Ajuda-te que o Céu te Ajudará
O aforismo “Ajuda-te que o Céu te Ajudará” é semelhante ao “busca e acharás”.
É o princípio da lei do trabalho e da lei do progresso. É a esperança no meio
das dificuldades acerbas que a alma passa neste planeta de provas e expiações. É
o consolo de uma vida melhor ante o desgaste de nosso corpo físico. É a
realização da justiça divina ante as injustiças humanas.
Na Antigüidade, o homem, com sua massa muscular avantajada, só tem sensações.
Ara a terra, mas seus pensamentos são ainda rudimentares acerca da vida
espiritual. Com o passar do tempo, aplica a sua inteligência na construção de
máquinas e utensílios que lhe garantam a sua sobrevivência. Nenhum desses
esforços fica perdido. Contudo, ele precisa desenvolver o lado espiritual. É aí
que a divindade envia os seus mensageiros de luz, a fim de abrir a mente do
terráqueo para as realidades do Espírito. Assim, a mediunidade surge e se
desenvolve até se positivar com a vinda de Allan Kardec, no século XIX.
Diz-nos o Evangelho que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Ou
seja, tudo o que semearmos de bom ou de ruim, um dia colheremos. Quer dizer,
talvez não percebamos de pronto, mas cada um de nós se dá por aquilo que se
troca. É que o tempo, uma lima que trabalha e não faz ruído, caminha intrépido e
resoluto como o relógio durante as tempestades. Nesse sentido, embora não
estejamos percebendo a ajuda nesta encarnação, tudo fica registrado no tempo e,
possivelmente, numa próxima encarnação poderemos vir com os créditos desta
existência.
A emergência do auxílio pode ser vislumbrado pela prática da mediunidade. No
passado, os primeiros sintomas são adquiridos pelo sono, através dos sonhos.
Hoje, com o desenvolvimento das idéias e a evolução moral alcançada pelo ser
humano, podemos entrar amiudadamente em contato com os Espíritos superiores.
Estes, através da sua sabedoria e bondade, podem comunicar-nos conhecimentos
valiosos sobre a vida espiritual e revelar-nos muitos conhecimentos para
estimular a nossa transformação moral.
O esforço na busca da perfeição deve ser enfatizado. Sem ele nada de concreto
podemos realizar. É aí que reside a tônica dessa máxima. Primeiro temos que nos
ajudar, ou seja, acionar todas as nossas potencialidades para a solução de um
problema, de uma dificuldade. Depois, como que por acréscimo de misericórdia, a
divindade encaminha a solução para uma direção que nem sequer estávamos
imaginando.
Saibamos olhar além do pânico, da confusão, da admoestação. Uma força
estranha apodera-se de nós e conseguimos vislumbrar novas luzes para a ascensão
do nosso Espírito.