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O sacrifício mais agradável a Deus

O sacrifício mais agradável a Deus

“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo X, itens 7 e 8.

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor :  Adriana Barreiros
Rio de Janeiro – RJ
15/05/2002

Dirigente  do estudo da noite:

Marcio

Prece Inicial

<Moderador_> Deus, nosso Pai, Jesus, Mestre, Amigo, Irmão Maior, vos agradecemos, Senhor, por esta abençoada oportunidade de levar a Tua palavra através desse meio de comunicação.

É tão bom, Senhor, termos este conforto, e ainda ter a Tua palavra em casa, no trabalho u em qualquer lugar!

Seja nosso guia, Mestre, e nos ajude a compreender bem o estudo que será realizado.

Ilumine nossa palestrante, para que ela possa ser bem inspirada pelos espíritos que orientam esse trabalho.

Que eles possam, agora, vir até nós, nos dando amor, e nos auxiliando no entendimento das Leis do Pai.

Fica conosco, Senhor, e que possamos iniciar este estudo com Paz, Amor e Compreensão.

Que assim Seja!

Mensagem Introdutória

AGRESSORES E NÓS

Quase sempre categorizamos aqueles que nos ferem por inimigos intoleráveis; entretanto, o Divino Mestre, que tomamos por guia, determina venhamos a perdoar-lhes setenta vezes sete.

Por outro lado, as ciências psicológicas da atualidade terrestre nos recomendam que é preciso desinibir o coração, escoimando-o de quaisquer ressentimentos, e estabelecer o equilíbrio das potências mentais, a fim de que a paz interior se nos expresse por harmonia e saúde.

Como, porém, executar semelhante feito? Compreendendo-se que o entendimento não é fruto de meras afirmativas labiais, reconhecemos que o perdão verdadeiro exige operações profundas nas estruturas da consciência.

Se a injúria nos visita o cotidiano, pensemos em nossos opositores na condição de filhos de Deus, tanto quanto nós, e, situando-nos no lugar deles, analisemos o que estimaríamos receber de melhor das Leis Divinas se estivéssemos em análogas circunstâncias.

À luz do novo entendimento que nos repontará dos recessos da alma, observaremos que muito dificilmente estaremos sem alguma parcela de culpa nas ocorrências desagradáveis de que nos cremos vítimas.

Recordaremos, em silêncio, os nossos próprios impulsos infelizes, as sugestões delituosas, as pequenas acusações indébitas e as diminutas desconsiderações que arremessamos sobre determinados companheiros, até que eles, sem maior resistência, diante de nossas mesmas provocações, caiam na posição de adversários perante nós.

Efetuado o auto-exame, não mais nos permitiremos qualquer censura e sim proclamaremos no coração a urgente necessidade de amparo da misericórdia divina, em favor deles, e a nosso próprio benefício.

Então, à frente de qualquer agressor, não mais diremos no singular: “eu te perdôo”, e sim reconheceremos a profunda significação das palavras de Jesus na oração dominical, ensinando-nos a pedir a Deus desculpas para as nossas próprias falhas, antes de as rogar para os nossos ofensores, e repetiremos com todas as forças do coração:

“Perdoai, Senhor, as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores!”

Emmanuel

Do Livro: Rumo Certo

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Editora: FEB

Exposição:

<Adrianabcm> Boa noite a todos vocês!

Amigos, hoje, quando eu estava preparando o estudo desta noite, fui ao início do capítulo para ler as considerações iniciais sobre “Bem-aventurados os que são misericordiosos.  Fiquei pensando…falamos tanto em misericórdia, mas o que seria ela?

Por que Jesus falava em misericórdia e a relacionava ao perdão?

Misericórdia é o sentimento de compaixão que temos ao ver os sofrimentos alheios, acompanhados do desejo de acabar com este sofrimento, fazendo algo.

Vou dar um exemplo que, apesar de ser uma triste desvirtuação da verdadeira misericórdia, é um termo comumente usado. Tiro de misericórdia! Seria como se você, por misericórdia, pusesse fim a um sofrimento, normalmente, tirando a vida de quem sofre com um tiro. O nome desse tiro é “misericórdia”, exatamente por isso, porque, para poupar o sofrimento de que está agonizando, põe-se fim a esse sofrimento desta forma. Triste desvirtuação da misericórdia, não é?

A misericórdia é irmã da compaixão, da piedade e da caridade. Como relacionar a misericórdia ao perdão? Na misericórdia, há implícita a idéia de que, ao invés de usar de severidade para com o próximo que errou e está sobre seu poder, usamos de compaixão. Por exemplo, alguém comete um erro e cabe a mim puni-lo, mas eu não o faço, eu o perdôo. O perdão não é o maior eliminador do sofrimento? Se perdôo, não me vingo, não desejo o mal, não prolongo o sofrimento.

