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Juízo Final

Juízo Final

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Em conjunto com o Centro Espírita Maria Angélica

Palestrante: Guilherme Kremer
Rio de Janeiro
27/10/2000

Organizadores da palestra:

Moderador: “lflavio” (nick: |||Moderador|||) “Médium digitador”: “jaja” (nick: Guilherme_Kremer)

Oração Inicial:

<|||moderador|||> Jesus, querido amigo de todas as horas, queremos sentir as tuas luzes nos envolvendo, aumentando nossa luz e nosso entendimento no assunto do estudo da noite. Rogamos que os amigos da luz possam estar presentes e nos envolvendo e também envolvendo, de maneira especial, nosso irmão Guilherme, encarregado do estudo da noite de hoje. Felizes por estarmos presentes, te pedimos, Mestre, a permissão para iniciarmos os trabalhos da noite de hoje. Que assim seja!

Apresentação do Palestrante:

<Guilherme_Kremer> Eu trabalho no Abrigo Teresa de Jesus, que fica no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro e também participo das atividades do CEMA (Centro Espírita Maria Angélica – Rio de Janeiro) e na Cruzada dos Militares Espíritas. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Guilherme_Kremer> O tema da noite, Juízo Final, faz parte da preocupação de muitas pessoas ao longo do tempo. O Juízo Final, um dogma criado na Igreja antiga, a partir de interpretações do Novo Testamento que afirmam que, em determinado instante, o mundo irá acabar e, após a ressurreição, as pessoas serão julgadas por Deus através de Jesus. Esse juízo sempre, como falei, preocupou a Humanidade, esperando sempre a chegada do fim do mundo, principalmente quando você tem uma mudança de milênio.

Poderíamos citar, como exemplo, que ao final do século X, a Europa viveu uma grande comoção, ficou muito impactada, as pessoas esperando a chegada do fim do mundo. Foi um momento especial, pois muitos doaram suas propriedades para a Igreja, esperando a salvação. Muitos outros procuraram se harmonizar com seus inimigos. Entretanto, chegou o dia 1º de janeiro do ano 1000 e nada aconteceu, tudo ficou igual. Voltaram as brigas, mas as doações já estavam feitas. 🙂

Esse dogma, ele surgiu, como falei, a partir de afirmações de Jesus que nós precisamos entender bem. Realmente, o Mestre falou no fim do mundo. Entretanto, não devemos confundir o mundo com a Terra. No Evangelho, o mundo é o sistema de valores baseado nas coisas materiais e realmente, um dia, esse sistema irá acabar, porque, a partir de determinado instante, o sistema de valores será diferente, os valores serão espirituais.

Nesse sentido, entendemos a afirmativa de Jesus, recordando que o Juízo Final irá acontecer no sentido de que aqueles que ainda valorizam as coisas materiais serão transladados para outros mundos para que lá possam realizar o seu desenvolvimento espiritual. Aqui permanecerão os que já tiverem os valores espirituais. Complementando, recordamos que Jesus alertava sobre o ódio do mundo, a perseguição do mundo e isto aconteceu e mais, no sermão da montanha, Jesus afirmaria que os brandos herdarão a Terra.

Assim, não devemos confundir o mundo com o planeta Terra no conjunto de ensinamentos de Jesus. (t)

Perguntas/Respostas:

<|||moderador|||> [01] <lflavio> Porque esta preocupação com o juízo final sempre volta em determinadas épocas da humanidade?

<Guilherme_Kremer> Os dogmas são verdades que são impostas às criaturas. Assim, ao longo do tempo, as criaturas são levadas a acreditarem nestes dogmas e, em certos momentos, o temor é mais intenso como, por exemplo, na virada dos milênios. (t)

<|||moderador|||> [02] <ALEX_MT> Sabemos que, como ocorreu em Capela, a Terra vai passar por um momento de transição onde muitos serão exilados para mundos inferiores. Isso vai ocorrer bruscamente, em grande escala ou será suavemente ao longo do próximo milênio?

<Guilherme_Kremer> As informações dos Espíritos superiores indicam que esse processo já teve início. Muitos espíritos infelizes e ignorantes sabem no íntimo que não mais reencarnarão na Terra, gerando uma reação ainda maior desses espíritos, criando uma psicosfera conturbada como a que atualmente vivenciamos. (t)

<|||moderador|||> [03] <lflavio> Qual a situação ao desencarnar daqueles que fixam seu pensamento na crença do Juízo Final?

<Guilherme_Kremer> Imagino que esses espíritos sofram uma perturbação grande no plano espiritual, visto que eles não acreditam nesse plano e devem estar esperando o momento desse juízo, configurando uma situação bastante tormentosa para eles. (t)

<|||moderador|||> [04] <jaja> Como seria a visão espirita do Juízo Final? Como explicar este dogma aos que nos procuram?

<Guilherme_Kremer> A visão espírita não concorda com esse dogma, visto que todos serão salvos. Aliás, a grande boa notícia que Jesus trouxe foi justamente a que a salvação é para todos e não para alguns. Podemos explicar que esses dogmas foram criados a partir de interpretações deturpadas das palavras de Jesus, como explicamos acima. (t)

<|||moderador|||> [05] <ALEX_MT> Allan Kardec falava que o Bem é tímido e o Mal ousado. Disso temos prova porque os mais “espertos” parecem sempre se dar bem. Quando é que o Bem vai deixar de ser tímido? Quando é que ele vai poder enfrentar os poderosos e vencer?

