A Flor da Honestidade
Nos tempos de príncipes, castelos e reis, havia um príncipe que deveria
suceder o rei e a condição exigida era que fosse casado. Resolveu então promover
uma grande festa para escolher a futura esposa. Conclamou todas as jovens “casadouras”
para uma recepção no palácio.
Dentre tantas moças interessadas em se tornarem rainhas, uma delas – que
amava o príncipe em silêncio -, de origem humilde e muito pobre confidenciou à
mãe a vontade de ir a festa, embora soubesse que não teria chance em virtude da
forte concorrência de outras mulheres mais belas e em melhores condições
sociais.
Chegou o grande dia. Mulheres belíssimas, em trajes impecáveis compareceram à
recepção. Nossa personagem humilde também foi com o único intuito de ficar
próximo ao príncipe, vê-lo mais de perto. Apenas isso.
O príncipe ofereceu rica recepção, cumprimentou todas as moças e ao final da
festa anunciou que entregaria a todas as candidatas uma semente de flor para que
plantassem e voltassem todas daí a seis meses com a flor cultivada e ele
escolheria aquela que trouxesse a mais bela flor, que significaria o fruto do
amor e dos cuidados com que cuidariam da valiosa planta.
A silenciosa moça que o amava a distância e em silêncio cuidou da semente com
o maior amor. Passou o tempo: dois, três, seis meses e nada da planta nascer…
Por mais que cuidasse do pequeno vaso onde depositou a semente, jamais ela deu
sinal de vida.
No dia marcado para a nova recepção sua mãe pediu que desistisse de ir à
festa pois o que levaria já que a planta não houvera nascido. Ela respondeu que
embora não tivesse nenhuma chance iria novamente apenas para ver o príncipe pela
última vez e poder ser cumprimentada por ele, olhar em seus olhos… Enfim, os
“mistérios do amor”…
Na festa, as mais belas mulheres, trajadas novamente em vestidos lindos,
apresentavam nas mãos pequenos vasos com as mais lindas flores, de todas as
cores, tamanhos e formatos. Somente nossa conhecida personagem levou o vaso
apenas com a terra cultivada, sem nenhuma planta…
O príncipe cumprimentou todas as moças, observou todas as flores. Ao final,
diante da enorme expectativa e surpresa de todos os participantes da festa sobre
qual seria a moça escolhida, o príncipe escolheu exatamente a moça com o vaso
vazio. Perplexo o público quis saber. Afinal ele dissera que escolheria a moça
que lhe trouxesse a mais bela flor e agora ficara com a moça que não trouxera
flor alguma.
E ele explicou:
Somente ela é digna de casar-se com um príncipe e tornar-se rainha. Foi a
única honesta de todas as candidatas, pois todas as sementes que entreguei na
festa anterior eram estéreis.
Nada mais tenho a dizer… O texto de autor desconhecido faz pensar.