Uma Visão Integral do Homem
Somente quando os homens da ciência se permitirem atravessar a porta do
entendimento do amor, é que conseguiremos chegar mais rapidamente à solução de
enfermidades que até os dias atuais a ciência não consegue equacionar.
O objetivo desta matéria é reunir estudos, na tentativa de mostrar um modelo
explicativo da etiologia das doenças, tendo como base a relação perispírito –
corpo físico, dando a devida importância à ação energética da mente e aos
reflexos trazidos pelo emocional em nossa fisiologia, bem como à atenção do
nosso inconsciente em nossa vida presente, trazendo aos dias de hoje os
resultados positivos e negativos de nossas ações pretéritas.
Amor: a força que cura
Sabemos que a ciência muito já caminhou, mas os passos serão bem mais largos
quando todos nós, médicos da humanidade, mantivermos um compromisso não só com a
saúde, mas também, infinitamente, com o AMOR. Como disse Sir Arthur Edington,
certa vez: “Na verdade, é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha
do que um homem de mentalidade científica atravessar uma porta. E, quer se trate
da porta de um estábulo ou de uma igreja, ele talvez agisse de forma mais
sensata se, em lugar de esperar até que todas as dificuldades envolvidas num
ingresso realmente científico estivessem resolvidas, ele, em vez disso,
concordasse em ser um homem comum e entrasse”. Porém, essa compreensão só se
tomará possível quando o cientista do futuro concordar em abrir as portas da
emoção, chegando, conseqüentemente, ao amor na sua forma mais ampla.
Conseguindo, então, enxergar um modelo do organismo humano, partindo do
físico e chegando ao etérico, incluindo nesse modelo as propriedades e
características das energias sutis dos planos espirituais.
Hoje já possuímos livros que nos exemplificam fascinantes pesquisas clínicas
e laboratoriais para que apreciemos de melhor forma a linguagem corpo/mente
espírito. Com o conhecimento da importância da comunhão e da harmonia entre eles
três, poderíamos chegar mais facilmente às causas das doenças e posteriormente à
cura, pois passaríamos a entender que, na qualidade de organismos humanos, somos
constituídos por uma série multidimensional de sistemas de energia sutil que se
influenciam mutuamente, e que um desequilíbrio nesses sistemas energéticos pode
produzir sintomas patológicos que se manifestam nos planos
físico/emocional/mental/espiritual. E é na tentativa de haver, cada vez mais, um
novo e crescente consenso médico, que devemos lançar mão das palavras verbais e
escritas que divulgam aquilo que já lemos, estudamos, pensamos e acreditamos.
Como disse o dr. Gerber, em seu livro Medicina Vibracional: “Um sistema
de medicina que negue ou ignore a existência do espírito será incompleto porque
exclui o atributo mais importante do ser humano, a dimensão espiritual”.
Para que eu possa falar da etiologia das doenças, terei primeiramente que
falar sobre o laço de união entre o corpo e o espírito, chamado de perispírito.
Mas, antes de entrar em sua definição, queria relembrar as palavras de André
Luiz no livro Entre a Terra e o Céu, onde ele diz: “Freud vislumbrou a
verdade, mas toda verdade sem amor é como luz estéril e fria. Não bastará
conhecer e interpretar. É indispensável sublimar e servir”. Mais adiante
completou: “O médico do porvir, para sanar as desarmonias do espírito, precisará
mobilizar o remédio salutar da compreensão e do amor, retirando-o do próprio
coração. Sem mão que ajude, a palavra erudita morre no ar.”
Meu desejo é que todos nós, dentro das nossas dificuldades e limitações,
consigamos um dia trazer no coração o amor e a harmonia, para que possamos
encontrar a saúde perfeita do corpo, da mente e do espírito.
O Perispírito
“Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma
substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório
ao espírito propriamente dito” Kardec (O Livro dos Espíritos, parte 2º,
cap. 1, questão 93).
Por ter sido um termo criado por Kardec, creio que todos admitimos que
ninguém melhor que ele para definir perispírito: “É o órgão sensitivo do
espírito por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos
sentidos corpóreos. (…) O espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo
o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispíritico” (Kardec.
A Gênese, cap. 14, item 22, os fluidos).
E foi esmiuçando as palavras de Kardec, no livro Depois da Morte, cap.
