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A Lei de Amor

A Lei de Amor

“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI, item 8″

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Lúcia Oliveira
Rio de Janeiro
14/08/2002

Dirigente do Estudo:

Adriana Barreiros

Mensagem Introdutória:

MAIS E MAIS

“O espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa.” Capítulo XI – Item 8.

Quanto mais você aprofunda a mente nas pesquisas espirituais da meditação superior, mais se aclaram os horizontes da existência, decifrando os enigmas da vida. Nascentes profundas – cursos d’água poderosos.

Quanto mais você trabalha atrelado à satisfação de servir, mais se desdobram as possibilidades de execução. Estátua brilhante – pedra muito burilada.

Quanto mais você compreende o infortúnio, mais se dilata a capacidade de amar. Colheita farta – solo abençoado.

Quanto mais você negligencia o dever, mais dificuldades encontra para viver. Região palustre – zona de águas paradas.

Quanto mais você amaldiçoa, mais desesperos perturbam sua marcha. Vendaval em curso – searas destruídas.

Quanto mais você se revolta no trabalho, mais trabalho reponta no caminho. Obstáculo à frente – eco que se repete.

“Mais receberá aquele que mais der” – afirmou Jesus. Toda realização nobre coroa o ser de bênçãos. Todo abuso assinala-se com vigorosos sulcos.

Mais amor, e o mundo todo se renovará.

Com Jesus Cristo, você aprendeu a entender as necessidades e desventuras, sendo imprescindível esforçar-se mais e mais, cada dia, para extirpar em silêncio a crueldade e o mal de si mesmo, socorrendo as vítimas da ignorância, onde se encontram, com a força da bondade espontânea em justa cooperação.

Marco Prisco
Do Livro: Glossário Espírita-Cristão
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
Editora: LEAL

Oração Inicial:

<Wania> Jesus amigo, mais uma vez aqui estamos reunidos, rogando ao Teu coração generoso que nos ampare, que ampare este ambiente virtual, tornando-o mais um ponto de luz para todos que aqui chegam. Inspire a palestrante da noite, que conduzirá nossos pensamentos. Que a espiritualidade amiga, coordenadora deste trabalho, nos auxilie em nossas lutas diárias, no sentido de não permitirmos que o desânimo esteja presente em nossos espíritos. Que seja em Teu nome, Senhor da Vida, em nome de Cairbar Schutel, mas sobretudo em nome de Deus, que possamos iniciar mais um momento de estudo, prece e reflexões.

Que assim seja!

Exposição:

<Lucia_Oliveira> Que Deus nos abençoe para que através do estudo das Leis Divinas possamos nos libertar para alçarmos vôo para a plenitude pois, como nos falou Jesus: “Conhece a verdade e a verdade vos libertará”.

Em todo o Universo, vige o Amor do Criador e não existe lugar onde haja carência desse sentimento que a todos e a tudo envolve.

Dentre as Leis Divinas, expressão do amor de Deus, há a Lei de Progresso a qual estamos submetidos e que nos dá condição de desenvolvermos e sedimentarmos essa substância criadora e mantenedora do Universo, o Amor.

Joanna de Ângelis, no livro Autodescobrimento, define para nós esse sentimento:

“O Amor é o poder criador mais vigoroso de que se tem notícias no mundo”. Seu vigor é responsável pelas obras grandiosas da humanidade. Na raiz das realizações dignificadoras, ele se encontra presente delineando os projetos e impulsionando os idealistas a sua execução. Alenta o indivíduo, impulsiona-o para frente e faz-se refúgio para a vitória sobre as dificuldades. No amadurecimento psicológico do ser, ei-lo (o amor) direcionando todos os ideais e sustentando em todos os embates aquele que permite desabrochar qual lótus esplendente sobre as águas turvas e paradas do charco do qual pousa em triunfo”.

Como nos fala a lição, no início o homem só tem instintos e uma longa caminhada para atingir o ponto mais delicado do sentimento.

O instinto objetiva concorrer para os desígnios da providência. Pela necessidade de viver, o homem se conserva buscando, instintivamente, o melhor para si, prelúdio do amor próprio.

Da exageração do instinto de conservação nasce o egoísmo, antítese do amor próprio, pois egoísmo é o sentimento que retém o amor próprio que doa.

Na caminhada evolutiva, saímos dos instintos para a sensação e emoção e, ainda aqui, é a mentora Joanna de Ângelis que nos esclarece, dizendo:

“A criatura humana é um feixe de sensações, resultado natural dos períodos primários da evolução, em trânsito para a realidade das emoções. O homem sensação é exigente e possuidor e, ao despertar a emoção, torna-se natural a valorização do próximo e da vida. A sensação é herança do instinto dominador a emoção é tesouro a conquistar pelos caminhos da ascensão”.

Instruindo-se e purificando-se, o homem atinge o sentimento, e o mais sublime é o amor e o amor resume toda a doutrina do nosso mestre Jesus pois, sendo o amor humanizado com a sua vibração faz com que aquele que o encontre se modifique, ou seja, aquele que encontra Jesus nunca mais é o mesmo.

