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Eutanásia, morte piedosa ou homicídio?

A eutanásia é um assunto polêmico que vem suscitando celeumas nos meios
jurídicos, médicos e religiosos. Em alguns países, foram feitas tentativas no
sentido de legalizar a Eutanásia, entretanto, dificilmente tal lei terá chances
de ser aprovada, pois trata-se da eliminação não dolorosa de doentes portadores
de moléstias incuráveis ou irreversíveis, tais como: câncer, aids, estado de
coma, sono letárgico, etc…

No aspecto jurídico, a nossa Constituição, através do Direito Penal
Brasileiro é incisivo e conclusivo: a Eutanásia constitui assassínio comum.

Sob o ponto de vista de ética médica, Hipócrates, pai da Medicina, deixou bem
claro no juramento que até hoje é repetido na diplomação de novos médicos;
considera a vida como um dom sagrado e veda ao médico a pretensão de ser juiz da
vida ou da morte de alguém, condenando tanto a Eutanásia como o aborto.

No aspecto moral ou religioso, os riscos seriam incalculáveis: primeiro, o
médico é falível e poderá errar no diagnóstico; segundo, os interesses de
herdeiros apegados e mesquinhos; terceiro incapacidade de participar da dor
alheia; quarto, egoísmo dos familiares para livrar-se de uma assistência
demorada, penosa e cara.

Além disso, não são poucos os casos de pessoas desenganadas pela Medicina
oficial e tradicional que procuram outras alternativas e logram curas
espetaculares, seja através da imposição das mãos, da fé, do magnetismo, da
homeopatia, de simpatias ou propósitos de mudanças comportamentais.

Em nossa caminhada evolutiva, existem episódios, ocorrências, dramas,
tragédias, circunstâncias e fatos que irão exigir de nós experiências difíceis
na própria carne, para superar barreiras e obstáculos, e muitas vezes são
necessários o suor e as lágrimas; a dor e os padecimentos para a nossa
transformação e evolução.

Como pesquisador já presenciei muitos casos de criaturas com quadros clínicos
de doenças incuráveis e desenganados em que o magnetismo posto em atividade pela
imposição das mãos conseguiu modificar o diagnóstico médico e restabelecer o
campo celular, porém para que isto ocorra são necessários alguns requisitos, há
necessidade de concentrar o plasma divino através da fé ativa, da confiança, da
certeza, da segurança íntima, do merecimento, das conquistas alcançadas e das
obras praticadas.

Não existem doenças e sim doentes, toda enfermidade são criações nossas,
repercussões de nossos próprios atos, que precisamos desfazer, a fim de nos
ajustarmos ao equilíbrio e harmonia.

Eis o motivo pelo qual, a Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo, refuta
a Eutanásia em virtude da mesma ser uma usurpação do direito sobre a vida
humana, reservado ao Criador, afirmando que toda criatura tem o direito de viver
e apresenta como base de toda justiça social a aplicação do princípio: “Não
façais aos outros, aquilo que não quiserdes que os outros vos façam”.

Ruy Gibim
Professor, Sociólogo, Pesquisador e
Presidente do Grupo de Estudos Psíquicos
Professora Anália Franco – Araraquara – SP

(Revista Espírita Allan Kardec Nº 5)