Criança Especial
Eu tenho um casal de amigos que passou, há muitos anos, uma dolorosa, mas
enriquecedora experiência. Era o segundo ano de casamento, minha amiga estava
grávida. Era de se ver a alegria do casa! Ele, que já era carinhoso,
desdobrava-se em atenções e gentilezas. Grande parte do enxoval ela fez com as
próprias mãos. Não havia ainda os exames de ultra-sonografia, mas os sonhos dos
meus amigos eram grandes. Eles diziam com orgulho: nosso filho será lindo,
saudável, inteligente. No futuro será doutor. Poderá ser médico ou advogado, mas
será doutor.
A criança nasceu e o médico, com muito tato, disse-lhes que a criança era
diferente. Ela aprenderá muito pouco, pois é retardada mental.
O desespero foi grande! Meu amigo questionou Deus: Por quê? Por que, logo
comigo? A mãe não queria nem ver o filho. Foi preciso que a avó cuidasse dele,
porque a mãe colocou luto e afirmou que seu filho morreu. Insistiu tanto nessa
fantasia, que todos temeram pela sua saúde mental.
O tempo passou e trouxe lições preciosas. A avó, com a sua sabedoria, não
forçou a aceitação. Apenas abraçava a filha, quando ela tinha crises de choro.
Passaram-se alguns anos, quando os meus amigos começaram a perceber o amor
profundo que o menino tinha por eles e pela vida. Extremamente carinhoso, era
quase totalmente independente nas atividades diárias.
Pouco a pouco os pais se aproximaram dele e o amaram ternamente. Minha amiga
está grávida novamente. Quando lhe perguntam se não tem medo de ter outra
criança deficiente, ela diz: não! Agora nós temos um professor, e saberemos
lidar com ela, como vier. Saberemos amá-la.
Querido ouvinte; junte-se a nós para amarmos a vida e clamarmos pela paz.
Reaja minha cidade, porém com muito amor no coração.