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Sermão Profético de Jesus – Mateus, 24, 7 a 13

Nestes tempos tão desafiadores, continuamos com o estudo do Sermão Profético de Jesus

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. 

Mas todas essas coisas são o princípio das dores. 

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Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. 

Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. 

E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. 

E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. 

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. (Mateus, 24: 7 a 13)

 

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. 

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino …Nação é um agrupamento humano, mais ou menos numeroso, cujos membros, geralmente fixados num território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos ou linguísticos. Reino é uma monarquia governada por um rei, regente, rainha etc.

Trazendo para o campo íntimo, podemos colocar a nação como representando nossos sentimentos mais sedimentados, e reino como os valores passageiros que cultivamos. Os reinos são normalmente mais suscetíveis de mudança, basta cair um rei para que, muitas vezes a monarquia fique comprometida, entretanto a nação continua sendo a mesma.

Neste momento predito pelo Cristo como final de ciclo, analisando o campo íntimo, vamos observar – mesmo entre aqueles sentimentos que já cultivamos a mais tempo e que julgamos estarem em um bom patamar em termos morais -, uma tendência a um conflito, como dissemos anteriormente, pois a evolução é infinita, e a cada nova conquista, nossa consciência realiza uma aferição própria selecionando o que devemos continuar cultivando, e o que devemos mudar. Nestes dias haverá guerras, rumores de guerras, lutas entre nações e reinos no plano exterior, mas tudo isso como consequência destas lutas interiores; aliás, são estas que importam serem analisadas, pois resolvendo as inquietudes íntimas, tudo o mais será devidamente administrado e compreendido. Esta mensagem é a mesma que está contida no dizer do Mestre:

Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.

A espada aqui dizendo-nos não do instrumento cortante que fere o próximo, mas daquele que nos leva à luta contra nossas próprias imperfeições.

…e haverá fomes, e pestes…Fome significa carência de alimento, miséria, falta do necessário; peste é doença contagiosa, epidemia. Ambas significam para o Espírito momentos de grandes dificuldades, de dores, de testes sem os quais ele não pode passar de uma etapa evolutiva a outra. Por isto são características destes dias de transição.

Tanto a fome, quanto a peste têm sua gênese na imperfeição moral, pois se não houvesse o desequilíbrio gerado por ela, não haveria a necessidade do resgate e dos ajustes provocados pelos momentos de calamidades. É a ira no dia da ira de que nos fala Paulo:

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus

Ou de outra forma, a Lei de Deus nos dando a oportunidade do encontro com as nossas próprias obras.

Nestes dias de grandes aferições reconheceremos que o grande alimento de que temos necessidade é aquele dito pelo Mestre no capítulo 4 do Evangelho de João:

Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. 

É deste que temos grande fome, e por causa disto estamos sujeitos a pestes de todas as espécies.

…e terremotos, em vários lugares. – Se o tremor de terra no plano exterior é algo que nos atormenta pelas consequências advindas dele, no plano íntimo é ainda pior. A falta de segurança gerada pelo afastamento do Ser das Leis Divinas é algo que aterroriza o Espírito onde quer que ele esteja, em vários lugares… Pois o Deus presente quer manifestar-se, e impossibilitado pelas ações contrárias ao bem, gera na consciência uma angústia só superada, quando restabelecida a paz do dever cumprido, ou da volta aos caminhos do Senhor.

…mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu (…) este vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.

Mas todas essas coisas são o princípio das dores. 

Mas todas essas coisas…Todas essas coisas são as situações enfrentadas pela criatura no plano de sua evolução, haverão de acontecer estas narradas por Jesus, e muitas outras; só aquele que passa pela situação é que sabe a dor e a alegria de ser o que é.

…são o princípio das dores. – Segundo o Professor Pastorino a tradução correta é o princípio das dores do parto, não simplesmente dores. Segundo ele, o termo grego arché ôdinôn exprime uma dor que tem, como resultado, um evento feliz, um avanço, uma criação física ou mental. 

Desta forma, a interpretação que estamos fazendo, está coerente com o dizer de Jesus; ou seja, as lutas necessárias que marcam este momento de transição, sejam no plano íntimo ou exterior, são motivos de alegria, pois, como a dor do parto, é prenúncio de um nascimento; do novo homem em bases renovadas por uma moral superior.

Extraído do Livro O Sermão Profético

Autor: Claudio Fajardo de Castro