21, p. 174 e 175, que Léon Denis, falando sobre o períspirito ou corpo
espiritual, disse que “o perispirito é, pois, um organismo fluídico, é a forma
preexistente e sobrevivente do ser humano, sobre a qual se modela o envoltório
carnal, como uma veste dupla invisível, constituída de matéria quintessenciada”.
Podemos então dizer que o perispírito ou “corpo fluídico dos espíritos” é um
laço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. Sabendo que ele é uma
condensação do fluido cósmico em torno de um foco de inteligência ou alma,
pode-se dizer que é ele que intervém nos fenômenos especiais que ocorrem no
homem, cuja causa fundamental não se encontra na matéria palpável e que, por
essa razão, parecem sobrenaturais. Assim sendo, podemos entender que o corpo
espiritual ou psicossoma é, assim, o veículo físico relativamente definido pela
ciência humana como os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não
pode ainda reconhecer.
Centros Vitais
São concentrações de energias distribuídas no corpo espiritual,
inter-relacionadas entre si, que exercem o controle eletromagnético na
fisiologia celular do corpo físico.
“Os centros vitais são pontos de conexão ou enlace pelos quais flui a energia
de um a outro veículo ou corpo do homem” (Leadbeater, in Os Chakras, cap.
1).
“Estes centros de força funcionam como terminais através dos quais a energia
(prana) é transferida de planos superiores para o corpo físico” (Keith Sherwood,
in A Arte da Cura Espirittial, cap. 6, p. 55).
“Centros de força ou rodas são acumuladores e distribuidores de força
espiritual, situados no corpo etéreo, pelos quais transitam os fluidos
energéticos” (Edgard Armond, in Passes e Radiações, cap. 2, p.46).
“Os centros vitais são pontos de conexão ou enlace pelos quais flui a energia
de um a outro veículo ou corpo do homem” (Leadbeater, in Os Chakras, cap.
1).
“Estes centros de força funcionam como terminais através dos quais a energia
(prana) é transferida de planos superiores para o corpo físico” (Keith Sherwood,
in A Arte da Cura Espiritual, cap. 6, p. 55).
“Centros de força ou rodas são acumuladores e distribuidores de força
espiritual, situados no corpo etéreo, pelos quais transitam os fluidos
energéticos” (Edgard Armond, in Passes e Radiações, cap. 2, p.46).
Procurando explicar, dentro da visão espírita, foi que Jorge Andréa, no livro
Forças Sexuais da AIma, disse que “vários estudos têm mostrado a
existência, no perispírito, de discos energéticos (Chakras), como verdadeiros
controladores das correntes de energias centrífugas (do espírito para a matéria)
ou centrípetas (da matéria para o espírito) que aí se instalam como
manifestações da própria vida. Esses discos energéticos comandariam, com as suas
‘superfunções’, as diversas zonas nervosas e, de modo particular, o sistema
neuro vegetativo, convidando, através dos genes e código genético, ao trabalho
ajustado e bem organizado da arquitetura neuroendócrina”.
Classificação dos Centros Vitais
O nosso corpo de matéria rarefeita é intimamente regido por sete centros de
força, que são: centro coronário, centro cerebral, centro laríngeo, centro
cardíaco, centro esplênico, centro gástrico e centro genésico. Cada centro vital
está associado a uma freqüência vibracional diferente. As energias fluem para
dentro do corpo através do centro coronário e como os centros estão intimamente
ligados à medula espinhal e aos gânglios nervosos existentes ao longo do eixo
central do corpo, a energia flui para baixo, passando do centro coronário para
os outros centros de força inferiores, os quais distribuem as correntes sutis
para partes do corpo e órgãos apropriados. Esses centros se conjugam nas
ramificações dos plexos que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo
do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células
elétricas que podemos definir como um campo eletromagnético no qual o pensamento
vibra em circuito fechado. “Pode-se imaginar uma luz branca penetrando num
prisma e sendo decomposta nas sete cores do arco-íris. Todas as sete cores são
inerentes à luz branca”.
Funções dos Centros Vitais
Está instalado na região central do cérebro, sede da mente. Supervisiona e
comanda os outros centros que lhe obedecem ao impulso procedente do espírito,
vibrando, todavia, com eles em justo regime de interdependência. Podemos dizer
que do centro coronário emanam as energias de sustentação do sistema nervoso e
suas subdivisões, sendo responsável pela alimentação das células do pensamento e
o provedor de todos os recursos eletromagnéticos indispensáveis à estabilidade
orgânica. E, por isso, o grande assimilador das energias da espiritualidade
superior capazes de favorecer a sublimação da alma e assim orientar a forma, o
movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma
encarnada e desencarnada.
