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Divulgação Espírita

Divulgação Espírita

Bezerra de Menezes (espírito)

(Comunicação recebida em 06/12/1969 pelo médium Francisco Cândido Xavier,
transcrita do livro “Bezerra de Menezes, Ontem e Hoje”, compilado pela
FEB sob coordenação de Juvanir Borges
de Souza)

Filhos, o Senhor nos abençoe.

Efetivamente, as vossas responsabilidades no plano terrestre vos concitam ao
trabalho árduo no que se refere à implantação das idéias libertadoras da
Doutrina Espírita, que fomos trazidos a servir. Em verdade, nós outros, os
amigos desencarnados, até certo ponto, nos erigimos em companheiros da
inspiração, mas as realidades objetivas são vossas, enquanto desfrutardes as
prerrogativas da encarnação.

Compreendamos, assim, que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação
gigantesca, de que vos não será lícito reirar a atenção.

Nesse aspecto do assunto, urge considerarmos o impositivo da distribuição
eqüitativa e plena dos valores espirituais, tanto quanto possível, a benefício
de todos.

Devotemo-nos à cúpula, de vez que em qualquer edificação o teto é a garantia
da obra, no entanto, é forçoso recordar que a edificação é de serventia ou deve
servir à vivência de quantos integram no lar a composição doméstica. Em Doutrina
Espírita, encontramos a Terra toda por lar de nossas realizações comunitárias e,
por isso mesmo, a cúpula das idéias é conclamada a exercer a posição de
cobertura generosa e benéfica, em auxílio da coletividade.

Não vos isoleis em quaisquer pontos de vista, sejam eles quais forem.

Estudai todos os temas da humanidade e ajustai-vos ao progresso, cujo carro
prossegue em marcha irreversível.

Observai tudo e selecionai os ingredientes que vos pareçam necessários ao bem
geral. Nem segregação na cultura acadêmica nem reclusão nas afirmativas do
sentimento.

Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização,
para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o
cérebro, de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da
inteligência.

Equilíbrio e justiça. Harmonia e compreensão.

Nesse sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do entendimento
fraternal.

Todos necessitamos de sua luz renovadora.

Imperioso, desse modo, saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem
o mundo de hoje, em todos os distritos da opinião.

Congreguemos todos os companheiros na mesma formação de trabalho, conquanto
se nos faça imprescindível a sustentação de cada um no encargo que lhe compete.

Nenhuma inclinação à desordem, a pretexto de manter coesão, e nenhum endosso
à violência sob a desculpa de progresso.

Todos precisamos penetrar no conhecimento da responsabilidade de viver e
sentir, pensar e fazer.

Os melhores necessitam do Espiritismo para não perderem o seu próprio
gabarito nos domínios da elevação; os companheiros da retaguarda evolutiva
necessitam dele para se altearem de condição. Os felizes reclamam-lhe o amparo,
a fim de não se desmandarem nas facilidades que transitoriamente lhes enfeitam
as horas, e os menos felizes pedem-lhe o socorro, a fim de se apoiarem na
certeza do futuro melhor; os mais jovens solicitam-lhe os avisos para se
organizarem perante a experiência que lhes acena ao porvir e os companheiros
amadurecidos na idade física esperam-lhe o auxílio para suportar com denodo e
proveito as lições que o mundo lhes reserva na hora crepuscular.

Assim sendo, tendes convosco todo um mundo de realizações a mentalizar,
preparar, levantar, construir.

Não nos iludamos. Hoje dispondes da ação, no corpo que envergais; amanhã
seremos nós, os amigos desencarnados, que vos substituiremos na arena de
serviço.

A nossa interdependência é total.

E, ante a nossa própria imortalidade, estejamos convencidos de que voltaremos
sempre à retaguarda para corrigirmos, retificando os erros que tenhamos, acaso
perpetrados.

Mantenhamo-nos, por isso, vigilantes.

Jesus na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos
numerosos de orientação e conduta.

Estamos ainda muito longe de qualquer superação, à frente de um e outro,
porque, realmente, os objetivos essenciais do Evangelho e da Codificação exigem
ainda muito esforço de nossa parte para serem, por fim, atingidos.

Finalizando, reflitamos que sem comunicação não teremos caminho.

Examinemos e estudemos todos os ensinos da verdade, aprendendo a criar
estradas espirituais de uns para outros. Estradas que se pavimentem na
compreensão de nossas necessidades e problemas em comum, a fim de que todas as
nossas indagações e questões sejam solucionadas com eficiência e segurança.

Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço
da inexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação. Trabalhemos servindo
e sirvamos estudando e aprendendo. E guardemos a convicção de que, na Bênção do
Senhor, estamos e estaremos todos reunidos uns com os outros, hoje quanto
amanhã, agora como sempre.

(Publicado no Boletim GEAE Número 402 de 17 de outubro de 2000)