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Você sabia?

Você sabia?

Correio Fraterno do ABC – Boletim de Março de 2001

Mude a pele ou então…

Allan Kardec conta o seguinte: “… Pouco tempo depois da morte do Major Georges,
o dr. Th. Dyke, parente próximo do Capitão V. Dyke, foi chamado para tratar uma
criança doente. O doutor e o capitão deitaram-se no mesmo leito. Depois de um ligeiro
sono, o capitão chamou o criado e lhe pediu que trouxesse duas velas acesas, as
maiores e mais grossas que encontrasse. O doutor lhe perguntou o que isso significava.
Respondeu-lhe o capitão: “O senhor sabe de minhas discussões com o major, sobre
à existência de Deus e à imortalidade da alma. Não nos foi possível elucidar estes
pontos, embora sempre tivéssemos desejado. “Ficou combinado entre nós que aquele
que morresse primeiro viria na terceira noite após os funerais, entre meia noite
e uma hora, ao jardim deste pequena casa e a esclareceria ao sobrevivente a esse
respeito. “É hoje”, acrescentou o capitão, “que o major deve cumprir a promessa.”
“Em vista disso, pôs o relógio ao seu lado, levantou-se às onze e meia, tomou uma
vela em cada mão, saiu pela porta dos fundos e passeou pelo jardim durante duas
horas e meia. Voltando, declarou ao doutor que nada vira nem ouvira que não fosse
natural. Mas, – acrescentou – sei que o major teria vindo se pudesse. “Seis semanas
depois o capitão foi a Eston, levar o filho para o colégio, tendo o doutor ido com
ele. Hospedaram-se numa estalagem, onde ficaram dois ou três dias, mas não dormiram
juntos, como em Dulversan: ocuparam quartos separados. “Uma manhã, ficou mais tempo
que de costume em seu quarto, antes de chamar o doutor. Por fim entrou no quarto
deste último com as feições alteradas, cabelos eriçados, os olhos esbugalhados e
o corpo todo trêmulo. – “Que aconteceu, primo capitão?” perguntou o doutor. – Eu
vi o major, respondeu o capitão. O doutor esboçou um sorriso de incredulidade. –
Eu lhe afirmo que, ou jamais o vi na minha vida, ou o vi hoje. Eis como ocorreu
a aparição: “Esta manhã, ao romper do dia, alguém chegou à beira da minha cama,
arrancou as cobertas e gritou: Cap. Cap. (era a maneira familiar usada pelo major
para chamar o capitão). Respondi: Ora, viva meu major! Ele continuou: Não pude vir
naquele dia. Agora, porém, eis-me aqui e lhe digo: “Há um Deus, muito justo e terrível.
Se você não mudar a pele verá quando aqui chegar. “Sobre a mesa havia uma espada
que o major me havia dado. Fez duas ou três voltas no quarto, tomou da espada, desembainhou-a
e não encontrando tão polida quanto devia estar, disse: “Cap, cap, quando esta espada
era minha estava melhor conservada.” E desapareceu subitamente.” (1)

A cruz e o perdão

Malba Tahan conta que um fidalgo, invejoso e intrigante, levou certa vez, a Luís
XII, rei da França, uma lista na qual figuravam os mais notáveis homens da corte
e disse, friamente, ao monarca: – Aqui está, Majestade, a relação dos homens que
vivem ao redor de vosso trono. Alguns, porém, são vossos inimigos e conspiram contra
a vossa vida e contra a vossa glória. Apurei tudo; pesquisei tudo. Penso que não
deveis perdoar a esses traidores, a esses falsos súditos. Perguntou o rei: – E como
poderei nesta lista imensa encontrar os meus desafetos? – É muito simples – disse
contente o informante – Estão todos marcados com uma cruz. – Com uma cruz? – insistiu
o rei. – Sim – reafirmou o delator – Estão marcados com uma cruz. Todos… “- Pois
bem, – ponderou serenamente o monarca -, a cruz manda que se perdoe. Então, pois,
todos perdoados!” (2)

