A Ingratidão dos Filhos
Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Palestrante: Pedro Vieira
Rio de Janeiro
16/03/2001
Organizadores da Palestra:
Moderador: “” (nick: moderadora)
“Médium digitador”: “Brab” (nick: Pedro_Vieira)
Oração Inicial:
<hujito> Nós, Espíritos, viajamos em direção a Deus, limpando nossas mentes, vislumbrando um local de paz interior, com caminhar tranqüilo e constante, grandes reflexões, grandes luzes. Em estado de meditação e introspecção nos dedicamos a vibrar por nossos próprios vícios, por nossas próprias imprecisões do coração e pedimos a nosso irmão mais velho Jesus que nunca nos abandone nessa viagem, nos acalentando em seu colo, dando-nos força e perseverança para vencer-nos. Abençoando aqueles que passarem por nossa estrada, iluminando suas mentes para que nos indiquem a posição mais acertada do espírito. Que assim seja, senhor!(t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Pedro_Vieira> Meus queridos amigos, boa noite. Somos convidados, a cada instante, a vivermos no mundo sem sermos do mundo. O que isso significa? Significa que o convite que nos fazem os Espíritos é que utilizemos de maneira sábia nossa encarnação terrestre, mas que compreendamos que ela é um só passo numa evolução infinita, que se dá no íntimo de cada um. Quando nos deparamos com pessoas queridas, simpatias, antipatias, esse convite se renova. Compreendermos as pequenas situações de nossa vida como vivência do Espírito, muito mais do que vivência social, religiosa ou científica. O encontro de corpos nada significa se não significar encontro de corações. Quando nos referimos à família isso é particularmente tocante. A família é o berço maior da convivência, do exercício e da doação de Espíritos que ainda estão na infantilidade do amor. Nesse convite que Deus nos faz por meio de nossa família, devemos estar conscientes que é um convite a nós, Espíritos. Um convite à paciência, à calma, e à fé em saber que a morte não existe, e que a consciência pré-existe ao corpo que a abriga. O Espírito então que nos chega por filho é um Espírito pré-existente, que carrega suas dúvidas, apreensões e conquistas, e cabe a nós orientá-los adequadamente para que sigam o caminho do bem. Quando os Espíritos nos falam sobre a ingratidão, nos situam, antes, nesse contexto: o do Espírito. Nos mostram o quanto de dúvidas e de dor é para um Espírito reencarnante estar junto àqueles que outrora odiou, o quanto é difícil para o espírito ainda imaturo aceitar a responsabilidade de uma paternidade ou maternidade o que explica por vezes a instabilidade emocional e moral dos pais, em suas ainda pequenas conquistas morais. Nesse convívio de pais e filhos o amor de Deus é presente de maneira muito especial, porque permite que os sentimentos se interpenetrem na maternidade e na paternidade havendo uma troca imensa de energias e aprendizados entre os Espíritos que se reencontram. Saber respeitar e entender as opções, ter fé no futuro e agir com perseverança e respeito para com a consciência que está sob sua guarda, mas não lhe pertence – eis o dever dos pais. Reconhecer sua posição de respeito e dedicação e necessidade de andar de mãos dadas com aqueles que abriram muito mais do que a porta da casa, mas a porta de seus corações para recebê-los: eis o dever dos filhos. Entendermo-nos como Espíritos e nos respeitamos, sustentando as sagradas lições da maternidade que permitem renovação de caminhos, eis o dever de todos. Na ingratidão dos filhos, portanto, reside um pouco da responsabilidade de cada um de nós, enquanto sociedade que deve fazer-se sensível ao sofrimento e ativo à renovação de todos aqueles que, sempre filhos e algumas vezes pais, nos cruzam os caminhos da vida, reclamando auxílio.(t)
Perguntas/Respostas:
<Moderadora> [1] – <hujito> Jesus fala da ingratidão?
<Pedro_Vieira> Sim. Jesus, como maior psicólogo que a Terra já conheceu, situa a ingratidão muito mais profundamente do que simplesmente as situações exteriores. Eis o que nos relata o Evangelista Lucas, em seu capítulo 17, nos versículos 12 e seguintes: “E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passava pela divisa entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar em certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, os quais pararam de longe, e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! (…) Ele, logo que os viu, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos. Um deles, vendo que fora curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças; e este era samaritano. (…) Perguntou, pois, Jesus: Não foram limpos os dez? E os nove, onde estão? Não se achou quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” Quando Jesus mostra a importância do entendimento da cura pelo leproso que retornou, diz que a reconstituição física era completamente secundária frente ao entendimento e à humildade que seriam fundamentais na renovação moral daquele espírito. A gratidão está, pois, no entender de Jesus, à humildade, que é uma segura medida da disposição íntima sincera que um Espírito tem para renovar-se. Para ‘salvar-se’. Foi a fé e a perseverança humilde do Espírito que reconheceu a dádiva que recebeu que o salvou, e não a cura de sua lepra. De acordo com Jesus, o Espírito Santo Agostinho, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XIV, item 09, inicia sua mensagem dizendo: “A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo.”, mostrando sua importância frente à humildade e à força de renovação dos Espíritos.(t)
<Moderadora> [2] – <kkat> Se um filho não consegue amar o pai, deve sentir-se culpado?