<Guilherme_Kremer> Quando as pessoas não se envergonharem de serem caridosas e boas. Porque o mundo, o sistema de valores materiais, não valoriza o bem. (t)

<|||moderador|||> [06] <lflavio> Foi colocado sobre a influência dos dogmas, mas como entender que na virada desde milênio, com a ciência mostrando tanta coisa, muitos ainda se influenciam tanto com a idéia do fim do mundo?

<Guilherme_Kremer> Esses dogmas têm centenas de anos. Quantas vezes, nós mesmos não já acreditamos neles em outras vidas? É uma força muito grande. Poderíamos também perguntar, após 2000 anos, por que o homem ainda não acredita na reencarnação, que é uma lei natural. (t)

<|||moderador|||> [07] <Aeron> O que o Mestre Jesus quis dizer, então, com vir como uma espada e separar o joio do trigo e o pai de seu filho e a mãe de sua filha?

<Guilherme_Kremer> Muitas palavras de Jesus têm sentido figurado, têm um simbolismo grande. Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, aborda essas questões no capítulo entitulado “Estranha Moral”. Realmente, Jesus veio trazer um arbítrio, uma nova realidade, uma nova verdade. Jesus procurou quebrar o paradigma do mundo e, por essa razão, sofreu muito e acabou crucificado. Apesar de ser um derrotado do mundo, Ele venceu o mundo. (t)

<|||moderador|||> [08] <lflavio> Muitas pessoas demostram grande medo quando se fala do Juízo Final. O sentimento de alguma culpa pode ser a causa deste medo?

<Guilherme_Kremer> Certamente. Mesmo para o espírita, que não acredita nesse dogma, existe o receio de enfrentar a realidade no plano espiritual. (t)

<|||moderador|||> [09] <lflavio> Sempre se coloca o julgamento quando se fala de juízo final. Porque esta imagem?

<Guilherme_Kremer> Porque, em algumas passagens, Jesus fazia referência a esse julgamento. Mais uma vez, insistimos que esse julgamento será feito, permanecendo aqui os que tiverem condições de participarem do mundo de regeneração. (t)

<|||moderador|||> [10] <lflavio> Se relaciona muito o Juízo Final com a volta de Jesus à Terra. Esta relação esta em algum texto evangélico? Como entender? Complementando a pergunta: Seria, então, Jesus que iria comandar o julgamento?

<Guilherme_Kremer> Realmente existe essa relação de uma segunda vinda de Jesus. Entretanto, entendemos que o Mestre permanece junto a nós a todo instante, a toda hora, basta nos aproximemos dele vibracionalmente. “Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei.” Essa segunda vinda estaria relacionada a esse julgamento. Entretanto, entendemos que esse “juízo” já começou e certamente alguns espíritos já não mais reencarnarão aqui. (t)

<|||moderador|||> [11] <ALEX_MT> Será que nós, que tanto nos esforçamos para realizar nossa reforma íntima, procuramos sempre fazer o bem, embora nem sempre o façamos, corremos o risco de sermos também exilados?

<Guilherme_Kremer> O bom senso nos indica que não. Ainda com bom senso podemos identificar aqueles que não terão condições de permanecer aqui entre nós. (t)

<|||moderador|||> [12] <lflavio> Como sempre se relaciona Juízo com julgamento, qual o papel da consciência de cada espirito nesta imagem que foi criada com o Juízo Final?

<Guilherme_Kremer> O julgamento é sempre da nossa consciência, o juiz implacável. No “Livro dos Mortos”, dos egípcios, afirmava-se que o espírito era julgado por 42 juízes, dentro dos 10 mandamentos da lei. Certamente é mais fácil enfrentar esses 42 juízes, do que a nossa consciência. (t)

<|||moderador|||> [13] <lflavio> Qual o melhor meio de ficarmos tranqüilos e deixarmos de lado toda percepção com relação ao Juízo Final?

<Guilherme_Kremer> A tranqüilidade advém da consciência pacificada com Deus. Assim, procuremos nos ajustar às Leis de Deus e teremos a paz com Deus. E, assim, estaremos aptos, um dia, a termos a paz de Deus. (t)

<|||moderador|||> [14] <ALEX_MT> Esse julgamento de que fala a Bíblia será feito necessariamente por Jesus ou por cada um de nós, pela nossa própria consciência, ao adquirir a liberdade do corpo físico e recordar de tudo o que fomos e fizemos enquanto encarnados?

<Guilherme_Kremer> Pela nossa consciência. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Guilherme_Kremer> O mundo ainda continua forte, os valores materiais ainda estão presentes junto a muitas pessoas. O processo de transformação desses valores foi iniciado há 2000 anos atrás e o processo continua. Ao final desse processo, o mundo acabará e os que tiverem os valores do espírito herdarão a Terra. Muita paz a todos!

Oração Final:

<Ioio> Senhor Jesus, bom e amado Mestre, te agradecemos, Senhor, a oportunidade da presente reencarnação e do conhecimento da Doutrina Espírita. Que todos nós, que fomos brindados com a palestra do querido irmão, possamos refletir, interiorizar as palavras aqui proferidas para nos fortalecermos e caminharmos, sempre em Sua direção. Ampara e abençoa o querido irmão Guilherme, para que ele continue em sua jornada, sempre estudando e trabalhando em prol da amada Doutrina dos Espíritos.

E assim, Senhor, certos a sua presença amiga e benfazeja, certos da presença amiga do mentor de nosso trabalho, o amantíssimo Cairbar Schutel, mas, sobretudo, certos da presença de Deus, nosso Pai de infinita misericórdia, que possamos dar por encerrado os trabalhos da noite de hoje. Fica conosco, Mestre, agora e sempre!