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Ligar na Terra e no Céu

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Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu – Mateus 18, 18

No capítulo 18, Mateus apresenta uma porção de ideias interessantes, atribuídas a Jesus, que mostram, pelos Princípios do Espiritismo, as leis do arbítrio e suas naturais consequências.

Aí encontramos a indicação de ser humilde como um menino; de arrancar pés, mãos e olhos que nos escandalizem; de que o pastor amoroso não perde nenhuma ovelha; de buscar a conciliação com quem nos ofende; de perdoar setenta vezes sete; da parábola do credor incompassivo; de que onde estiver um ou mais reunidos em seu nome, ele aí estaria; de que as escolhas pessoais ou em conjunto, estabelecem ligações na terra e no céu.

Muito usada em casamentos religiosos, essa ideia de que ligar na terra é ligar no céu, pode ser melhor aplicada em outros aspectos da vida, como por exemplo nossas escolhas de pensar, de ser, de agir; amizades, inimizades, atividades, ocupações, dedicações, convivências…

Ligar não por fios, mas por sintonia, fruto do que se pensa de forma constante e cultivada.

Na terra, porque estamos encarnados (onde for) e no céu, como figurativo do Espírito desencarnado.

Em quê, no quê, em quem, por que, quanto e como estamos nos ligando?

Teremos que esperar a própria desencarnação para constatar se continuaremos ligados a isso tudo?

Quem tem a oportunidade de dialogar com Espíritos nas reuniões mediúnicas, tem podido verificar que sim, ficamos ligados àquilo ao qual já nos amarrávamos, em vida. Modos de ser, ideias, conceitos, pessoas, preconceitos, emoções, acontecimentos …

A fixação mental pode nos manter em situações e condutas, por encarnações… até a maturação suficiente para flexibilizarmos as ideias, renovando o íntimo.

Até porque, sendo da terceira ordem da escala espírita, nada que sabemos ou somos, ficará sem várias etapas de reciclagem!

Muitos romances e mesmo palestras e ensinos, fazem terrorismo da fixação mental, interpretando as consequências naturais como castigos, pagamento de dívidas ou punições divinas.

No entanto, é preciso retificar que não são os atos que nos colocam em situações difíceis e sim o modo como pensamos.

É pelo pensamento que nos ligamos a situações internas e externas, pessoas, conceitos e atitudes!

Uma pessoa, por exemplo, sentindo-se humilhada por outra, estabelece um plano de vingança e o executa. Depois se arrepende, mas fica sempre pensando em sua culpa e sentindo-se, cada vez mais, indigno. Desencarna e é envolvido por Espíritos malignos que o acusam de seus erros, obrigando-o a submeter-se aos seus mandos e desmandos. Querem que pague “seus pecados” atuando contra alguém que, dizem, prejudicou-os e precisa ser punido. Ele cede e passa a fazer exatamente aquilo que não queria, sentindo-se prisioneiro.

Mas… a prisão está em seus pensamentos de auto- condenação e na sua postura de sofrer e se culpar; postura essa que lhe tira as forças morais e o condiciona a que nada mais pode ser feito, só lhe restando pagar pelo erro. Por isso está como está!

Ligou-se na terra, encarnado, a essas formas de pensar, não tinha maturidade para perceber que poderia reverter a situação e ficou ligado nela ao desencarnar. Um dia, por si ou com ajuda, perceberá que apenas obedece a ideias e encontrará saída em outras ideias, libertadoras!

Esse assunto tocou-lhe a sensibilidade? O caminho é observar com algum cuidado, o que costuma ficar pensando, remoendo, lembrando, sofrendo, julgando, se amargurando, sentindo-se menos, ou mais…

Em outras palavras, zele, com muito respeito, pelas escolhas que tem feito.

 

Ps.: Os conceitos aqui emitidos não expressam necessariamente a filosofia FEAL, sendo de exclusiva responsabilidade de seus autores.