A União Religiosa
Recentemente, no Auditório do Colégio Promove Mangabeiras, realizou-se a Primeira Assembléia da URI – “United Religions Initiative” (Iniciativa das Religiões Unidas) -, em Belo Horizonte, da qual tive o prazer de participar.
A URI foi fundada em junho de 2000, por pessoas das mais diversas religiões do mundo. Respeita todas as crenças, inclusive as indígenas, e conta com a filiação de cerca de 200 denominações confessionais dos cinco Continentes. Seu propósito é, principalmente, promover a cooperação inter-religiosa permanente e cotidiana, para erradicar a violência de motivação religiosa, e criar culturas de paz, justiça e cura para a Terra e para todos os seres vivos. André Porto (Rio de Janeiro, R.J.) é o seu coordenador geral para a América Latina (www.uri.org). E em Belo Horizonte a URI é representada pela Brahma Kumaris, que está presente em 60 países e foi condecorada pela ONU, sendo o seu endereço, nesta Capital, a Rua Industrial José Costa, 587, Nova Granada (www.bkumaris.com.br).
Realmente, o mundo de hoje está precisando muito da união e da solidariedade entre as pessoas. E as religiões muito podem contribuir para com isso, desde que não tenham preconceito contra outra religião, e pratiquem um verdadeiro ecumenismo, ou seja, aquele que, se necessário, até ajude as pessoas a passarem para outra religião diferente da nossa. E o ecumenismo autêntico não tacha de supersticiosas as religiões dos outros, e muito menos as denomina de satânicas, a exemplo do que fazem alguns pastores, que proíbem seus fiéis de até aceitarem doações de centros espíritas, dizendo que elas vêm de satanás! “Não entram no reino de Deus, e ainda impedem os outros de entrarem!” Enquanto houver essa mentalidade (de ignorância, hipocrisia ou as duas?), ficaremos até sob ameaça de novas guerras santas, que só no século 16 ceifaram a vida de cerca de 1/3 da população européia!
E a verdade é que, a termos fanatismo religioso, é melhor não termos nenhuma religião, pois uma religião desse tipo desarmoniza as pessoas. É o Nazareno que nos adverte de que, se estivermos no altar fazendo ofertas a Deus, e lembrarmo-nos de que não estamos bem com um nosso semelhante, devemos primeiro reconciliar-nos com ele, para só depois continuarmos a nossa oferta, o que quer dizer que a paz entre as pessoas é mais importante do que as oferendas a Deus!
Aplaudamos, pois, a URI, já que ela está trabalhando para um mundo melhor, através da união das religiões, um mundo em que tenhamos uma visão unilateral de Deus, e não unilateral, que é egoísta e discriminatória, e provoca divisão entre as pessoas, ao invés de uni-las.
Só assim, ficará mais próximo de nós o desejo do Mestre de um só rebanho e um só pastor!
Autor do livro “A Face Oculta das Religiões” (Ed. Martin Claret), entre outros. E-mail: [email protected]