Esse centro é considerado um dos mais elevados centros de vibração do corpo
sutil e está associado a uma profunda busca espiritual. Justamente por isso, ele
é considerado pela filosofia hindu como a lótus de mil pétalas, sendo o mais
significativo em razão do seu alto potencial de radiações, uma vez que nele
assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência. Temos no centro
coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as
forças fisiopsicossomáticas organizadas. Dele parte, desse modo, a corrente de
energia vitalizante, formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a
matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os
reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos
centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e
demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios
os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta. A mente
elaborou as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que
o circundam, e o centro coronário incumbe-se, automaticamente, de fixar a
natureza da responsabilidade que lhe diga respeito, marcando no próprio ser as
conseqüências felizes ou infelizes de sua modificação consciencial no campo do
destino. No nível físico, ele está ligado à atividade do córtex cerebral e ao
funcionamento geral do sistema nervoso. A correta ativação do centro coronário
influencia a sincronização entre os hemisférios cerebrais direito e esquerdo, e
para que ele esteja em perfeito funcionamento, é preciso que a mente, o corpo e
o espírito estejam equilibrados. Caso ocorra uma desarmonia nesse centro de
força, seu fluxo de energia será alterado, podendo se manifestar através de
vários tipos de disfunções.
Exemplos: disfunções cerebrais, incluindo psicoses.
Está instalado na região frontal e tem influência decisiva sobre os demais,
governando o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, ordenando as
percepções de variada espécie, percepções estas que, na vestimenta carnal,
constituem a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos de
inteligência que dizem respeito à palavra, à cultura, à arte, ao saber, marcando
também a atividade das glândulas endócrinas e administrando o sistema nervoso,
em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os
neurônios sensitivos até as células efetoras. O centro cerebral está associado à
glândula pineal, à hipófise, à medula espinhal e também aos órgãos dos sentidos
e aos seios paranasais. Ocorrendo o bloqueio de energia nesse nível,
encontraremos disfunção nesse centro vital e, conseqüentemente, algumas doenças
serão manifestadas fisicamente.
Exemplos de patologias: sinusites, cataratas e grandes desequilíbrios
endócrinos.
O centro laríngeo atua sobre as principais glândulas e estruturas da região
do pescoço, tais como as glândulas tireóide e paratireóide, a boca, as cordas
vocais, inclusive as atividades do timo, a traquéia e as vértebras cervicais.
Controla a respiração e a fonação e, por isso, é importante para a comunicação.
Existe ainda uma associação entre o centro laríngeo e o sistema nervoso
parassimpático (nervo vago). O centro laríngeo energiza tanto a glândula
tireóide como a paratireóide, cada uma das quais produz um efeito diferente
sobre o metabolismo do cálcio nas células dos tecidos ósseos. A glândula
paratireóide regula o metabolismo do cálcio nas células do tecido ósseo por meio
da secreção de PTH (hormônios da paratireóide), enquanto a glândula tireóide,
além de produzir os hormônios tireoidianos que regulam a atividade metabólica
geral das células do corpo, também produz tiracalcitonina, um hormônio que atua
sobre o metabolismo do cálcio e dos ossos de maneira oposta a dos hormônios da
paratireóide.
As anormalidades no fluxo de energia através desse centro podem manifestar-se
na forma de doenças relacionadas com a atividade celular disfuncional naquelas
estruturas que dependem energeticamente do centro laríngeo. Exemplos de doenças:
laringite, tircoidite, tumores nas glândulas paratireóides, câncer da laringe.
Pode também provocar problemas de comunicação.
Este talvez seja um dos centros mais importantes dos nossos corpos
energéticos sutis. O centro cardíaco é assim tão importante porque seu
equilíbrio é fundamental para a capacidade do indivíduo expressar amor, já que
esse centro dirige a emotividade sustentando os serviços da emoção e a
circulação das forças de base, assim como o equilíbrio geral. As dificuldades em
aprender as lições de amor podem se manifestar como anormalidades no
funcionamento do centro cardíaco, as quais, por sua vez, afetam o coração
físico. O centro cardíaco proporciona também a energia nutritiva sutil aos tubos
bronquiais, pulmões, seios, e ainda influencia a função de todo o sistema
circulatório. Uma disfunção crônica no centro cardíaco pode contribuir para a
ocorrência de doenças cardíacas, derrames, doenças pulmonares e diversos tipos
de debilitações imunológicas que podem deixar o organismo vulnerável a bactérias
e células cancerosas.
