Livre-Arbítrio
Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
em conjunto com o Centro Espírita Léon Denis
http://www. celd.org.br
Palestrante: Paulo Nagae
Rio de Janeiro
07/08/1998
Organizadores da palestra:
Moderador: “Macroz” (nick: |Moderador|) “Médium digitador”: Carlos Filipe (nick: Paulo_Nagae)
Oração Inicial:
<Dilma> Assim como o Senhor derrama sobre esse canal as bençãos necessárias, que cada um possa sair daqui confortado, com seus corações cheio de esperança e renovados, para as lutas que nos aguardam. Fica conosco, ampara-nos, sustenta-nos na caminhada, abre o nosso coração ao entendimento, e que a Tua paz se faça, Senhor, hoje e sempre, em cada canto do Universo, sobre todos os nossos irmãos. Que assim seja!
Considerações iniciais do palestrante:
<Paulo_Nagae> Que os amigos espirituais de cada um de nós possam nos intuir e nos ajudar durante os estudos da noite. Sobre livre-arbítrio faremos algumas colocações iniciais que esperamos que possam despertar outras questões que procuraremos responder durante o estudo. Livre-arbítrio é a liberdade que o indivíduo tem de se guiar conforme a sua vontade. O maior problema é entender esta liberdade, levando em consideração que todas as criaturas são regidas por uma lei natural e imutável, que é a Lei de Deus. Esta lei nos impõe determinadas condições, que ás vezes chegamos a duvidar do livre-arbítrio que temos.(t)
Perguntas/Respostas:
<[Moderador]> [1]-<Sidnei José> Qual o limite do livre-arbítrio ?
<Paulo_Nagae> O livre-arbítrio se apresenta de modo diferente para cada indivíduo, não diríamos que ele tem um limite. Ao contrário, diríamos que esta liberdade varia para cada indivíduo de acordo com a evolução espiritual de cada um. Ou seja, quanto maior a evolução do Espírito, maior o seu livre-arbítrio. E em conseqüência disso, maior a sua responsabilidade, diante de seus atos.(t)
<[Moderador]> [2]-<Daniel> O conhecimento gera responsabilidade. Conseqüentemente, aumenta o livre-arbítrio?
<Paulo_Nagae> Sim, como colocado anteriormente.(t)
<[Moderador]> [3]-<Sidnei José> Algumas vezes a Justiça Divina interfere no livre-arbítrio de uma pessoa para que esta não cause um mal maior? Se a resposta for positiva, por que não interferiu nas ações de Hitler?
<Paulo_Nagae> O livre-arbítrio é justamente a liberdade do indivíduo escolher entre fazer o bem ou fazer o mal. A justiça Divina age registrando na contabilidade espiritual do indivíduo os créditos e os débitos provenientes de suas ações. Se a lei interferisse nesta liberdade, o espírito estaria sendo tolhido na sua capacidade de escolher, o que não quer dizer que os espíritos, como instrumentos da lei Divina, não tenham tentado em todos os momentos conduzir para o caminho do bem todos aqueles espíritos que estejam tentando fazer o mal. No exemplo citado, com certeza, Hitler teve tanto a influência para agir no mal quanto para agir no bem. A sua escolha é o livre-arbítrio sendo exercido. Quanto ao mal sofrido pela humanidade, ele só aconteceu porque tinha cabimento diante da Lei de Deus, ou seja, se sofremos as conseqüências dessas ações é porque as plantamos no passado.(t)
<[Moderador]> [4]-<Alexandre Costa> Considerando-se que Deus é onisciente, isto é, que nada pode ser desconhecido para ele, como conciliar nosso livre-arbítrio com o fato de Ele saber de antemão qual será nossa escolha ?
<Paulo_Nagae> O fato de Deus ou dos espíritos, que estão próximos a nós e são responsáveis pela nossa encarnação, saberem pelas nossas tendências ou pelo menos verem grandes possibilidades de optarmos pelo mal, não interfere na nossa liberdade de escolha. Do mesmo modo que, pelo fato de um pai perceber que seu filho vai ter uma atitude errada, e lhe orienta para que ele não a concretize. Este filho irá concretizá-la se o vício que originou esta atitude ainda fizer parte da sua bagagem espiritual, independente do conselho do pai.(t)
<[Moderador]> [5]-Duas perguntas-<lizzia> Até aonde o livre arbitrio interfere no carma de cada um? <Centaury> O livre arbítrio não interfere no destino ?
