Tamanho
do Texto

Uma Nova Visão da Morte

Uma Nova Visão da Morte

16º Encontro Sobre “O Livro dos Espíritos”

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
e pelo Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Palestrante: Paulo Nagae
Rio de Janeiro
07/03/2000

Organizadores da palestra:

Moderador: “_Stone_” (nick: [Moderador])

“Médium digitador”: “Wania” (nick: Paulo_Nagae)

Oração Inicial:

<[Moderador]> Mestre Jesus, divino e amado, mais uma vez te agradecemos pela oportunidade de, num momento em que irmãos nossos se encontram em lugares menos felizes, com sentimentos menos felizes, estarmos aqui fazendo força para domar as nossas imperfeições, nós, imensos devedores que somos, e buscando o aprendizado e o crescimento, buscando ser pequenos pontos de luz numa época em que muitos se perdem em pensamentos trevosos de vingança, sensualismo, perversão. Com a exata noção de que não somos melhores que ninguém e em teu nome, em nome dos amigos espirituais que auxiliam e coordenam este trabalho, sobretudo em nome de Deus, iniciamos mais um momento de trabalho na tarde de hoje. Fique conosco, hoje e sempre. Muito precisamos de ti, Mestre! Que assim seja!

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Paulo_Nagae> Boa tarde, amigos. Vamos estudar a morte, sob a visão espírita. Para começar, observemos a seguinte questão de “O Livro dos Espíritos”:

934 – “A perda dos entes que nos são caros não constitui para nós legítima causa de dor, tanto mais legítima quanto é irreparável e independente da nossa vontade?”

Os espíritos respondem: “Essa causa de dor atinge assim o rico, como o pobre: representa uma prova ou uma expiação, e comum é a lei. Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.

Como podemos observar, a Morte de um ente querido é um tipo de dor legítima que pode atingir a qualquer um de nós. A Doutrina Espírita nos sinaliza com a possibilidade de comunicação com os que desencarnaram, o que já é um grande consolo. Mas, acima disso, o conhecimento da vida após a morte, bem como dos mecanismos envolvidos no processo de desencarnação, pode dar a todos nós um imenso consolo, sobretudo se tivermos a base primeira que é a crença em um Deus infinitamente justo, amoroso e misericordioso. Por isso tudo, a Doutrina Espírita tem um importante papel na vida de todos nós, no que diz respeito a nossa visão diante da morte.(t)

Perguntas/Respostas:

<[Moderador]> [01] <reinaldo_> Que conseqüências sobre um espírito pode ter as lamentações de sua família, quando de sua morte?

<Paulo_Nagae> Interpretando lamentação como reclamação, inconformação com a morte do familiar, este sentimento vai incomodar o desencarnado em dois aspectos:

1 – Fisicamente , este tipo de pensamento atinge o seu corpo espiritual, provocando, segundo os próprios, uma sensação incômoda, que parecem agulhadas.

2 – No aspecto moral, dependendo da condição do espírito desencarnado, ele pode se sentir entristecido pelo posicionamento da família, que denota uma falta de compreensão real da Lei Divina e da própria crença em Deus. (t)

<[Moderador]> [02] <EstrelAmar> Gostaria de saber se é verdade que também existe a morte no plano espiritual.

<Paulo_Nagae> Sim. De maneira figurada diz-se que ocorre uma segunda morte quando o espírito está prestes a reencarnar, vide o caso de Segismundo no livro “Missionários da Luz”. Há um outro fenômeno também chamado de segunda morte, que é ocasionado pela perda do corpo espiritual. Isto ocorre quando o espírito evolui a um tal ponto que o seu corpo espiritual se torna denso demais para servir o espírito na sua caminhada. Neste momento, há a perda desse envoltório e o espírito prossegue a sua caminhada, tendo como envoltório mais externo, o seu corpo mental. (t)

<[Moderador]> [03] <CELD> Em que a Doutrina Espírita tem uma visão da morte diferente dos demais pensamentos religiosos?

<Paulo_Nagae> Além de considerar a sobrevivência da alma, a Doutrina Espírita tem como diferencial em relação as outras Doutrinas Espiritualistas, a clareza com que explica a condição do espírito após a morte, colocando os seguintes conceitos:

1 – Manutenção da individualidade, ou seja, consciência das coisas , manutenção dos sentimentos e das características de cada um de nós;

2 – Possibilidade de comunicação entre os desencarnados e encarnados;

3 – Pluralidade das existências, ou seja, progredimos através de várias vidas;

4 – O entendimento da Lei de Causa e Efeito, que nos dá a tranqüilidade de saber que só colhemos aquilo que plantamos;

5 – A Doutrina Espírita como um todo nos leva a ter uma fé consciente na Justiça Divina e ter esperança no futuro. (t)

<[Moderador]> [04] <_Stone_> Estamos preparados para uma nova visão da morte? Estes esclarecimentos servem para quem ACABOU de perder um filho, uma mãe, etc. ?

