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Qual o Futuro do Homem para Lá do Túmulo?

Qual o Futuro do Homem para Lá do Túmulo?

Ora, o que se vê neste mundo é que, do selvagem ao civilizado, os dons se
evidenciam assaz desproporcionados, o mesmo acontecendo com o nível de
moralidade. Nem mesmo ao nascerem, as criaturas se apresentam igualmente
dotadas. Assim, se o futuro de cada ser, na eternidade, dependesse realmente de
uma só vida corpórea, então Deus devera ensejar a todos as mesmas aptidões e
oportunidades de instruir-se, assim como igualar a duração da existência humana,
porquanto premiar uns com deleites infinitos e condenar outros a torturas
atrozes para todo o sempre, sem lhes haver assegurado uniformidade de condições
para merecerem este ou aquele destino, constituiria a mais tremenda injustiça.

Outrossim, se os mortos não pudessem, mesmo, arrepender-se de seus erros, nem
tomar novas resoluções, qual a utilidade da pregação do Evangelho feita a eles
pelo próprio Cristo, corno se lê em I S. Pedro, 4 :6?

A Doutrina Espírita responde à indagação que serve de título a estas linhas
dizendo que, como filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, todos os
homens se destinam à perfeição, o que vale dizer, à felicidade.

Através das vidas sucessivas, todos hão de assenhorear-se da Verdade e, de
progresso em progresso, vir a “amar o próximo como a si mesmos”, conquistando
destarte o “reino do céu”, que é um estado (retidão de consciência) e não
propriamente um lugar.

Com tal destinação, a alma deve caminhar sempre para frente e para o alto,
crescendo em ciência e em virtude, rumo à Razão Infinita e ao Supremo Bem.

Cada uma das existências terrestres ou nos milhares de mundos que pontilham o
Universo, não é senão um episódio da grande vida imortal. Em cada uma delas,
vencemos um pouco da ignorância e do egoísmo que há em nós, depuramo-nos,
fortalecemo-nos intelectuais e moralmente, até que, por merecimento próprio,
adquiramos o acesso aos planos superiores da espiritualidade, moradas de eterna
beleza, sabedoria e amor!

Leitor amigo: não é esta a doutrina que melhor se coaduna com a majestade e
os excelsos atributos do Criador?

 

(Revista Reformador de março de 1964)