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Magnetismo e Hipnose

Magnetismo e Hipnose

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Mário Coelho
Rio de Janeiro
15/09/2000

Organizadores da palestra:

Moderador: “_dulce_” (nick: moderadora) “Médium digitador”: “cacs” (nick: Mario_Coelho)

Oração Inicial:

<moderadora> Jesus Amigo, obrigada por esta oportunidade sublime de estarmos aqui reunidos em pensamento e coração para meditar um pouco sobre conhecimentos tão importantes, de nos conscientizarmos.

Que as nossas mentes e os nossos corações estejam abertos para assimilar os ensinamentos da noite. Que o palestrante da noite possa ser inspirado na sua palavra, para que ela leve o consolo, o conforto e o esclarecimento a cada um dos nossos corações. Esteja conosco nesse esforço de aprendizado, Jesus. Graças a Deus!

Apresentação do Palestrante:

<Mario_Coelho> Sou trabalhador do Centro Espírita Léon Denis (CELD), e sou médium psicógrafo receitista. Sou médico de formação, com especialidade em cardiologia. (t)

Perguntas/Respostas:

<moderadora> [01] <cacs> e <Mario Cunico> perguntam: Qual a diferença entre magnetismo e hipnotismo?

<Mario_Coelho> Historicamente o magnetismo data desde a Antigüidade. Desde o antigo Egito, desde os tempos dos Deuses ligados a cura, desde a Grécia antiga fazendo parte das relações sacerdotais com o povo, com os fiéis que buscavam o contato com aqueles capazes de intermediar a cura através dos Deuses.

O termo magnetismo já era usado no século XVII por Van Helmont com nome de magnetismo animal, mas somente ganhou foro de doutrina com Franz Mesmer que, através das suas memórias impressas, estabeleceu 27 proposições acerca do magnetismo animal. Dizia ele que os astros agiam sobre nós e uns sobre os outros e sobre os corpos animados e que esta influência tinha um agente que era o fluido universal e que os corpos gozavam de propriedades análogas a do imã e essas propriedades podiam ser transmitidas de outros corpos animados para animados ou inanimados e que a doença era um desequilíbrio deste magnetismo.

Já o termo hipnotismo foi criado pelo médico inglês Braid depois de assistir algumas sessões com o magnetizador Lafontaine. Dizia ele ter descoberto a causa da magnetização sobre o outro, que era a sugestão do magnetizador que agia sobre os centros nervosos e, com isso, quis dar “ares de ciência” a questão chamada magnetismo com um novo nome: “hipnotismo”. (t)

<moderadora> [02] <Mario Cunico> Franz Anton Mesmer – Pai do mesmerismo – ainda é considerado como cientista/inovador e por outros com charlatão. Qual a vossa douta opinião?

<Mario_Coelho> Vejo Mesmer como vejo qualquer homem implantador de idéias. Trouxe ele as bases para que entendêssemos o magnetismo, muito embora tendo sido, em algumas de suas demonstrações, taxado de charlatão. Muitos dos erros de Mesmer não foram erros da doutrina que trazia e sim da própria ânsia de querer provar a realidade dos seus estudos àqueles que tenazmente o pressionavam. Acho que foi tudo fruto da própria época, do desejo de uns de crer e de outros de combater. (t)

<moderadora> [03] <Regina> Pode o magnetismo ser confundido com transe mediúnico? Ou melhor, a pessoa hipnotizada está sempre acompanhada por alguma “entidade”?

<Mario_Coelho> Há pessoas que inconscientemente se auto-hipnotizam. Digo aí hipnotizam no sentido de fortificar em si uma idéia fixa. Desse modo, já vimos pessoas com crise emocional inconscientemente simulando incorporação mediúnica, primeiro tendo a crise com uma pseudo perda da consciência ao ponto de as pessoas que não conhecem profundamente o tema achar que a pessoa estava caída no chão por ação de espíritos e depois, muitas das vezes, a pessoa sai desse transe como se tivesse mesmo desincorporando.