O velho e o neto

Conta-se que um jovem casal com o filho de quatro anos viviam bem. O pai do rapaz,
porém, era o grande problema. Com idade avançada, trêmulo, trôpego, quase cego e
surdo era um terror na hora da comida. Derrubava comida, talheres e até o prato.
Proibiram-no de comer à mesa com a família. Compraram uma gamela toca para que ele
fizesse as refeições separado, fora da mesa. Assim não sujaria a toalha, o chão
e se derrubasse a vasilha, esta não se quebraria, pois era de madeira forte e grosseira.
O velho, coitado, nada dizia, mas, às vezes, olhava para a mesa com lágrimas nos
olhos. Um dia, o menino estava brincando com um tolete de madeira e o pai lhe perguntou:
– O que você está fazendo, filho, que bate tanto nessa madeira? – Estou preparando
um cocho, para o papai e a mamãe comerem quando eu crescer. O marido e a esposa
se olharam demoradamente, e depois, caíram em choro. No dia seguinte, o velho foi
chamado para comer à mesa, com a família. As críticas ao velho desapareceram daquele
lar e as bênçãos de Jesus se multiplicaram ali para a alegria de todos eles que
viveram muitos anos felizes.(3)

Rodolfo Fritz – o pai e o filho

A informação é do saudoso amigo Alberto de Souza Rocha. Vejamo-la, na íntegra:
“Os Fritzs de que falo eram espíritas. O chefe da família era médico homeopata.
O jovem Rodolfo atendeu à convocação na qualidade de médico que também era. Recomendara-lhe
o pai: – “Não mate nunca.” Por intermédio de sua irmã, a nossa conhecida Scheilla,
anunciou ao pai que havia sido fuzilado por recusar-se a matar. O médico teria de
ausentar-se do hospital de campanha para compor um pelotão de fuzilamento. Negara-se
a tanto. Amparado, o Espírito começou a manifestar-se em Macaé, RJ. Por que isto?
Porque se realizavam lá reuniões em benefício das vítimas da Guerra. E o médium
principal era um militar que guardava as costas brasileiras. Convivi com ele. O
Grupo Pedro, de Macaé, era informado por Rodolfo (o filho) do que se passava na
Alemanha. E pai e filha sabiam, na Alemanha, o que se passava nas reuniões havidas
no Brasil pela mediunidade dela. Um dia Fritz (o filho) informou que o pai e a irmãzinha
foram vítimas. Ela, ao piano. Ele agonizava. Um bombardeio, algo assim. E pedia
que orássemos por ela para que pudesse libertar-se mais rapidamente. Nos relatos
há então a presença do pai, do irmão e da Scheilla. (4)

A telepatia

Frederick Fyffe estava cansado. Teve um dia duro, viajando muito. Logo que se
deitou caiu em sono profundo, tendo o sonho mais estranho de sua vida: estava no
meio de uma tempestade e podia ouvir uma voz chamando-o pelo nome. Era a voz de
sua mãe. Chamava e chamava e foi seu último grito desesperado que o fez despertar
de repente. Notou que o relógio marcava 3h20 da manhã. Não sabia o que fazer. Sentia
que sua mãe estava sofrendo alguma dificuldade, mas ela morava em Londres, a muitas
milhas. Pensou em telefonar, mas àquela hora da madrugada… Acabou o primeiro cigarro
e acendeu outro. Olhou para o relógio novamente. Estava parado às 3 horas e 20 minutos!
Subitamente o telefone tocou. Nervosamente, pegou o receptor: era seu cunhado do
outro lado da linha: – É sua mãe. Ela morreu às 3h15, logo depois de um ataque cardíaco”.
(5)

