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Igreja Espírita?! Valha-nos Deus…

Igreja Espírita?! Valha-nos Deus…

É de ficar de boca aberta!… Assina esta mensagem alguém que se considera
«bispo espírita»(!), um disparate doutrinário de todo o tamanho e feitio,
porque, como se sabe, no espiritismo não é possível doutrinariamente a figura de
sacerdote nem hierarquias sacerdotais!!!

Mas comecemos pelo princípio. Não é possível haver uma igreja espírita.
Porquê?,
perguntará o leitor que ainda não conhece a doutrina espírita. É
simples: as igrejas são apenas confissões religiosas e o espiritismo não tem os
elementos essenciais das confissões religiosas, mais, das religiões, como sabe
perfeitamente quem o estuda.

O espiritismo não tolera doutrinariamente, ao contrário das religiões,
rituais, liturgias, paramentos, baptizados, casamentos, funerais, sacerdotes,
hierarquias sacerdotais, símbolos, hinos, objectos de culto (imagens e
fotografias incluídas!), vestes especiais (bata branca, amarela ou azul às
riscas incluída), pagamentos quaisquer que sejam, etc.

Ainda bem que aquela igreja (espírita não é de certeza, pois não conhece
sequer o espiritismo ou doutrina espírita — quando muito será uma igreja
mediunista ou espiritualista) diz ser a única…

Mais haveria a dizer, mas o melhor é recomendar a quem tenha dúvidas o estudo
das obras de Allan Kardec, não numa perspectiva de rever o seu ego como se esses
livros pudessem ser um espelho (que não são) para as suas próprias paixões, mas
no intuito de chegar ao ponto de perceber a sua unidade filosófica e ética.

O espiritismo é uma proposta para o futuro da humanidade, já que as religiões
e os seus profitentes não querem largar os atavismos milenares em que se
aconchegam, e, note-se, tendo todo o direito de o fazer. Mas não distorçam o
nome de uma doutrina clara e lúcida, baseada em factos, extremamente jovem, de
onde no futuro a humanidade de certeza irá retirar ilações de grande
profundidade para aprender a viver melhor.

Não é grave que longe e sós alguns espiritualistas tenham confundido os
significados das palavras. Grave é, como está a querer acontecer em Portugal, de
acordo com carta recebida em várias associações federadas (a referir uma «Igreja
do Caminho»), a mesma tendência para a igrejice e a beatice, metendo à mistura e
a completo despropósito a palavra espírita: a palavra certa para esses casos é
mediunista. É hora de dar o testemunho porque o momento é grave se se deixa
passar em claro situações destas.