<Paulo_Nagae> A liberdade de ação de hoje é que irá criar o destino de amanhã, pois tudo que plantamos iremos colher um dia. Quando examinamos a colheita, e ela é inevitável, temos a impressão que não está existindo a liberdade de escolha. Porém, esta já existiu no momento em que escolhemos a semente a ser plantada.(t)
<[Moderador]> [6]-<Dilma> Quanto ao determinismo e livre arbitrio,.pode o amigo diferenciar um do outro e onde acaba um e começa o outro ?
<Paulo_Nagae> Do mesmo modo que a anterior, o determinismo começa a ser desenhado no momento em que eu faço a livre opção entre o bem e o mal. Isto, no que diz respeito aos acontecimentos materiais na vida do indivíduo, pois não existe fatalidade nos acontecimentos morais da vida do Espírito. Ele sempre poderá escolher entre fazer o bem ou o mal.(t)
<[Moderador]> [7]-<Dilma> Sabemos que nosso direito vai até onde começa o do outro. O livre arbitrio não teria, também, bases nesse principio, havendo assim interferência em nosso livre-arbitrio, sustentado pela lei de justiça ?
<Paulo_Nagae> Pode até haver interferência, porém, não a ponto de forçar “obrigatoriamente” que eu tenha uma atitude diferente da que eu realmente quiser. Lembremos que não existe arrastamento irresistível.(t)
<[Moderador]> [8]-<Flávio> Vejamos, nós decidimos tudo no plano invisível e traçamos metas para o nosso progresso. Porém, não temos consciência disto na condição de encarnados. Por isso é que temos o livre-arbítrio para passar ou não nas provas pré-estabelecidas?
<Paulo_Nagae> No plano espiritual exercemos o livre-arbítrio, durante o comprometimento que assumimos com referência ao Plano Reencarnatório. Este plano determinará algumas condições, as quais não podemos fugir, como por exemplo: família em que iremos reencarnar, o local, condições sociais, área de atuação profissional, etc. Isto faz com que alguns interpretem que não há livre-arbítrio. A Doutrina Espírita vem nos esclarecer, mostrando que o livre-arbítrio utilizado em vidas passadas foi o que gerou estas condições de reencarnação. Durante a vida terrena teremos a oportunidade de exercer o livre-arbítrio cumprindo ou não o que nós escolhemos no campo das atitudes morais.(t)
<[Moderador]> [9]-<Flávio> Gostaria de entender se o futuro existe ou não, uma vez que pessoas prevêem fatos futuros. Neste caso, onde está o livre-arbítrio?
<Paulo_Nagae> As previsões são baseadas ou nos fatos pré determinados, citados na questão anterior, ou na observação das tendências do espírito que está sendo alvo das previsões. Por isso algumas se realizam e outras não.(t)
<[Moderador]> [10]-<Macroz> Paulo, li uma vez um caso de dois espíritos, no livro, “Tráfico, doloroso resgate”, que chegaram a um grau tão avançado do ódio recíproco, que beiraram o demência, ambos desencarnados, após terem vivido uma vida de infelizes erros. Este sentimento recíproco, perdurou o além túmulo, e estavam tão perturbados, que, para poderem ter atendimento satisfatório dos amigos espirituais, perderam temporariamente o livre-arbítrio. Isso pode ocorrer, mesmo que a título de auxílio?
<Paulo_Nagae> Sim. No início do estudo colocamos que o livre-arbítrio é proporcional à evolução do espírito. No caso citado, ele, o livre-arbítrio, foi temporariamente caçado para o bem dos espíritos. Do mesmo modo que os pais tiram a liberdade dos filhos em determinadas situações, com o intuito de educá-los.(t)
<[Moderador]> [11]-<Abraao> Sendo que o Espiritismo considera que todos estamos “fadados” ao desenvolvimento, sem o menor risco de uma “involução”, até que ponto temos de fato Livre Arbítrio – já que, por mais que escolhamos caminhos diferentes, estaremos obrigatoriamente caminhando em direção a perfeição, levemos maior ou menor tempo para isso?