Nos conta Divaldo Franco, na fita “O Cristo Histórico” um momento em que a Madre Teresa de Calcutá encontrou o Senhor Jesus.

Diante da cruz ela se deteve a vê-lo de uma forma especial. Aos seus pés, estavam escritas duas palavras: “Tenho sede”

Aí ela se perguntou: “O que é que já lhe dei para aliviar a sua sede?” E a madre resolveu dar-lhe de beber. Saiu da casa monasterial que lhe resguardava. Passando por um depósito de lixo um dia, escutou um gemido no meio de vários corpos inertes. Aproximou da criatura, a envolveu, a aconchegou no seu regaço e aquele ser, no leito da morte, narrou-lhe sua mágoa e a irmã a conclamou ao perdão.

Ela lhe perguntou:

“Qual é a sua religião?”

A madre lhe respondeu: “É o amor”.

“Qual o seu Deus?”

“Meu Deus é você, porque se, em verdade, eu não a amar como amarei a Deus. O meu Deus é uma ilusão que eu tenho muito longe de mim.”

E por fim, ela lhe perguntou: “Por que ages assim?”

“Porque agora eu conheço Jesus”

A mensagem do Mestre é, repetimos, toda Amor e que o encontra modifica-se por deixar se envolver na chama viva desse sol que aquece os corações e vivifica-os fazendo-os vigorosos.

Assim, poderemos compreender melhor as passagens do nosso pastor quando, principalmente, na montanha, cantou o sermão, fazendo com que aquelas almas sofridas, amarguradas, doídas, desalentadas, deixassem as emoções explodirem em festa de paz e esperança por abrirem a alma a doce e vitalizante energia do amor.

Como nos fala Joanna de Ângelis, na condição de peregrino do amor, o Senhor Jesus demonstrou como é possível curar as feridas do mundo e a dos seres humanos com a exteriorização do amor em forma de compaixão, de bondade, de carinho e de entendimento.

A Doutrina Espírita nos esclarece, através da Lei da Reencarnação, que podemos e devemos cultivar, desde já, este sentimento pois, somente assim é que conseguiremos obter a cota de bem-aventuranças que já podemos desfrutar dentro do grau evolutivo que nos encontramos.

Somente amando-nos e perdoando-nos conseguiremos amar e perdoar o próximo pois, somente damos aquilo que possuímos. Assim, constatamos a necessidade de desenvolvermos o amor próprio, ou seja, desenvolver as potências para doarmos.

Ainda nos fala a lição que o espiritismo vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino: a reencarnação, que conduz o homem a conquista do seu ser.

Reencarnação um aspecto da Lei de Amor pois, através dela podemos retificar nossas falhas, conquistar aquilo que ainda não conquistamos e aprender tudo aquilo que necessitamos. A reencarnação, assim, nos conduzirá a conquista do nosso eu profundo, como nos fala a parábola dos talentos, multiplicando os dons divinos.

Dando valor real as coisas do mundo, entendendo o valor das coisas espirituais, desfazendo-nos da ilusão que é anestésico da alma, dilatando a nossa visão, percebendo, assim, que o próximo é nosso irmão, filho, tanto quanto nós mesmos, do Pai de Amor. Assim, atingiremos o objetivo.

Não estando isento o homem dessa essência divina, o amor, tem, o homem, de se determinar haurir coragem e vontade firme para exteriorizar, através de seus pensamentos, atos e palavras esse sentimento pois, o amor é como ímã o qual não lhe é possível resistir, atraindo, desse modo, todos aqueles que se deixarem levar por esse fogo sagrado.

Só assim, seremos felizes pois, como nos fala a questão 614 do Livro dos Espíritos, o homem só é infeliz quando se afasta da Lei Natural, Lei de Deus.

Que possamos, como Madre Teresa, olhar para o próximo e buscar Deus, para que o nosso Deus não seja uma ilusão.

Só poderemos concebê-lo como Pai que faz com que o sol se levante para os justos e injustos, que recebe o filho pródigo como filho, e não um dos seus empregados dando sempre a chance de reabilitação e renovação.

Elevemos nosso olhar ao céu para agradecer e direcionemos o nosso olhar para frente seguindo as pegadas do nosso Mestre, modelo e guia pois, só dessa forma vivenciando a verdade alcançaremos a vida, vida em plenitude, essência do Amor de Deus.

Paz!

Oração Final:

<Adrianabcm> Senhor, ensina-nos:

a orar sem esquecer o trabalho;
a dar sem olhar a quem;
a servir sem perguntar até quando;
a sofrer sem magoar seja a quem for;
a progredir sem perder a simplicidade;
a semear o bem sem pensar nos resultados;
a desculpar sem condições;
a marchar para frente sem contar os obstáculos;
a ver sem malícia;
a escutar sem corromper os assuntos;
a falar sem ferir;
a compreender o próximo sem exigir entendimento;
a respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração;
a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxa de reconhecimento.
Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades.
Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-te os desígnios onde e como queiras, hoje agora e sempre.
Assim seja, obrigada Pai!