São sutilezas que aqueles que vivenciam contato com pessoas sofridas na Casa Espírita encontram vez por outra. (t)

<moderadora> [04] <Dulce> Você falou que, segundo Mesmer, o Magnetismo desequilibrado é a doença. A hipnose pode ajudar a reequilibrar as doenças? Se sim, como?

<Mario_Coelho> O hipnotismo com finalidade médica ajuda o equilíbrio da mente no sentido de sugestionar o doente no sentido de fazer com que ele tire de dentro dele algumas idéias fixas que são substratos da doença. E nós não fazemos isso mesmo sem conhecermos hipnotismo? Quando, por exemplo, ao ter uma dor começamos a ter idéias otimistas sobre a nossa dor e até mesmo quando procuramos entender as causas da mesma é uma auto-sugestão em que com entendimento “redimensionamos” a nossa dor.

Um exemplo: é mais fácil para um espírita aceitar a dor da morte do ente querido do que um não espírita, e a perda não é a mesma do não espírita? No entanto, com conhecimento ele “redimensiona” a sua dor, tornando-a menor. Ele aceita porque entendeu, porque preparou-se para tal. No fundo não é um trabalho junto a própria mente e, porque não dizer, ao próprio espírito? (t)

<moderadora> [05] <SENAMADUREIRA> Essas pessoas que se auto-hipnotizam sofrem de problemas mentais?

<Mario_Coelho> Nem sempre sofrem de problemas mentais mas sempre de problemas psíquicos/emocionais. (t)

<moderadora> [06] <japao> Gostaria de saber o que devemos entender por corrente magnética?

<Mario_Coelho> Corrente magnética era usada em magnetismo, em que se acreditava que as pessoas, estando de mãos dadas formando um elo, ou melhor, formando uma corrente entre si, aumentava o poder de magnetização.

Mesmer, por ter tanta gente para magnetizar, teve uma época que chegou a fazer uma tina gigantesca, onde foram colocados água, vários imãs, limalhas, garrafas e de dentro dela saíam cordões onde as pessoas seguravam e, desse modo, sentiam alívio dos seus problemas após Mesmer ter magnetizado tal tina. Achamos que era um efeito mais de sugestão do que de magnetismo propriamente dito. (t)

<moderadora> [07] <japao> O magnetismo tem o poder de cura?

<Mario_Coelho> Sim. O próprio Kardec nos fala isso na “Revista Espírita” e nas obras da codificação. Ele, Kardec, antes de ver os fenômenos espíritas, estudou magnetismo durante 30 anos. Diz ele em “A Gênese” que nem sempre dá para se dizer quando a pessoa foi magnetizador puro e simples. Ou seja, o magnetizador, imbuído do desejo de ajudar, sempre será auxiliado por um bom espírito. Daí ele deixa de ser magnetizador para atuar como médium. (t)

<moderadora> [08] <japao> O passe magnético deve ser aplicado em hospitais, ou seja, aos doentes?

<Mario_Coelho> Em muitos países os magnetizadores e até mesmo médiuns são cadastrados como agentes de saúde. Muitas casas espíritas fazem o serviço de visita aos enfermos àqueles que queiram, àqueles que tenham idéias espírita ou aceitação da mesma. Mas isso é um serviço previamente preparado, onde o médium não vai para magnetizar e sim fazer um serviço de auxílio apoiado nos espíritos. Não tem porque nós sairmos sem um planejamento dando passes como magnetizadores se já temos consciência espírita. (t)

<moderadora> [09] <Dilma_> Na magnetização o agente utiliza-se de recursos próprios ou recebe a ajuda espiritual?

