A Porta Estreita e a Porta Larga
Grupo Espírita Apóstolo Paulo
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Acima, colocamos um exemplo de como a palestra pode ser apresentada em uma lousa. A seguir, os comentários que podem ser feitos a cada item em destaque.
A PORTA ESTREITA
“…conheço Jesus, e bem sei quem é Paulo. Mas vós, quem sois?”
*Atos dos Apóstolos, cap. XIX; vers. 13 a 16
Esta palestra deverá levar o público a refletir sobre a atual situação de inversão de valores que existe na sociedade. Muitos de nós temos nos ancorado na religião para dizer que somos boas pessoas. Que só por freqüentarmos uma casa religiosa estaríamos quites com Deus, e Ele teria a obrigação de nos proteger, independente dos nossos atos.
Comece lembrando esta passagem da vida do apóstolo Paulo de Tarso, na referência acima. Segundo ela, os sete homens que se dispuseram a expulsar a má influência que atormentava um rapaz acreditavam-se poderosos, pois citavam os nomes de Paulo e Jesus.
O resultado foi a desilusão. O Espírito mau deu-lhes, e a nós também, uma lição de moral. Mostrou que conhecia a força moral de Paulo e Jesus. Porém, daqueles que impunham seus nomes, nada tinham a dizer.
A Doutrina Espírita ensina que para termos ascendência sobre os maus Espíritos precisamos ter a prática do bem em nossas vidas. Essa força moral nos dará a condição de vencê-los e afastá-los, não só dos outros, como de nós mesmos, evitando assim a obsessão.
Porém, muitos de nós vivemos de aparências, e o exemplo digno não nos acompanha.
Freqüentar uma religião não é o fim, mas sim é o meio que nos levará a nos conscientizarmos das imperfeições que nos cercam e nos alertar do mau caminho. Mas o serviço aí está apenas começando. Necessitaremos praticar o que aprendemos, para termos a coragem e o merecimento de vencermos os problemas e influenciações que nos afligem.
Estes comentários despertarão os ouvintes para o teor da palestra, levando-os a uma rápida reflexão sobre o porquê de estarem ali no centro e quais os seus objetivos de vida.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, este entrará no Reino dos Céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não é assim que profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu nome obramos muitos prodígios? E eu então lhes direi, em voz bem inteligível: apartai-vos de mim, os que obrais a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de dentes”(Mateus, VII: 21 a 23).
Jesus demonstrou nesta passagem que não há preferência religiosa no mundo espiritual. Novamente, de que nada adianta colocarmo-nos como religiosos, se no dia-a-dia somos impacientes, orgulhosos, egoístas, avarentos, abusamos da sensualidade e da violência. Enfim, se praticamos a iniqüidade.
O conhecimento das Leis de Deus, ao contrário de nos proteger, poderá nos trazer mais condições para sofrermos na vida. Isto porque Jesus sempre disse que a quem muito foi dado, muito será pedido. Portanto, se somos adeptos de uma religião, falamos em nome dela, e a estudamos constantemente, Deus esperará de nós atos melhores em comparação com os que não tiveram esta oportunidade de aprendizado.
Mostre ao público que a vinda deles no centro, na igreja ou em qualquer templo estará lhes dando uma enorme responsabilidade perante a vida, e que a partir de então precisarão medir suas atitudes e buscar fazer ao próximo o que desejam para si mesmos.
Interaja com os presentes. Diga-lhes que, frente a tudo o que expôs, seria mais fácil e tranqüilo se não tivéssemos o conhecimento da Lei. Assim, não seríamos tão cobrados, não é?
Não, não é!, diga-lhes. Isso porque se o conhecimento nos traz responsabilidade, a falta dele nos deixará na ignorância. E a ignorância é a prisão do ser, que vive escravo de suas próprias imperfeições.
Explique a razão de vivermos encarnados. Que quanto mais agirmos contra a Lei, mais sofreremos. É a Lei de Ação e Reação, Plantio e Colheita. Se plantarmos o erro, colheremos angústia e desilusão.