<Paulo_Nagae> O livre-arbítrio está na escolha de querermos chegar à perfeição mais rápido e usufruir da felicidade inerente a esse estado.(t)
<[Moderador]> [12]-<Abraao> Se “no plano espiritual exercemos o livre-arbítrio, durante o comprometimento que assumimos com referência ao Plano Reencarnatório”, como o senhor citou, como fica esse livre arbítrio após a reencarnação, quando o chamado “véu do esquecimento” nos impede de relembrarmos desses compromissos assumidos durante o período de intermitência? Assim, temos na presente encarnação o livre arbítrio ou não temos?
<Paulo_Nagae> Temos porque todas as resoluções tomadas estão presentes na nossa memória de espírito. Não nos esqueçamos que todas as noites desdobramos, retornamos ao Plano Espiritual e temos oportunidade de relembrarmos com mais clareza os compromissos assumidos.(t)
<[Moderador]> [13]-<Macroz> Paulo, qual o ponto em que os seres criados por Deus, adquirem o livre arbítrio?
<Paulo_Nagae> O livre-arbítrio, como qualquer outra aquisição do espírito, não acontece de um momento para o outro. Ele vai se desenvolvendo junto com o espírito. No momento em que o princípio inteligente se individualiza, tornando-se espírito e tendo consciência de si mesmo, o livre-arbítrio começa a aparecer e vai se desenvolvendo conforme a evolução do espírito.(t)
<[Moderador]> [14]-<Abraao> Se o livre arbítrio está na escolha que fazemos de chegar à perfeição, mas, fatalmente, faremos esta escolha – ou alguem não fará? – como pode ser livre arbítrio, ou melhor, como livre arbítrio pode ser “livre”?
<Paulo_Nagae> O livre-arbítrio está presente na própria escolha que o espírito faz de buscar esta perfeição. Há espíritos que estacionam e permanecem vários séculos sofrendo sem que pensem em caminhar rumo à perfeição. Eles estão também exercendo a liberdade de escolha.(t)
<[Moderador]> [15]-<Marcelo3> Os espíritos que vivem nos “abismos”(lugar onde os espíritos que ali estão, vivem num estado de inconsciência), estão, dessa forma, desprovidos, ao menos temporariamente, do livre arbítrio?
<Paulo_Nagae> Não, pois, no momento em que pensarem em Deus e pedirem ajuda de coração, com certeza, espíritos virão socorrê-los e retirá-los desta situação. Lembremos que se lá estão é porque não fizeram a opção correta.(t)
<[Moderador]> [16]-<Abraao> Senhor Paulo: desculpe, mas estou então com um problema conceitual: Como compreender liberdade, se eu a tenho “censurada” pelas debilidades inerentes ao meu próprio corpo fisico – que, nesta encarnação, me faz “esquecer’ de minhas opções – por exemplo, durante os desdobramentos que eu tive durante a noite?
<Paulo_Nagae> Compararemos o tempo de estadia no Plano Espiritual com um período em que o aluno está estudando e compararemos a encarnação do espírito com a prova que o estudante é obrigado a fazer para comprovar seu aprendizado. Se o estudante assimilou os ensinamentos ele passa na prova. Lembrar de tudo e optarmos, equivaleria a fazer a prova colando. Nós que, graças a Deus, conhecemos o Espiritismo, ainda temos a facilidade de fazer a prova com consulta. Lembremos ainda que o professor exige muito mais do aluno quando aplica uma prova com consulta.(t)
Considerações finais do palestrante:
<Paulo_Nagae> Boa noite, e que todos possam ter aproveitado esses momentos de estudos. Que Jesus nos abençoe.(t)
Oração Final:
<Abraao> Pai de bondade infinita, nos convidas sempre a escolhermos a forma de nossa evolução em louvor às benção que nos concedes. Lembremos, com profunda reflexão, da letra da canção, Pai, que diz: “Se ouvires a vós do tempo chamando sem parar! Se ouvires a vóz do vento querendo te enganar: A decisão é tua! São muitos os convidados! Quase ninguém tem tempo! Se ouvires a voz de Deus chamando sem parar, se ouvires a voz do mundo querendo te enganar: a decisão é tua! São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo. A decisão é tua!” Pai, que aprendamos a decidir cada vez melhor! Que possamos sentir teu chamado de Amor cada vez mais nítido! Abençoa, Pai, cada um de nós aqui participantes, em especial o nosso querido palestrante, de forma que possamos ser multiplicadores do teu Amor e participantes na criação de um mundo melhor, em nome de Jesus! Assim seja!