Está sediado no baço, determinando todas as atividades em que se exprime o
sistema hemático, dentro das variações do meio e volume sanguíneo, regulando a
distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais em todos os recantos do
veículo do qual nos servimos.
Este centro fornece energia sutil nutritiva para a maioria dos principais
órgãos envolvidos nos processos de digestão dos alimentos e purificação
do organismo. Por ser ele o responsável pela penetração de alimentos e fluidos
em nossa organização, é também o responsável pela digestão e absorção desses
alimentos densos e menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados
fluídicos penetrando-nos a organização. Entre os órgãos que sofrem a influência
desse centro incluem-se o estômago, o pâncreas, o fígado, as glândulas
suprarenais, as vértebras lombares e o aparelho digestivo de uma maneira geral.
Os desequilíbrios nesse centro são responsáveis por algumas patologias, tais
como úlceras gástricas e duodenais, diabetes etc.
Este centro se localiza no santuário do sexo, como templo modelador de formas
e estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre
as almas.
Etiologia das Doenças na Relação Corpo Espiritual e Físico
Agora que já definimos e exemplificamos perispírito – centros vitais e suas
relações com as atividades dos órgãos, tendo citado nas suas disfunções algumas
das conseqüentes doenças que podem ocorrer no corpo físico, percebemos a
profunda ligação entre eles e a necessidade de harmonia nessa interligação para
que possamos obter o perfeito funcionamento de toda a organização humana, seja
na forma espiritual ou física. Observamos a importância da mente e a energia que
geramos com os nossos pensamentos, sejam pensamentos conscientes do hoje ou
inconscientes de uma vida pretérita, que, muitas vezes, nos subjugam na zona do
remorso, trazendo ao nosso perispírito lesões nos centros vitais que explicam
algumas anomalias que se fazem congênitas. Pois sabemos que no perispírito
possuímos todo o equipamento de recursos automáticos a serviço da inteligência
nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos estes adquiridos
vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação nos
múltiplos setores da evolução anímica.
Durante a embriogênese, os corpos magnéticos sutis já existem antes que
ocorra o desenvolvimento do corpo físico.
Lei de Causa e Efeito
Os centros de força, que são fulcros energéticos, são influenciados pelas
energias originárias das vidas pretéritas da alma que, na nova encarnação,
imprime às células a especialização extrema na formação do corpo denso do homem,
especialização que todos detemos no corpo espiritual em recursos equivalentes.
Essas células obedecem às ordens do espírito, diferenciando-se e adaptando-se às
condições por ele criada, procedendo do elemento primitivo, comum, de que todos
provimos em laboriosa marcha no decurso dos milênios. É assim que “A
enfermidade, como desarmonia espiritual, sobrevive no perispírito”. Pois tal
seja a viciação do pensamento, tal será a desarmonia no centro de força, que
reage nosso corpo a essa ou aquela classe de influxos mentais, uma vez que toda
a mente é dínamo gerador de força criativa. Quando a nossa mente, por atos
contrários à lei divina, prejudica a harmonia de qualquer um desses fulcros de
forças, a nossa alma naturalmente se escraviza aos efeitos da ação
desequilibrante obrigando-se ao trabalho de reajuste. E é assim que, muitas
vezes, numa nova encarnação, encontramos pessoas com problemas mentais ou de
paralisias físicas, “apresentando estado morfológico conforme o campo mental a
que se ajusta”.