<Pedro_Vieira> O entendimento da palavra “Amor” pelos idiomas modernos é bastante confuso. Lembramos que os gregos tinham para si quatro deuses, portanto quatro significações diferentes para designar o amor. Dois desses deuses – Pornea e Eros – eram ligados ao amor sensual, infantil e adolescente. Outro deus, no entanto, Phillis, representava o “amor de amigo”, que era, embora ainda egoísta e exigente de trocas, gerido pelo respeito mútuo e pela dedicação ao outro. Só o amor do deus “Ágape” que também significava uma expressão de um grande banquete onde o importante para o anfitrião era que todos se sentissem bem servidos – significava o amor total, de entrega, de doação sem limites. É natural, amigo, que o Espírito, quando ainda guarda dentro de si imperfeições e mágoas profundíssimas, exercite o amor de maneira imperfeita e recalcitrante. Esse amor pode não chegar ao desejo do bem e à dedicação espontânea, em doação, embora seja essa a sua idealização. Lembramos, entretanto, que o amor que é exigido na gratidão é o amor ‘Phillis’, o amor de respeito e reconhecimento, mesmo que frio. Esse grau de dedicação, que irá se transformando pouco a pouco em sentimento, quando começar a amolecer-se pela doação constante dos pais pode ser exercido sem restrições, desde que a alma que é chamada a ele seja consciente de si mesma e coerente com seus princípios cristãos. Jesus foi claro ao dizer: “Honrai vosso pai e voss mãe”. A honra, o respeito, são condições fundamentais para o plantio do amor que virá naturalmente e espontaneamente depois do exercício e do sentimento mais apurado. Quando se ache nessa situação íntima, o Espírito deve respeitar-se para que não haja fingimentos, mas ser consciente de que é pelo exercício e pela reflexão que chegará a passar do respeito à dedicação do coração, e caminhar ativamente em direção a ela, sem culpas que o paralisem inutilmente. Não há amor verdadeiro sob cobrança.(t)
<Moderadora> [3] – <hujito> Que tipo de conseqüência gera a ingratidão para o espírito após o desencarne?
<Pedro_Vieira> Optando conscientemente pelo caminho do orgulho e do egoísmo, colocando-se em posição isolada, os Espíritos escolhem o método de aprendizado por que o chamado de Deus deve chegar até eles: a dor. Não há nisso qualquer tipo de castigo, mas simplesmente uma conseqüência natural das Leis Naturais, que impulsionam sem cessar o Espírito a seu próprio íntimo, à educação e a Deus. Vejamos o que nos dizem os Espíritos: Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XIV, item 3: “Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros.” Em “O Livro dos Espíritos”, questão 399: “Assim, o orgulhoso será castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência subalterna; o mau-rico, o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.” No entanto, sem medos. Isso tudo tem por objetivo tocar o coração do Espírito ainda infantil no entendimento das Leis da Vida, de modo a fazê-lo compreender seu erro. E veja só que cena belíssima é descrita sobre esse despertar e a postura que assumirá, quando compreender-se imperfeito nesse aspecto. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XIII, item 19: “Os benefícios acabam por abrandar os mais empedernidos corações; podem ser olvidados neste mundo, mas, quando se desembaraçar do seu envoltório carnal, o Espírito que os recebeu se lembrará deles e essa lembrança será o seu castigo.(…) (…) Deplorará a sua ingratidão; desejará reparar a falta, pagar a dívida noutra existência, não raro buscando uma vida de dedicação ao seu benfeitor.” São as próprias ações que foram alvo da ingratidão que, quando preparado e convencido, ajudarão o Espírito a compreender-se e impulsioná-lo novamente ao bem e à necessidade de nova reencarnação, buscando seu aprendizado. É a Lei do Amor agindo na educação do Espírito.(t)
<Moderadora> [4] – <hujito> Como devemos lidar com a ingratidão, quando ela nos atinge no dia a dia?
