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Coluna Espírita – Falando de Cinema

Richard Simonetti – richardsimonetti@uol.com.br

“O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.” (Orson Welles)

Como milhões de pessoas, sou fã da sétima arte.

Big cinema screenA magia do cinema é irresistível, uma fábrica de sonhos, embalados em histórias que nos envolvem, colocando-nos no centro da ação, como se delas participássemos.

Há filmes marcantes, inesquecíveis, não apenas por serem histórias bem contadas, mas porque nos fazem pensar, veiculando ideias e princípios que enriquecem nossa existência.

Sugiro para sua apreciação, amigo leitor, alguns deles:

Patch Adams – O Amor é Contagioso (1998).

A história de um dos primeiros médicos a tratar pacientes usando o bom humor, ainda na década de 70, no século passado. De seu trabalho nasceu o movimento Doutores da Alegria, hoje difundido em muitos países, inclusive no Brasil.

Gênio Indomável (1997).

A experiência de um psicólogo com um faxineiro que tinha incrível facilidade para cálculos matemáticos complexos, ajudando-o a superar traumas e vacilações para um aproveitamento de seu dom.

Sociedade dos Poetas Mortos (1989).

O ex-aluno de uma escola preparatória, agora professor, às voltas com a direção por usar métodos não ortodoxos para ensinar os alunos, destacando a iniciação poética.

O Homem Bicentenário (1999).

Um robô responsável por fazer tarefas domésticas para a família que o comprou adquire características humanas e logo começa a buscar a liberdade e sua realização no amor. É uma bela fábula sobre o despertar para a consciência e a vida.

Uma Babá Quase Perfeita (1993).

Travestido de babá, um desempregado tenta conquistar o cargo vago na casa de sua ex-esposa para aproximar-se de seus filhos. Acaba transformando-se numa impagável conselheira sentimental que faz sucesso na televisão.·.

O amor além da vida (1998).

Filme belíssimo, com fotografia e imagens inesquecíveis, fala de um homem que ao morrer ganhou o paraíso, como prêmio aos seus méritos. Estava muito feliz, até saber que sua esposa, inconformada, com sua morte e a de dois filhos que faleceram anteriormente, num acidente, suicidara-se e fora condenada irremediavelmente ao inferno. Contrariando seus mentores, ele foi aos abismos infernais para resgatá-la. O final é surpreendente.

Se você gosta de cinema, caro leitor, sabe que há algo em comum em todos esses filmes: tiveram como protagonista Robin Willians.

Fomos surpreendidos pela triste notícia de que esse grande ator e comediante americano, que alegrava e comovia as pessoas com filmes inesquecíveis, cometeu suicídio aos sessenta e três anos.

Como um homem que protagonizou tantos filmes que exaltam a Vida, o bom ânimo, a alegria de viver, pôde chegar a tal extremo de desespero, a ponto de matar-se?

Não sabemos de suas motivações, das dores da alma, que induzem o indivíduo a contrariar o próprio instinto de conservação, optando pelo auto aniquilamento.

Não obstante, podemos dizer que faltou a Robin Willians, bem como a todos os que cometem esse gesto extremo, uma visão espírita da existência humana, a mostrar-nos que o suicídio é uma porta falsa, que nos precipita em sofrimentos exacerbados, conforme a descrição de muitos suicidas, pelo correio mediúnico.

O Espiritismo demonstra, à saciedade, que se trata de uma decisão desastrada que devemos evitar com todas as forças de nossa alma, a fim de não nos sujeitarmos a dolorosos processos de reajuste que podem prolongar-se por existências inteiras.

Ressalta a Doutrina a necessidade inadiável de cultivarmos espiritualidade, procurando definir os porquês da existência humana, de onde viemos, por que estamos na Terra, para onde vamos, por que enfrentamos dores e problemas…

São esclarecimentos que só o Espiritismo pode oferecer, com sua visão maravilhosa do além-túmulo, onde colhemos as consequências de nossas ações, particularmente do suicídio, um mergulho em sofrimentos inenarráveis.

Nesse empenho de religiosidade teremos sempre na oração contrita o lenitivo para as dores, a solução para os problemas, o alento para as horas difíceis, de forma a que nunca faleça em nós a serenidade e o bom ânimo, mesmo ante a adversidade.

É também a oração o bálsamo para aqueles que colhem no mundo espiritual as tristes consequências desse gesto extremado de fuga.

Amantes da sétima arte, oremos por esse homem que semeou sonhos na magia do cinema, mas, infelizmente, optou pelo pesadelo.

Como o personagem que tirou a esposa do inferno, possam seus mentores resgatá-lo em tempo breve para as colônias espirituais, onde venha a refazer-se, recompondo seu destino.

 

Ps.: Os conceitos aqui emitidos não expressam necessariamente a filosofia FEAL, sendo de exclusiva responsabilidade de seus autores.