A zona de remorso
A recordação dessa ou daquela falta grave, principalmente daquelas que
repousam recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por
válvulas de alivio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado
anormal que podemos classificar de “zona de remorso”, em tomo da qual a onda
viva e contínua do pensamento passa a enrolar-se em circuito fechado sobre si
mesmo, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à
lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria. Isso
é bem exemplificado por André Luiz no livro Entre a Terra e o Céu, onde
ele relata a questão de Júlio, que em uma existência teria aniquilado o veículo
físico tomando uma grande quantidade de corrosivo e, mesmo sobrevivendo à
intoxicação, fez uma nova tentativa de aniquilar o corpo físico lançando-se à
funda corrente de um rio, nela encontrando o afogamento. Na oportunidade
seguinte que lhe foi dada, reencarnou junto das almas com as quais se mantinha
associado para a regeneração do pretérito, mas infelizmente encontrou
dificuldades naturais para recuperar-se, desencarnando ainda menino, vítima de
um novo afogamento. E quando chegou o momento de um novo renascimento, para que
pudesse se reajustar dentro das leis divinas e recuperar-se mentalmente,
equilibrando o “centro laríngeo”, reencarnou, dessa vez, com o corpo fisiológico
deficiente, sofrendo do órgão vocal que se caracterizou por fraca resistência
aos assaltos microbianos e que, de algum modo, lhe retratou a região lesada.
Nesse exemplo, observamos que estabelecida a idéia fixa sobre “o nódulo de força
mental desequilibrado”, foi indispensável que houvesse acontecimentos
reparadores para que Júlio se sentisse redimido perante a lei, mudando,
portanto, seu campo mental.
Somos todos responsáveis
Não podemos esquecer que a imprudência e a ociosidade se responsabilizam por
múltiplas enfermidades, como sejam os desastres circulatórios provenientes da
gula, os quadros infecciosos pela ausência da higiene comum, os desequilíbrios
nervosos da toxicomania e o depauperamento decorrente de vários excessos. De
modo geral, porém, as doenças perduráveis, que destroem o corpo físico, têm suas
causas no corpo espiritual, pois as energias na nossa alma expressam as chamadas
dívidas cármicas, por serem conseqüências das causas infelizes que nós mesmos
plasmamos, e são transferíveis de uma existência para outra, uma vez que é a
nossa mente, através da energia do nosso pensamento, que, de forma inconsciente,
muitas vezes, nos cobra ou nos absolve das faltas cometidas, lançando-nos ou
tirando-nos da “zona de remorso”. Existem casos em que, mesmo em estado de
recuperação perispirítica, a presença de pessoas desafetas responsáveis por
essas zonas pode levar a violentos choques psíquicos, com o que as emoções se
lhe desvairam afastando-se da necessária harmonia. A mente desorientada perde o
controle da organização perispirítica e dos elementos fisiológicos, assumindo
condições excêntricas, dispersando as energias que lhe são peculiares. Essas
energias passam a atritar-se e a emitir radiações de baixa freqüência,
aproximadamente igual a de que lhe incide o pensamento das vítimas, trazendo,
conseqüentemente, as mais variadas repercussões no corpo somático. Devemos
também lembrar que não apenas os pensamentos voltados para nossas ações
pretéritas mantêm-nos presos a esse circuito fechado do pensamento do qual
falamos. O pensamento é muito mais amplo do que a nossa consciência pode
alcançar. Subsistem aqueles (o pensamento) em que se fazem inconscientes em
nossa mente, também trazidos por lembranças das faltas por outros cometidas, que
nos atingiram, deixando marcas no nosso corpo espiritual e que, hoje, ao
depararmo-nos em um novo reencontro, sentimos no corpo carnal os efeitos desses
males, efeitos estes apresentados muitas vezes na forma de simples sintomas ou
mesmo de uma enfermidade instalada.
O pensamento, como uma modalidade de energia sutil atuando em uma forma de
onda, com velocidade muito superior à da luz, quando de passagem pelos lugares e
criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, agem e reagem sobre si
mesmos, em circuito fechado, trazendo-nos, assim, de volta as sensações
desagradáveis hauridas ao contato de qualquer ação desequilibrante. Isso tudo
acontece porque, quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos
perturbações em prejuízo dos outros, plasmamos nos tecidos fisiopsicossomâticos
determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições
mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona
atingida torna-se passível de invasão microbiana.
Reforma íntima: o remédio
Quando é desarticulado o trabalho sinergético das células nesse ou naquele
tecido, intervêm as unidades mórbidas, quais o câncer, que nessa doença imprime
acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células
sãs do órgão em que se instalam, causando tumorações invasoras e metastáticas,
compreendendo-se, porém, que a mutação no início obedeceu à determinada
distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas
tiveram o efeito das projeções de raios-x ou de irradiações ultravioletas, em
aplicações impróprias. Quando o doente adquire um comportamento favorável a si
mesmo, num crescente de humildade, paciência, devotamento ao bem, num profundo
processo de renovação moral, as forças físicas encontram sólido apoio nas
radiações de solidariedade e reconhecimento que absorve de quantos lhe recolhem
o auxílio direto ou indireto, conseguindo conter a disfunção nos neoplasmas
benignos que ainda respondem à influência organizadora dos tecidos adjacentes.