<Pedro_Vieira> A ingratidão nos faz sofrer o coração – é certo. Mas devemos nos questionar a todo instante que isso ocorra se essa semente, a que nos referimos na questão anterior, fundamental na renovação do Espírito ingrato, já não foi lançada. Que tipo de semeador pararia seu trabalho por causa de pedras no canteiro? O bem do semeador é o semear, é a felicidade de plantar a semente do amor, e a certeza de que, a seu turno, essa semente frutificará e dará belos frutos que serão necessários àquele coração nascente no bem. “Sacudi vossos pés”, disse Jesus. Não importemo-nos com as dificuldades do caminho. Há grande tristeza em ver um coração dedicado amargurado e infeliz por causa da ingratidão. Recorremos, sobre esse assunto à Codificação Espírita, para ver o que nos dizem os Espíritos. “O Livro dos Espíritos”, questão 938. As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade? “Fora um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.” Além disso, os Espíritos também nos advertem sobre esse desânimo que as ingratidões do dia a dia, a se referiu o nosso amigo, nos chamam: ao exercício da humildade e da fé, porquanto se fazemos o bem esperando recompensa, mesmo que seja a gratidão, estamos exercendo nosso orgulho. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XIII, item 19: Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos? “Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. (…) (…) Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo.” Sem medo, pois. Tenhamos confiança na sabedoria de Deus, e fé em suas Leis, e ajamos segundo o que nossa consciência nos orienta. “Responde ao impulso interior que te diz: ‘Se podes salvá-lo, salva-o!'”.(t)
<Moderadora> [5] – <hujito> Os pais podem ser culpados da ingratidão dos filhos?
<Pedro_Vieira> Essa é uma questão íntima que só poderá ser respondida individualmente. Vejamos os dois casos, e como eles são tratados pelos Espíritos Superiores. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo V, item 4: “Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade (…) (…) que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.” É uma advertência porque a ingratidão dos filhos pode ser sim conseqüência de uma postura relapsa e distante dos pais, que, depois, surpreendem-se com a reação dos filhos, que registraram essas posturas que lhes foram passadas ao longo dos anos. É possível, entretanto, que a ingratidão ocorra mesmo com toda a dedicação dos pais? Sim, perfeitamente. Vejamos, sobre isso, qual é a orientação do Espírito Santo Agostinho. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XIV, item 9: “Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranqüila a consciência. A amargura muito natural que então lhes advém da improdutividade de seus esforços, (…) (…) Deus reserva grande e imensa consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor.” Mais uma vez, pois, façamos a nossa parte, que a semente plantada jamais morrerá. Paciência, fé e perseverança darão ao Espírito que nos chega aos braços todas as oportunidades de renovar-se.(t)
<Moderadora> [6] – <miltonSP> Nossas aflições muitas vezes têm causas anteriores à esta vida. A ingratidão pode ser reação à uma ação. Como você vê esta questão?(t)
<Pedro_Vieira> Milton, quando vemos um círculo de erros se propagando, não sabemos onde ele começou, não sabemos quem foram os culpados, sabemos apenas que ele foi gerado da ignorância e da dureza dos corações que não se compreenderam uns aos outros. O que o Espírita deve buscar nos intermináveis círculos de ingratidão, ódios, vinganças e ‘reações’? A causa? Não, ela perdeu-se no tempo, mostra-se inútil a maioria das vezes. Deve buscar agir contra ela. Reação a reação é como uma parede que impulsiona aquilo ou aquele que a força. Ação a reação é símbolo de inteligência, que verifica o erro e deseja pará-lo. E essa é a postura do cristão, e do espírita em especial. O Espiritismo nos traz o conhecimento das diversas existências não para buscar justificativas para nossos erros, mas para agirmos conscientes para combatê-los. Nenhum sentimento forte é efeito do acaso. Certamente o passado daquele que guarda mágoa no coração é forrado de mal entendimentos, angústias e dores. Mas onde está o foco, a ação, e a reação – isso pouco importa. Importa é que se hoje estamos juntos, pais e filhos, é a oportunidade divina que temos de levar amor ao coração que o pede, na forma de violência e de ódio, tentando chamar a atenção.(t)
<Moderadora> [7] – <_aluno> Por que os filhos da atual geração (16 até 27 anos) são tão cheios de si? Como se conhecessem tudo da vida?