Somente este conhecimento, que nos traz a responsabilidade, evita com que nos equivoquemos e conseqüentemente, iremos conseguir a verdadeira liberdade e a felicidade almejadas. Não passageiras, mas eternas.
Daí, lembre que o mundo material prega exatamente o contrário, dando ao homem os prazeres efêmeros, e então leia a passagem seguinte.
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela. Que estreita é a porta, e que apertado o caminho que leva para a vida, e que poucos são os que acertam com ela”( Mateus, VII: 13 e 14).
Mostre ao público que é muito mais fácil, sim, viver na irresponsabilidade, longe dos princípios cristãos. O que dá prazer carnal é mais rápido de sentir, porém é mais penoso de se sofrer as conseqüências.
Que é muito mais fácil entregar-se ao adultério do que preservar a fidelidade; que é mais rápido enriquecer roubando ou enganando, do que trabalhando com penar; que é melhor assistir a programas sensacionalistas ou que estimulam nossas más paixões do que irmos a uma casa religiosa ou lermos um bom livro.
Enfim, que devido ao atraso de nosso espírito, gostamos mais do que encanta os olhos do que aquilo que nos fala à razão.
Por isso, a humanidade sofre a conseqüência de seus próprios atos. Diga que estas atitudes nos mostram que o grande mal da sociedade é a ignorância, e não a falta de dinheiro ou a violência. Porque estes últimos só existem devido a falta de conhecimento e principalmente prática dos ensinos de Jesus.
Questione se isso quer dizer que devemos viver uma vida anormal, longe de tudo aquilo que satisfaz nossos desejos carnais. Então, vá para a parte seguinte da palestra.
*O Livre-arbítrio
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”(Paulo, I Coríntios, X, 23).
A Doutrina Espírita e o apóstolo Paulo respondem a esta dúvida. Falam-nos do livre-arbítrio, onde temos a liberdade de fazermos o que bem entendermos, porém seremos responsáveis pelos nossos atos, bons ou maus.
Diz Paulo que podemos fazer de tudo. Mas será que tudo nos convém? Não há proibições para o espírita, ou cristão, que é a mesma coisa. Há sim a conscientização do que é bom ou ruim para nossa evolução espiritual. Seguir o caminho é problema de nós mesmos.
Com isso, demonstre ao público que não é necessário viver uma vida santificada, sem erros. Pois por mais que tentássemos, não conseguiríamos no atual estágio evolutivo em que nos encontramos. O que precisamos é buscar dominar constantemente nossas más tendências, com sinceridade no coração.
Se gostamos do conforto, trabalhemos para tal, mas não nos tornemos escravos do dinheiro, que nos afastará das coisas de Deus; se o sexo nos faz bem, devemos fazê-lo de forma responsável, sem desvarios, para que não passe a atormentar o próprio psiquismo; a diversão, o lazer, relaxam-nos, e isso é ótimo, mas não devemos viver uma vida nababesca, inútil, pois há hora e lugar para nos divertirmos, com responsabilidade.
Enfim, mostre ao público que tudo nos é lícito, mas muita coisa não nos convém, devido às conseqüências que elas trazem.
Agora, diga que quando estamos conscientes das obrigações morais e intelectuais que devemos ter, Deus não falta conosco, e leia a parte final da palestra.
“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” ( Paulo, aos Romanos, VIII, 31).
Sim, pois é Jesus quem diz que se buscarmos primeiro as coisas divinas, todo o restante nos será acrescentado. E o Pai irá nos amparar nos problemas que nos afligirem. Nenhuma angústia, obsessão ou dúvida conseguirá nos tirar do caminho do bem, pois estaremos cientes dos objetivos a que nos propomos.
Fale ao público que este é o momento da mudança interior. Jesus só espera nosso primeiro passo para poder influenciar na vida de cada um de nós.
Encerre dizendo que ele só espera que façamos de nossa parte para que ele possa fazer da dele. E então, entrarmos no Reino de Deus, que nada mais é do que a paz de espírito que tanto almejamos.
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