Devemos, portanto, reconhecer o quanto é importante o equilíbrio de nossa mente,
pois com as aquisições e observações da psicopatologia, podemos observar a
intervenção dos fatores internos ou psicogênitos em todas as atividades do
organismo físico.
O aparelho cerebral
André Luiz, no livro No Mundo Maior, falando sobre o sistema nervoso,
observa em preciosa síntese que: “No sistema nervoso, temos o cérebro inicial,
repositório dos movimentos instintivos e sede das atividades subconscientes. Na
região do córtex motor, zona intermediária entre os lobos frontais e os nervos,
temos o cérebro desenvolvido, consubstanciando as energias motoras de que se
serve a nossa mente para as manifestações imprescindíveis no atual momento
evolutivo do ser. Nos planos dos lobos frontais, silenciosos ainda para a
investigação científica do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que
conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais
nobre do nosso organismo divino em evolução. Não podemos dizer que possuímos
três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que se divide em três regiões
distintas, onde, no primeiro, situamos a “residência de nossos impulsos
automáticos”, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo,
localizamos o “domicílio das conquistas atuais”, onde se erguem e se consolidam
as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a “casa das
noções superiores”, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles,
moram o hábito e o automatismo. No outro, residem o esforço e a vontade; e, no
último, moram o ideal e a meta superior a ser alcançada. E assim distribuímos o
subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos em nós
mesmos o passado, o presente e o futuro”.
O corpo é um reflexo da mente
Podemos então concluir que, diante de tudo quanto já abordamos, é
compreensível dizer que a quebra da harmonia cerebral, em conseqüência de
compulsoriamente se arredarem das aglutinações celulares do campo fisiológico os
princípios do corpo espiritual, essas aglutinações ficam, então, desordenadas em
sua estrutura e atividades normais, podendo surgir tumores e hemorragias
conseqüentes de fenômenos mórbidos assediando a mente, porque o cérebro é o
instrumento que traduz essa mente, manancial de nossos pensamentos, e é por isso
que a dor do remorso não permite fácil acesso à esfera superior do organismo
perispírito, onde se erguem as manifestações da consciência divina. O cérebro
real é aparelho dos mais complexos, em que nosso “eu” reflete a vida. Examinando
o organismo que modela as manifestações do campo físico, reconheceremos que a
célula nervosa é entidade de natureza elétrica que, diariamente, se nutre de
combustível adequado. Há neurônios sensitivos, motores, intermediários e
reflexos. Existem os que recebem as sensações exteriores e os que recolhem as
impressões da consciência. Em todo o cosmo celular agitam-se interruptores e
condutores, elementos de emissão e de recepção. A mente é a orientadora desse
universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se
consagram a seu serviço. Dela emanam as correntes da vontade, determinando vasta
rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo
às sugestões das zonas interiores. Colocada entre objetivo e subjetivo, é
obrigada, pela lei divina, a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar,
recolher, guardar, enriquecer-se, iluminar-se, progredir sempre. Ainda que
permaneça aparentemente estacionária, a mente prossegue seu caminho, sem recuos,
sob atuação das forças visíveis ou invisíveis.
Lembremos que toda a energia gerada tem que manter-se de forma bem
equilibrada, porque tanto o bloqueio do fluxo de energia quanto o excesso desse
fluxo podem produzir desequilíbrios e, conseqüentemente, uma doença física.
Hoje, ainda não encontramos na medicina tradicional os recursos necessários
para esse entendimento,mas felizmente, surgem na atualidade novas opções
terapêuticas, tanto no campo da psicologia como na chamada medicina alternativa,
com estudos que comprovam a cura de determinadas patologias através dessas novas
abordagens, como é o caso das técnicas de regressão de memória.
Assim sendo, observemos a necessidade de nos reunir cada vez mais para
estudar sob esta nova visão, pois somente quando os homens da ciência se
permitirem, com mais flexibilidade, atravessar a porta do entendimento do amor,
como homens comuns e de fé, é que conseguiremos chegar mais rapidamente à
solução de enfermidades que até os dias atuais a ciência não consegue
equacionar.