O cadáver de Cavalheiro Kalhbutz

Este caso já foi assunto de várias reportagens da imprensa européia e, por último,
foi impresso a “Berliner Morgenpost. Em Kampehl, distante 85 quilômetros de Berlim,
no caminho de Hamborug, existia outrora uma imensa propriedade, pertencente, de
1524 a 1783, à família Ritter Kahlbutz. Em 1794, o sr. Krell, adquirindo a propriedade,
mandou reconstruir a capela. Vários ataúdes foram encontrados e, entre eles, ao
serem abertos, descobriu-se um cadáver admiravelmente bem conservado. A tradição
regional narrava que, por motivo de um caso de amor, um Kahlbutz havia assassinado
um pastor. Um processo foi instaurado e o conselheiro jurou não ter morto o guardador
de carneiros. Disse mais: pedia a Deus que o seu cadáver nunca se descompusesse,
se houvesse perpetrado o assassínio. Ora, todos os demais cadáveres se tinham transformado
em pó, menos aquele, perfeitamente conservado. Entre os sábios que se interessaram
pelo enigma, o Dr. Rodolf Virchow, o grande médico, extraiu um pedaço de pele do
peito do morto e examinou-a. Depois de minuciosas pesquisas declarou o caso inexplicável.
O Prof. Strauch, de Berlim, publicou o resultado de seus estudos numa revista de
medicina judiciária e afirmou que o corpo não foi conservado por nenhum processo
artificial (embalsamamento, por exemplo). O médico suéco, Dr. Sander e diversos
especialistas foram a Kampehl estudar o cadáver de Ritter, sem poder esclarecer
o mistério. Do ponto de vista histórico, não há provas de que Ritter tenha assassinado
o pastor, visto que, depois da acareação, foi posto em liberdade. O mistério de
Kampehl continua desafiando os fisiologistas. (6).

Jesuso

O escritor Adelino da Silveira perguntou, certa feita, ao Chico Xavier. – Chico,
você já chorou? – Sim, meu filho, muito. Vou-lhe contar uma história em que muito
chorei: Durante anos, visitamos uma amiga que havia se tornado paralítica e muda,
levando-lhe em cada visita um pacote de biscoitos, um pedaço de bolo ou um doce
qualquer. Quando já havíamos completado seis anos de visitas, lhe disse: – Valéria,
hoje estou com a impressão de que pode falar. Fale, Valéria Diga pelo menos “Jesus”.
Ela esforçou-se, mas não conseguiu. Depois da prece insisti: Valéria, Jesus curou
tanta gente. Fale Jesus, Ela tentou outra vez, mas não conseguiu. Insisti e, por
fim, ela disse: – “JESUSO” Senti uma imensa alegria. As lágrimas, então, debulharam
de meus olhos. Solicitei a presença de sua irmã e disse: – Valéria, minha , filha
fale para sua irmã. Há muitos anos ela não ouve a sua voz. Fale outra vez “Jesus”.
Ela me olhou demoradamente e repetiu: – “JESUSO” Na semana seguinte ela desencarnou.
Anos depois, começou a aparecer-me uma entidade na forma de uma senhora muito bonita.
Quando chegava, todo o meu quarto ficava iluminado. Dava-me então passes na região
do tórax, mais especificamente sobre o coração. E assim procedeu por um mês, aproximadamente.
Foi nessa época que tive o primeiro enfarte. Mais tarde, recuperado, graças à Misericórdia
Divina, no período em que fiquei 20 dias mais ou menos imóvel, a entidade apareceu-me
novamente. Então lhe disse: – Ah! minha irmã, agora compreendo porque você me dava
passes no coração. Estava fortalecendo-me para resistir ao enfarte que viria, não
é mesmo? Acenou-me afirmativamente com a cabeça e eu lhe disse: – Olhe, quero que
me dê seu nome para eu orar por você. Estou-lhe muito grato pela carinhosa assistência.
– Chico, somos tão amigos que não vou lhe dar o meu nome. Vou dizer um palavra e
você vai se lembrar de mim. – Será, irmã. – Tenho certeza, Chico – Então diz. –
JESUSO – Ah! Valéria, era você então… Como você está bonita…. Eu não mereço
a sua visita… – Sim, eu mesma. Vim lembrar os nossos sábados em que orávamos tanto.
Lembro-me com emoção da última palavra que pronunciei e vim trazer-lhe confiança
em Jesus. O nome de Jesus tem muita força, Chico. – Então, ela colocou a mão sobre
o meu peito e a dor desapareceu. (7).

Bibliografia:

  • (1) “Revista Espírita”, abril de 1859;
  • (2) “Reflexos das Atitudes”;
  • (3) “Revista Espírita Allan Kardec”, ano IX, nº 36;
  • (4) “Aurora”, maio-junho de 1997;
  • (5) “RIE”, março de 1971;
  • (6) Revista Internacional de Espiritismo”-março de 1971;
  • (7) “Chico, de Francisco, pág. 71 Dr. Fritz Hermam, médico Homeopata.