<Mario_Coelho> O magnetizador pura e simples doa de si próprio. Mas volto a raciocinar com Kardec: quem pode afirmar se ele está puramente dando do seu fluido sem a ajuda espiritual? (t)

<moderadora> [10] <Dilma_> Uma pessoa que vai magnetizar outra pode de alguma maneira vir a prejudicar? Por que?

<Mario_Coelho> Sim. Se não tem conhecimento das técnicas de magnetismo e mesmo dos próprios mecanismos das doenças.

Um exemplo: tenho um amigo médium passista que, certa vez, a filha estava com um ataque leve de asma brônquica e ele achou de agir como magnetizador e passou a jogar fluido no tórax da criança e ela começou a piorar instantaneamente. Por que? Porque a asma por si só já é uma doença de hiperreatividade e ele dando fluido aumentava esta reatividade dos brônquios quando, na verdade, deveria ter dado os passes para dispersar fluidos. (t)

<moderadora> [11] <Dilma_> Qualquer pessoa pode magnetizar?

<Mario_Coelho> Teoricamente sim, mas, na prática, deve se evitar de ser magnetizador aqueles com saúde frágil, porque o magnetizador doa de si mesmo. Aqueles também portadores de desequilíbrios mentais devem evitar magnetizar. (t)

<moderadora> [12] <japao> A Hipnose pode ser considerada uma prática espirita necessária?

<Mario_Coelho> Não. A hipnose não é prática espírita e nem mesmo o magnetismo puro e simples de vez que atuamos junto com os espíritos em trabalhos previamente estabelecidos como, por exemplo, os passes nos finais das reuniões públicas, os passes realizados nas reuniões de cura. (t)

<moderadora> [13] <Fofa_> Gostaria de saber mais sobre a Hipnose. Porque queria fazer um tratamento com um médico espirita e ele me disse que poderia me ajudar através da hipnose. Não tenho informações e por isto tenho medo! Poderia esclarecer melhor pra mim sobre a hipnose?

<Mario_Coelho> O nosso colega médico, por certo, estará tentando aplicar-te a terapêutica da hipnose por ter conhecimento da mesma e não por ser espírita.

Em alguns casos, quando feito com seriedade, auxilia e muito aqueles casos em que já se utilizou toda uma gama de recursos terapêuticos. Por exemplo, em alguns casos que já li, acerca de tensão pré-menstrual e que houve alívio da mesma e muitos outros casos. (t)

<Mario_Coelho> [14] <KIKAPATRI> Magnetismo não é algo inerente ao ser humano?

<Mario_Coelho> Sim. Todo ser humano é portador de magnetismo de vez que o mesmo nada mais é do que uma transformação do nosso fluido vital. Sendo assim, como já falei, teoricamente, todos podem magnetizar sem querer agimos como os magnetizadores do passado que utilizavam também o passe de sopro para aliviar dores. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Mario_Coelho> Devemos olhar o magnetismo sempre tendo em mente um fim útil para sua utilidade. E, como somos espíritas, utilizar esta nossa força juntamente com os espíritos.

Nós, por certo, agindo como médium, teremos as nossas disposições fluídicas melhoradas pelos espíritos trabalhadores do bem. Nos “auto-hipnotizemos” todos os dias com idéias otimistas fortalecidas por tudo aquilo que já aprendemos em Doutrina Espírita e, por certo, desse modo estaremos sempre com as mãos no serviço do bem, não tendo tempo para acomodar em nós as “sugestões do mal”. (t)

Oração Final:

<moderadora> Jesus amigo, obrigada ainda uma vez por esta oportunidade de aprendizado, onde pudemos nos conscientizar do grande potencial que possuímos todos nós. Potencial que pode ajudar a tantos, Amigo, desde que praticado com consciência e responsabilidade.

Que, cientes de todo esse potencial, possamos nos esforçar no estudo e no aprimoramento interior, para que todo esse potencial se realize em Amor, Sabedoria e Caridade. Que possamos viver o teu doce convite: “Brilhe a vossa Luz!” Que assim seja!