No nosso item de hoje, a alusão é feita a respeito do sacrifício mais agradável à Deus. Novamente me esbarrei com uma palavra de muitos sentidos! O que é sacrifício? Alguém arrisca?

<Moderador_> É entregar algo de muito valor para que se possa alcançar outra coisa que só poderia se alcançar com aquela perda valiosa. Nesta idéia, você pode sacrificar qualquer coisa para se alcançar bens mais “elevados”, pois este sacrifício materializado poderia abrir as portas das bem-aventuranças para você… (t)

Legal, Moderador_!  Vou dar um exemplo bem corriqueiro: acordar às 6:00 para ir à escola, sendo que você adora dormir… Dormiria horas…!

Na época de Jesus, os judeus faziam sacrifício a Deus, imolando animais para expiação da culpa ou para implorar auxílio. Este animal era entregue a Deus como um pedido de perdão ou no intuito de receber ajuda.

Jesus, conforme nos mostra o texto em Mateus, respeita esta prática ritualística judaica. Ele diz: “deixai vossa dádiva junto ao altar… depois, então, voltai a oferecê-la”. Ele não veio destruir a lei, não veio revolucionar as relações externas, não veio se preocupar com o culto externo. Ele sabia que estes seriam gradualmente destruídos uma vez que o homem desertasse para a real relação entre ele e Deus. Ele sabia que, se o amor brotasse no solo fértil a ponto de alcançar a verdade das coisas, aquelas atitudes externas se diluiriam no tempo.

O que ele trouxe de novo é o que está no meio das minhas… Lá em cima:

“deixai vossa dádiva junto ao altar…,  depois, então, voltai a oferecê-la.”

O que será que tem nesses pontinhos?

<Moderador_> Não são as mesmas palavras, mas é: Se tiver dívidas com teu irmão, reconcilia com ele… E aí segue. (t)

Reconcilia-te com teu irmão… Jesus traz de uma forma sutil e bela a seguinte idéia: Eu sei que este sacrifício material ainda é importante pra você. Sei que você ainda não conseguiria se desligar dele… Porém, antes disso, reconcilia-te com teu irmão!

Jesus sabe que este será um sacrifício para você. Você terá de agir com misericórdia e destruir dentro de você um impulso forte de vingança, abafar o desejo de “justiça”, quebrar o ciclo do ódio, do rancor.

Este é o sacrifício do Espírito: o de limpar seu coração a fim de que a comunhão com Deus seja verdadeira.

Quando alguém nos faz um mal, o perdão ainda não se faz de imediato,não é mesmo? Há um tempo de digestão, de conflito entre o ceder aos impulsos de vingança, ou fechar as portas para aquela pessoa. É uma luta interna que se trava, não é?

A doutrina espírita facilita este processo do perdão. Primeiro porque ela traz novamente à tona a reencarnação e junto dela, a lei de causa e efeito, combinadas, exprimindo a verdadeira justiça. Ela mostra que, o que sofremos hoje faz parte de um processo educativo do Espírito, abordando exatamente a lição que precisamos aprender.

Se este sofrimento vem por intermédio de um outro alguém, ele nos serve para refletir sobre esta dor e qual o indicativo dela. Quem lhe trouxe esta dor também está em aprendizado. Ele te fere por razões que você não alcança em sua totalidade. Ele tem a história dele e, se transgrediu a lei de Deus, receberá a chance de corrigir, segundo as avaliações dos agravantes e atenuantes de sua jornada, na medida que lhe for necessário, sem que seu fardo pese um grama a mais do que ele precisa.

O perdão, para o espírita, vem do entendimento destas questões. De que todos nós temos nossos espinhos e que, ao esbarrarmos pela estrada da convivência, ocasionalmente nos arranhamos uns aos outros.

Nada passa desapercebido à Deus! Quem saberia dizer os valores de X, Y, a e b, para calcular o resultado da equação e dizer: este aqui tem que passar isso ou aquilo? Só Ele…

Façamos as nossas partes perdoando pela compreensão. Travemos esta luta contra nós mesmos e nossas “justificativas”. Façamos este sacrifício que Jesus nos ensina. Deixemos ao Pai, que a tudo conhece a tarefa de educar seus filhos, e que a misericórdia seja o fator de comunhão entre nós é o Pai!

Obrigada pela paciência, amigos!

Perguntas/ Respostas:

Não houve perguntas. 

Oração Final:

<Adrianabcm> Jesus amigo precioso!

Esta prece vai à ti, em agradecimento apenas…

Obrigada por nos ter trazido essa mensagem indestrutível do perdão

Obrigada por ter protegido suas palavras de forma que, mesmo torcidas alteradas, remexidas, pudessem sobreviver em essência, e nos presentear sempre com lições belíssimas de amor, nos encorajar a refletir sobre os valores do mundo externo e interno.

Sua presença entre nós foi e sempre será uma prova de infinito amor do Pai por nós!

Obrigada, Jesus!