnante realmente precisa, que é o respeito à sua memória, orações, pensamentos carinhosos em favor de sua paz e amparo no mundo espiritual.

É fraterno com os familiares e amigos do desencarnante, ajudando-os no que puder. Nos sepultamentos não adota luxo nem ostentação, nem se preocupa em erigir túmulos, mas lembra sempre com afeto os entes queridos já desencarnados e procura honrá-los com atos bons e carinhosos em sua homenagem. Ora sempre pelo bem estas e progresso espiritual dos desencarnados, mas sabe que não é indispensável ir aos cemitérios para isso, porque as vibrações alcançam o espírito, onde quer que ele esteja.” (1) Isso não significa que o espírita se torne uma pessoa insensível frente a partida dos entes queridos.

Ele terá a dor da separação. Mas tem a certeza de que é apenas isso, uma separação momentânea. Que nos reencontraremos no mundo espiritual e sem os sofrimentos que desencadearam o processo. O espírita sabe também que estará ligado ao ser querido através do pensamento, das boas lembranças e da prece.

Para nossa reflexão vou colar um texto de Emmanuel:

Eles Vivem

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos.
Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus. Eles sabem igualmente quanto dói a separação. Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulastes no auge da amargura.

Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor. Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrima quando tateias a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando porque. Pensa neles com a saudade convertida em oração. As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas na vida.

Quanto puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-á contigo por infatigáveis zeladores de teus dias. Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária. Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material… Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar.

( Bibliografia consultada: Iniciação ao Espiritismo – Therezinha Oliveira (1); Obras Básicas da Codificação – Allan Kardec )

Perguntas/Respostas:

01 <Sol_Mar> Naema na verdade o tema foi tão bem exposto que fiquei sem perguntas. Os estudos de hoje ajudaram e muito. Naema quem pode me garantir que encontraremos nossos pais e entes queridos quando fizermos a passagem, ou até mesmo um grande Amor. Quero dizer alguém que tenhamos amado aqui na vida terrena.

< Naema> Sol Mar, obrigada pelas belas palavras. As pessoas se unem por afinidades, tanto aqui como no plano espiritual, por isso os espíritos nos dizem que a verdadeira família é a espiritual Se houver essa afinidade, os que já partiram estarão esperando por nós, mesmo que estejam em maior condições de elevação espiritual Vemos diversos relatos nos livros espíritas que nos contam as visitas recebidas
por espíritos que se encontram em condições mais elevadas que aqueles que recém desencarnaram Os espíritos que se prendem a nós por laços de afinidade seja familiar ou amor , como você colocou, preocupam-se conosco, e com nosso bem estar e com certeza quererão estar conosco para o reencontro

02<_Dulce_> E se eles não estiverem em boas condições, Naema…como agir nos casos em que os entes queridos desencarnaram em situação de desequilíbrio como o suicídio e o vicio em drogas?

<Naema> Você está perguntando se haverá o reencontro, ou como deve ser nossa atitude frente a situação em que alguém querido cometeu o suicídio?(t)

<_Dulce_> seria bom comentar os dois :))

<Naema> Em nossas orações devemos sempre envolver àqueles irmãos que passam por essa situação tão dolorosa Pensam em escapar aos problemas da vida com essa fuga, mas é um engano terrível, pois a situação só se agrava, e os problemas que temiam enfrentar demonstram não ser nada, frente aos sofrimentos que se iniciam Estão em estado de perturbação, alguns sem saber que já se foram não conseguem se comunicar e se sentem vivos No livro Memórias de um suicida, Ivone Pereira nos relata os sofrimentos que o personagem passa no Vale dos Suicidas e o pior tormento é achar que não haverá fim esse sofrimento

Nos momentos em que recebem nossas preces é como se fossem alcançados por momentos de paz onde podem receber o auxílio e o resgate de que tanto precisam Esses espíritos também poderemos rever, mas eles não nos verão pois estão em estado de perturbação e sofrimentos profundos Mas poderemos atingi-los com nossas preces. No fim a prece é o melhor remédio para todos os males :))) Não sei se era isso que você queria, mas sinta-se à vontade para complementar

<_Dulce_> era isso sim, amiga 🙂 obrigada 🙂

03<_Dulce_> Naema, há pessoas que, diante da desencarnação de um ente querido, pensam e se deixar morrer ou mesmo se suicidar para ficar ao lado daquele que se foi…o que dizer a essas pessoas?

<Naema > É uma pena que tomem uma atitude dessas Pois o que conseguirão é apenas afastar-se ainda mais e ainda podem causar um grande desequilíbrio naquele que está recebendo socorro, pois esse espírito se sentirá sem ação para agir em socorro do que cometeu o suicido Poucos de nós, ao desencarnar, estarão livres da perturbação que segue a morte O sofrimento excessivo também prejudica aqueles que foram pois gostariam de continuar trazendo o amparo, mas estão momentaneamente impedidos, pela sua própria condição

No livro que eu citei, da Ivone, ela relata um momento em que, após o socorro foram levados a visitar os familiares,
um dos espíritos não tinha essa permissão, mas insistiu demais, e acabou indo Em resumo, a situação que encontrou foi tão terrível isto é, a conseqüência do suicídio para seus familiares foi tão profunda, que ele enlouqueceu com o que viu O afastamento dos familiares ocorre pelas nossas atitudes ao enfrentar as diversas dificuldades com que nos deparamos, seja na vida ou na morte

Oração Final:

<MBueno> Bondade de vocês, mas meu coração se inflama pela demonstração de carinho !!!!!!!! Bem, oremos:
Pai, vós que sois todo Poder e Bondade… Amparai-nos em nossas provações diárias Unge-nos de vossa infinita sabedoria
Apresenta-nos o caminho de vossa suprema sabedoria Enchei nosso pequeno coração com vosso interminável amor e fazei-nos instrumentos eternos de tua infinita paz e tanto amor e compreensão Cobri nossas pegadas com tua marca de infindável perfeição Deus Pai, fonte de todo amor e paciência Permiti que participe desta tua infindável paz Mostra-me o caminho de mostrar aos demais esta felicidade que a nós reservastes Pai amado, ensina-nos a amar
Ensina-nos este sentimento que nos falta em todos os momentos de nossa vida Ensina-nos entender a força da maior e mais criadora das emoções Vós, que sois todo poder e bondade, ensina-nos o caminho Que assim seja
Sempre