Um tema sempre espinhoso para falar com os dirigentes espíritas é o dinheiro. Entretanto, penso ser um tema urgente, porquanto nas visitas que realizo aos centros espíritas observo, quase sempre, o enorme desafio de equilibrar as contas ao final do mês.
Os dirigentes estão sempre fazendo “milagres” para pagar funcionários, dar conta da limpeza do salão, atender aos necessitados, comprar equipamentos necessários às reuniões e etc.
Algumas pessoas pensam que os Espíritos resolverão este problema financeiro. Mas a verdade é que as finanças das instituições religiosas não cabem aos Espíritos pagar.
Isto é um problema dos encarnados.
Porém, falar de dinheiro na Casa Espírita é, para alguns, constrangedor.
Muitas pessoas criticam quando a entidade promove um baile dançante para angariar fundos, ou utiliza-se de jogos e gincanas em eventos. Não raro até escritores que vendem seus livros em palestras recebem críticas.
Por que nossa relação com o dinheiro é assim, tão problemática?
Penso que a grave questão está no lucro desmedido e exorbitante e na deturpação dos objetivos do centro espírita.
Centro Espírita não tem a missão de gerar lucro, mas também necessita de verba para cumprir as demandas.
Eu posiciono-me sempre a favor da colaboração financeira e do que possa, dentro dos limites do bom senso, gerar renda às instituições para que prossigam na tarefa de divulgação espírita e atendimento aos necessitados.
Só quem tem em seus ombros a responsabilidade de tocar, por exemplo, um abrigo para idosos sabe exatamente a gravidade do que estou falando, a necessidade de, ao final do mês, fechar as contas no azul.
Só quem arca com um trabalho forte de divulgação na mídia escrita, no rádio ou TV, sabe bem as dificuldades que lhe afligem o íntimo para conseguir recursos e seguir na tarefa.
Claro que não se quer que o indivíduo deixe desabastecida sua mesa para doar dinheiro ao centro espírita, tampouco promover eventos com vendas de bebidas alcoólicas, todavia, muitas vezes o sujeito gasta em cerveja o que poderia ajudar na instituição que ele freqüenta.
É preciso também conscientizar o freqüentador de suas responsabilidades para com a Casa Espírita.
Consideremos um importante detalhe:
Sem dinheiro não se paga a conta de energia elétrica do centro ou da igreja, não se compra bancos para as pessoas sentarem, não se monta cesta básica aos mais necessitados.
É fundamental compreendermos que vivemos na matéria e precisamos do “papel” para realizarmos as atividades espirituais que competem ser realizadas.
Se há algo que deve ser combatido não é o dinheiro, mas, sim, o seu mau uso.
E quando mobilizamos nossa força e criatividade para obtenção de recursos que irão gerar o progresso, tenhamos a certeza que os Espíritos aprovarão nossas atitudes, desde que lícitas, transparentes e bem intencionadas.
Pensemos nisto!