Quando Vemos o Cristo?
Quando olhamos o mundo à nossa volta com suas conquistas inegáveis nos
campos do conhecimento, principalmente da ciência e da tecnologia, reconhecemos
que o homem progrediu muito, da caverna ao limiar do Terceiro Milênio.
Todavia, quando vemos os velhos abandonados nas ruas ou nas casas de repouso,
ou desrespeitados em casas de seus familiares;
Quando vemos crianças nas ruas, sujas, maltrapilhas, de olhar endurecido,
ameaçando e pedindo socorro;
Quando vemos crianças e jovens de todos os níveis sociais mergulhando, cada
vez mais cedo, nas experiências nefastas das drogas, socialmente aceitas ou não,
e da promiscuidade sexual;
Quando vemos a erva-daninha da violência crescer e sufocar os sentimentos dos
homens, tornando banal o extermínio de crianças, jovens e adultos;
Quando vemos as armas sofisticadas produzidas pelas indústrias das chamadas
nações do primeiro mundo, comercializadas numa associação economicamente
complementar à indústria da droga;
Quando vemos as campanhas a favor da legalização do aborto, da pena de morte,
da eutanásia;
Quando vemos uma criança morrer por falta de atendimento médico adequado, de
aparelhos simples para desobstruir as vias respiratórias;
Quando vemos os meios de comunicação veiculando valores falsos às crianças,
aos jovens e aos adultos, deformando a opinião e o caráter;
Quando vemos tudo isso, e muito mais, percebemos o quanto falta caminhar para
cobrir o grande hiato entre o progresso intelectual e o progresso moral.
Quando vemos uma criança nascer;
Quando vemos um jovem sorrir sem malícia;
Quando vemos as mãos trabalhando;
Quando vemos um velho abraçando uma criança;
Quando vemos um jovem afagando com carinho seu avô, sua avó, um velhinho
qualquer;
Quando vemos os seres se movimentando na direção do próximo para amá-lo com a
sabedoria do Cristo;
Quando vemos alguém servindo;
Quando vemos alguém sendo gentil;
Quando vemos alguém orando;
Vemos a esperança!
Vemos o Cristo!
(Jornal Mundo Espírita de Junho de 1998)