<Paulo_Nagae> Se não estamos preparados para esta nova visão, convém nos prepararmos através do estudo sistemático da Doutrina Espírita. Se isto acontecer, com certeza, estes ensinamentos servirão para quem perdeu qualquer ente querido, desde que estejamos com o coração aliado a razão para entendermos estes esclarecimentos. (t)

<[Moderador]> [05] <Elephant_Man> Li um livro que comenta a respeito das “Trevas Exteriores” de Ranieri. Com isso, pergunto: segundo a concepção do palestrante, a segunda morte seria a perda da forma perispiritual que levamos milênios para desenvolver?

<Paulo_Nagae> A perda da forma perispiritual, que nas obras de André Luiz acontece com os chamados ovóides, também é denominada segunda morte. Apesar deste assunto não fazer parte do tema do encontro, vamos esclarecer que, neste caso, não há perda da matéria perispiritual em si, e sim o espírito perde o molde do seu corpo espiritual. Às vezes é necessário que o espírito reencarne para que recupere a forma perispiritual, pelo contacto com o corpo físico. (t)

<[Moderador]> [06] <reinaldo_> Já que a visão espírita da morte existe há milênios, como nos mostra a História, por que prevaleceu a visão de ‘céu’ e ‘inferno’ entre a humanidade?

<Paulo_Nagae> O poder daqueles que direcionavam o pensamento religioso levou a humanidade a crer nesta visão que favorecia o domínio por parte dos responsáveis por essas religiões. Lembramos que muitos de nós colaboramos com a cristalização destes pensamentos, e hoje, com certeza, retornamos nas lides espíritas para reconstruir o que nós destruímos. (t)

<[Moderador]> [07] <reinaldo_> Quem ou qual circunstância determina qual será o próximo passo do espírito após a morte?

<Paulo_Nagae> A condição do próprio espírito, seu merecimento e suas necessidades. (t)

<[Moderador]> [08] <Elephant_Man> pergunta: Graças ao Pai temos a morte, não é mesmo? A morte é realmente o inicio da vida. Isso, Paulo?

<Paulo_Nagae> É um retorno ao plano espiritual, que é a verdadeira vida. (t)

<[Moderador]> [09] <_Stone_> Esclareça-nos: É pior morrer de repente ou aos poucos?

<Paulo_Nagae> Depende das necessidades do espírito. Para uns, é um mérito morrer de repente, sem dor física nenhuma. Para outros é necessário que a morte seja lenta, para que o processo de desencarnação (separação do corpo e do espírito mais conjunto perispiritual) ocorra com mais propriedade. (t)

<[Moderador]> [10] <Caminheiro> Que diferenças se pode verificar entre a morte de um ser humano e a de um animal, do ponto de vista espiritual? Há planejamento para a vida e momento da morte de um e de outro? [11] <reinaldo_> E esse momento, pode ser antecipado ou prorrogado? Por que e por quem?

<Paulo_Nagae> No processo que ocorre com o animal, há espíritos responsáveis pela evolução desses princípios inteligentes. As notícias que temos através de “O Livro dos Espíritos”, é que estes princípios inteligentes ao desencarnarem são aproveitados imediatamente em um novo corpo, seguindo os caminhos naturais da sua evolução.

No processo que ocorre com os seres humanos, sabemos que há uma programação para a sua reencarnação, baseada nas necessidades do espírito e definida juntamente com os espíritos responsáveis por ele.

Há espíritos que têm reencarnações que seguem somente o automatismo da Lei. No que diz respeito ao momento da morte, este é definido não de uma maneira pontual e sim, por um período, como se fosse um intervalo de tempo que varia de A + (mais) ou – (menos) um tempo x (variável). Este momento pode ser prorrogado ou adiantado ainda segundo a necessidade do espírito, neste caso sob o comando do espírito responsável pela sua encarnação. Também pode ocorrer a abreviação, por vontade do próprio espírito, quando busca o suicídio direto ou indireto. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Paulo_Nagae> Lembramos que a Doutrina Espírita como um todo, é em si mesma um grande remédio para todos os temores da vida e da morte. Por este motivo, o fato de estarmos estudando-a constantemente, nos fortalece para que possamos “viver” bem para “morrer” bem. Obrigado pela atenção de todos, e espero retornar em breve. (t)

Oração Final:

<Wania> Amigo Jesus, agradecidos estamos pela oportunidade, de passar estes dias estudando um pouco mais da Doutrina Espírita. Que possamos ter saído deste Encontro, mais enriquecidos, mais confiantes em ti e em Deus. Pois, sabemos, Senhor da Vida, que não ficamos por um instante que seja, sem o teu amparo. Que a tua luz se faça presente em nossos espíritos, que a tua misericórdia alcance a todos nós, mas que possamos melhorar a cada dia. Que seja em nome de Deus, a finalização de mais este momento de estudo e reflexões. Que assim seja!