<Pedro_Vieira> Há fatores sociológicos e espirituais envolvidos na resposta. Os sociológicos apontam na direção da dinâmica do mundo levar aos jovens não só uma enorme quantidade de informações, mas forçá-los a uma preparação mais rápida e uma disputa mais intensa por posições de trabalho e mesmo pessoais. A quantidade de informações com que são bombardeados e o a chuva de ilusões que o mundo lhes vende, num capitalismo desenfreado e pouco preocupado com o tempo e o bem estar do ser humano acaba por criar-lhes uma expectativa e uma auto-avaliação um pouco superlativa. Por outro lado, Espíritos mais dinâmicos – mais afinizados com o planeta – encarnam na intenção de procurarem, acompanhando o dinamismo do mundo, impulsionarem-no à frente. O egoísmo e o orgulho, numa suposta posição que são colocados pela mídia, excitado, os leva a essa crença. Essa diferença brutal entre o estado de seu coração e a quantidade exterior de ‘amadurecimento’ pode fazer com que descambem para a indiferença, o isolamento e, como o rápido despertar do orgulho e da vaidade, para a ingratidão. Daí a urgente necessidade de se considerar no campo da educação dos filhos a presença constante dos pais, o mais possível, a disponibilidade de tempo para esclarecimento de dúvidas, a sinceridade e a incessante – desde pequeno – insistência em mostrar-lhes o mundo muito além das aparências: como o Cristo propõe. Só assim estarão preparados para vencerem a si mesmos nos caminhos do próprio aperfeiçoamento em direção a Deus.(t)
<Moderadora> 8 – <hujito> que tipo de ensinamento podemos tirar da ingratidão?
<Pedro_Vieira> “Se Deus permite por vezes sejais pagos com a ingratidão, é para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem.” (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XIII, item 19) O ensinamento é que somos convocados à prática do entendimento das criaturas com perseverança e a esse ensinamento não nos podemos furtar pelas reações que tivemos, se nossa consciência está tranqüila. O exercício do bem, há maior ensinamento que esse?(t)
<Moderadora> [9] – <gizinha> Qual a atitude de uma mãe que faz tudo por um filho e ele só lhe faz ingratidão? (t)
<Pedro_Vieira> “Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. (…) (…) Mães! abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer.” (Santo Agostinho em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XIV, item 9) A luta pelo seu filho processa-se no seu coração, amiga. Exercite seu pensamento, para que chegue a ele, Espírito que é e que nunca deixará de ser. Faz o que Santo Agostinho recomenda todos os dias, em prece, ao final do dia, pedindo a Deus que, em nome de Jesus, leve suas palavras até seu coração. E que, se for de sua Divina Vontade, que possa tocar-lhes e ver que você continua pronta a todo instante recebê-lo de braços abertos. Os braços de uma mãe que se doa, desafiando toda a razão, toda a lógica, renovando os corações mais embrutecidos durante milhares de anos.(t)
Considerações finais do palestrante:
<Pedro_Vieira> Cito Johann Pestalozzi em sua obra “Madre i figlio”. “É natural que eu ponha como primeira condição o amor, que sempre comparecerá espontaneamente. Tudo o que eu pediria a uma mãe seria que ela fizesse operar seu amor com a maior força possível, e todavia o regulasse com a reflexão” (Pestalozzi, “Madre e figlio”) O grande pedagogo nos ensina: fundamentar o tratamento de nossos filhos, principalmente no divino presente da maternidade, com amor e reflexão, para ver frutificar suas sementes nos corações que Deus lhes confiou para cuidar em Seu nome. O recado da ingratidão é, pois, o recado do chamamento ao amor, à dedicação, à compreensão e à luta de renovação que, seguindo Jesus, travamos conosco mesmos. Deus fique com todos.(t)
Oração final:
<Moderadora> Jesus amigo, obrigada pela tua presença amorosa ao nosso lado, agora e em todos os momentos de nossa vida. Obrigada pela inspiração, pela intuição, pelo amor com que velas por nós incessantemente. Obrigada pela oportunidade de hoje. Obrigada por esse espaço virtual que nos permite a troca luminosa de reflexões sobre temas que falam tão de perto aos nossos corações. Que essas energias que nos inundam a mente e o coração todo o nosso Ser, que elas possam se espalhar por todo o nosso Lar. Que os nossos filhos, os nossos pais, os nossos irmãos, os nossos cônjuges, enfim, toda a nossa família seja beneficiada por essas energias. Que o Seu abraço amoroso, nos capacite a nos abraçarmos no dia-a-dia, amando-nos como somos. Ajuda-nos, no entanto, querido Amigo, a não nos esquecermos da grande Família Humana. Que possamos dar o nosso contributo a ela, seja num gesto simples, numa palavra que consola, que esclarece, no silêncio que é tolerância. No abraço, no aperto de mão, no olhar compreensivo, seja como for, que possamos distribuir entre todos os que conosco convivem, um pouquinho do muito que aqui recebemos nesse momento. Na certeza da Sua presença amiga ao nosso lado sempre, ajuda-nos a, por nossa vez, estamos sempre contigo, querido Amigo. E é em seu nome e em nome de Deus, nosso Pai, que damos por encerrados os estudos da noite, dizendo Graças a Deus. Graças a Jesus.(t)