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Achologia: eu acho que

Esta talvez seja a mais nova ciência dos homens. Usada diariamente, com mais
intensidade nestes tempos de dificuldades maiores, está presente em todos os
lugares, famílias, grupos e cidades… Sim, é a ciência do “acho que…”
É, isso mesmo, eu acho que:

a) isto deveria ser feito assim, b) poderíamos fazer isso, c) isto ficaria
melhor aqui, d) isto ficaria mais bonito se…, e) assim funcionaria melhor, f)
falta isso para melhorar, g) alguém poderia tomar a iniciativa de…, etc., etc.

Na verdade todo mundo acha, mas poucos tomam a iniciativa de …
Poucos são os que se expõem, muitos têm o medo de se comprometerem, outros se
escondem na suposta incapacidade ou timidez e muitos acabam achando que
os outros é que deveriam fazer o que precisa ser feito…

Nesta avalanche do eu acho que, surgem as críticas a governantes,
autoridades e as sempre presentes pedradas em quem faz, pois quem faz se
expõe, está a frente e como todo mundo está sujeito a erros e também pode errar,
aí fica como fácil alvo daqueles que criticam e nunca agem. Mas, pensando como o
consagrado Prof. Marins: “…erre, mas pelo amor de Deus, faça!…”

Mas esta é a questão: todo mundo espera que alguém faça algo para melhorar a
situação de dificuldades, acha que poderia ser desta ou doutra forma, mas
permanecemos todos na acomodação, até indiferença, esperando que as coisas
caiam do Céu e esquecendo o acerto da canção popular que diz que quem
sabe faz a hora, não espera acontecer.

Estas considerações todas também podem ser levadas para o Centro Espírita, o
Movimento Espírita ou no relacionamento entre os espíritas. Existe muita gente
achando que, enquanto o tempo passa, as coisas deixam de
acontecer, perdemos tempo adiando dias melhores… Veja alguns exemplos:

a) Acho que poderíamos convidar fulano para falar outra vez.
Foi tão boa aquela palestra… b) Acho que fulano poderia hospedar
aquele orador. É uma noite só; c) Acho que podemos preparar um
lanche para as crianças; d) Acho que se trocássemos as cadeiras do
Centro, ficaria melhor… estas estão velhas; e) Acho que se
alugássemos uma Van para ir assistir aquela palestra na outra cidade; f)
Acho que os estudos ficariam melhor se fossem às 20 horas…; g)
Acho que se fulano fosse o Presidente, seria melhor…; h) Acho
que podemos organizar uma festinha para os assistidos…; i) Ah, mas
eu acho que se pintasse de amarelo ficaria melhor; j) Mas,
eu acho que uma Noite da Pizza resolveria nossa questão de caixa.

O fato é que precisamos agir. Está à nossa espera a iniciativa, a decisão, o
primeiro passo a ser seguido da perseverança. Há muito o que fazer no Centro, no
Movimento. Interessemo-nos, saindo da inércia e da acomodação. Mesmo errando,
mas deixando tanto de achar que…

(Jornal Mundo Espírita de Julho de 2001)