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Chico Xavier: com honras militares

Francisco Cândido Xavier, conhecido por Chico Xavier, nasceu em Pedro
Leopoldo, em Minas Gerias, no Brasil, a 2 de Abril de 1910. Filho de pais
pobres, desde cedo demonstrou ter faculdades paranormais que lhe permitiam ver
pessoas já falecidas e falar com elas, tendo-se tornado um dos maiores médiuns
da história da humanidade. Com vários tipos de mediunidade (ou paranormalidade),
desde a mediunidade de efeitos físicos, à mediunidade de fala, à mediunidade de
vidência entre outras, foi na mediunidade de escrita (psicografia) que ele se
destacou.

Durante cerca de 75 anos de actividade ininterrupta na mediunidade,
gratuitamente, publicou 435 livros ditados por centenas de espíritos, dos quais
todos os direitos de autor reverteram integralmente para obras assistenciais.
Chico Xavier sobrevivia com o seu salário de dactilógrafo aposentado do
Ministério da Agricultura. Sempre viveu de maneira simples, humilde e nessa
condição largou o corpo de carne no dia 30 de Junho de 2002, aos 92 anos de
idade.

Indicado para o prémio Nobel da Paz com um manifesto com assinaturas de 10
milhões de brasileiros, os livros que ele recebeu ditados pelos espíritos
atingiram vendas na ordem dos 30 milhões de exemplares (cerca de 1880 edições)
dos quais cerca de 60 títulos foram vertidos para outros idiomas (castelhano,
esperanto, francês, inglês, grego, japonês, checo e transcrições para Braille) e
publicados em mais de 45 países.

Calcula-se que nos seus quase 75 anos de actividade mediúnica, tenha recebido
cerca de 20 mil mensagens ditadas pelos espíritos destinadas aos seus
familiares.

É tido como o maior fenómeno mediúnico do século XX. Sobre a sua vida foram
publicadas 80 obras de diversos autores, num total de mais de 320 mil volumes
espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

Chico Xavier foi um exemplo de amor ao próximo, de fraternidade e humildade
contagiante, sendo considerado um exemplo por todos, mesmo por aqueles que não
aceitam a Doutrina Espírita.

Durante o seu velório passaram cerca de 80 mil pessoas de acordo com a
Polícia Militar.

Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil emitiu uma nota de pesar onde
constava: «Grande líder espiritual e figura querida e admirada pelo Brasil
inteiro, Chico Xavier deixou a sua marca no coração de todos os brasileiros, que
ao longo de décadas aprenderam a respeitar o seu permanente compromisso com o
bem-estar do próximo.»

O Governador de Minas Gerias, Itamar Franco, decretou luto oficial de três
dias em todo o estado, tendo referido que vai guardar para sempre, com carinho,
a imagem de «uma imensa bondade, reflexo de sua alma iluminada, que transparecia
particularmente na sua dedicação aos pobres».

O seu funeral teve honras militares e um helicóptero da Polícia Militar
lançou flores sobre o cemitério acompanhados de uma salva de tiros, no adeus ao
mais famoso morador da cidade.

Chico Xavier é um daqueles seres que raramente aparecem na Terra, como um
foco de luz iluminando tudo e todos ao seu redor. À semelhança da madre Teresa
de Calcutá que partiu para o mundo espiritual ofuscada pela morte de lady Di,
também Chico Xavier sairia do corpo carnal pela porta dos fundos da ribalta,
precisamente no dia em que todos comemoravam o pentacampeonato do Brasil.

Um exemplo que cala fundo no coração de todos os que o conheceram e de todos
os que leram as suas obras e tiveram conhecimento da sua vida de um verdadeiro
espírita, de um verdadeiro cristão.

TESTEMUNHOS

AÉCIO NEVES, presidente da Câmara dos Deputados: “Chico Xavier é uma
referência única de trabalho e solidariedade não só para os mineiros, mas
para todos os brasileiros. Mesmo estando em estágio avançado de sua doença,
ele continuava recebendo peregrinos que viajavam para encontrá-lo. Ele será
sempre um exemplo de vida e humanidade muito importante. Ele era uma figura
muito confortadora para todos, independentemente da religião de cada um.”

PADRE JOSÉ BIZON, assessor da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil): “Chico Xavier foi um homem exemplar e sempre disposto a fazer o
bem. Dedicou a vida às pessoas que o procuraram. Soube entendê-las, amá-las
e orientá-las.”

LEONARDO BOFF, teólogo e escritor: “Ele era um dos grandes anjos bons que
o povo brasileiro tinha. O centro de sua mensagem era o amor e a bondade,
especialmente para com os que sofriam. Colocou toda a sua energia interior e
sua capacidade de transformação a serviço de uma missão verdadeiramente
messiânica: consolar os desesperados, enxugar lágrimas e curar enfermos.”