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A História do Espiritismo

Nasceu em Nápoles em 1854 e morreu em 1918.

Esta médium italiana foi a 1ª de efeitos físicos a ser examinada por um
grande número de homens da ciência. Principais manifestações: movimento de
objetos sem contato, levitações de mesas, levitação do próprio médium,
aparecimento de mãos materializadas, de rostos, de luzes, execução de músicas em
instrumentos sem contato e aumento de sua própria estatura.

Eusapia disse ficar automaticamente influenciada pelos pensamentos dos
assistentes. Na verdade, o aspecto psicológico da mediunidade, pouco conhecido,
tem grande influência sobre os fenômenos.

Eusapia era caridosa e se preocupava com as crianças, os doentes e os
animais. Distribuía o que ganhava aos pobres.

1914 – O ESPIRITISMO E A GUERRA

As mortes ocorreram em quase todas as famílias despertando um súbito
interesse concentrado na vida após a morte. Muitas pessoas procuravam ansiosas
saber se era possível a comunicação com os entes queridos que haviam partido.

A imprensa, pressionada pela opinião pública, teve que fazer publicar casos
de soldados que se comunicavam após a morte física.

A 1ª guerra foi prevista em várias comunicações de espíritos por toda a
Inglaterra. Ficou comprovado também que há longa margem nas previsões que pode
ser afetada pela ação e vontade humana.

Um profundo aspecto da guerra mundial está envolvido na consideração de que a
guerra na Terra ‚ apenas um aspecto das batalhas invisíveis em planos diferentes
onde se chocam os poderes do Bem e do mal.

Aspecto religioso do Espiritismo

O povo hebreu foi o escolhido para a realização sagrada de constituir uma
religião francamente monoteísta, mais avançada e verdadeira, que representaria o
fulcro luminoso do conhecimento espiritual do futuro, com base na promessa
divina feita ao patriarca Abraão, na cidade de Uré, na Mesopotâmia.

Cativo por 400 anos dos egípcios, nas terras de Goshen, em trabalhos
forçados, surgiu para esse povo um missionário poderoso e iluminado – Moisés –
que dali o libertou, conduzindo-o a uma terra de promissão, as margens do rio
Jordão, em Canaã.

Foi-lhe outorgado um código avançado de conduta moral – o Decálogo – e um
deus único – Jeová – protetor e defensor, que se manifestava de forma tão
evidente e objetiva, em todas as ocasiões graves, que se radicou para sempre no
coração desse povo. Suas leis religiosas eram rigorosas, inflexíveis e tão
fortes, que puderam mantê-lo unido e fiel através dos tempos e das mais
terríveis vicissitudes.

Não eram leis de redenção, mas de aglutinação em torno a uma realidade única,
a um poder cósmico soberano e uno, a um código que levasse a realizações
redentoras, futuramente.

Essa foi a missão de Moisés, o missionário hebreu: preparar um povo para a
primeira religião monoteísta; limpar os caminhos para o advento de um novo
enviado divino; arrotear o solo para uma semeadura de maior expressão evolutiva.
As comunicações mediúnicas, já naquela época, eram abundantes. Mas tamanhos eram
os abusos em evocar indiscriminadamente os espíritos, que Moisés proibiu estas
atividades.

Veio então Jesus, mais tarde, na Palestina; o excelso Enviado, que pregou e
praticou a redenção pelo amor, a unidade em Deus, como Pai.

O substrato de seu código moral, denominado Evangelho ou Boa Nova, está
contido no Sermão do Monte, cujas regras são, ao mesmo tempo, uma libertação
pelo conhecimento e uma realização redentora.

O cultuado no mundo por centenas de milhões de adeptos, mas jamais foi
cumprido no seu verdadeiro sentido cósmico e, por isso, a humanidade não pôde
ser ainda encaminhada a seus superiores destinos espirituais.

O missionário nazareno, uma verdadeira manifestação do Cristo Planetário, foi
imolado na cruz pelo povo escolhido, aquele mesmo povo preparado para recebê-lo
e amá-lo; e os seus ensinamentos, pouco mais tarde, foram utilizados para
dominação religiosa, visando interesses meramente humanos.

Mas encerrou-se o ciclo ? Não. Na sua consciência das coisas futuras, sabendo
que seus ensinamentos e seu testemunho de amor, na morte física, não bastariam
para esclarecer as consciências, o Cristo prometeu, como pastor e guia da
humanidade, não esmorecer nos esforços de redenção, não como naqueles dias,
descendo na Terra ele mesmo, mas enviando novos missionários para completar a
obra, antes que as sombras do encerramento do ciclo se estendessem sobre o
mundo; essa mesma obra que os discípulos e apóstolos, logo após seu regresso aos
Planos Espirituais, tentaram realizar na Terra com a difusão do Evangelho, em
várias partes do mundo de então, oferecendo-se como testemunhos vivos de sua
autenticidade e do seu poder redentor.

O sacrifício desses servidores fiéis não foi inútil porque os ensinamentos se
perpetuaram no Tempo, difundiram-se pelo mundo, e serviram de base na criação do
Cristianismo Primitivo, que exigia a vivência, segundo a essência do
ensinamento.

Conquanto tenha sido substituído mais tarde, como já o dissemos, por
organizações religiosas dogmáticas, mais que tudo radicadas a interesses
humanos, a doutrina verdadeira não desapareceu – “minhas palavras”, disse o
Cristo, “não passarão” – porque viriam mais tarde a ser revividas em espírito e
verdade – “Deus é espírito e em espírito e verdade deve ser adorado” – por uma
religião não de homens, mas de próprios discípulos e mensageiros.

E veio, em nossos dias, como Doutrina dos Espíritos, cuja tarefa é reviver
esse cristianismo primitivo. Essa Doutrina hoje se expande irresistivelmente
pelo mundo, sem fronteiras e, como antes, nos tempos apostólicos, sua finalidade
‚: 1º – esclarecer as mentes sobre as verdades espirituais; 2º – operar nos
homens as transformações morais indispensáveis na sua redenção na sua integração
nos mundos espirituais superiores.

Reviver, pois, o cristianismo primitivo, na essência dos seus ensinamentos e
nos termos expressos pelo Divino Mestre, es a sua gloriosa tarefa, em pleno
curso em nossos dias.

O Espiritismo, portanto, não é simplesmente um conhecimento teórico ou
especulativo: é iniciação em verdades maiores e ação plena e efetiva em bem da
coletividade; não ‚ somente um esforço intelectual, uma pesquisa de caráter
filosófico, ou demonstrações de fenômenos “estranhos”, com abrangência, mais ou
menos profunda, nas leis naturais; mas devotamento ao próximo, auxílio sem
nenhuma discriminação, confraternização, demonstrações legítimas de amor
universal, para que assim os homens se redimam do passado culposo e se aproximem
de Deus.

A realização espiritual, individual e coletiva, no sentido elevado e
verdadeiro; doutrina essencialmente redentora, porque tem a força do
convencimento pelos fatos.

Os escritos dos chamados Pais da Igreja estão repletos de ensinos e práticas
espíritas. Os primeiros cristãos viviam em íntimo e familiar contato com os
invisíveis. Sabiam como fato absoluto que a morte não significa mais que a
passagem para uma vida mais ampla.

Hoje, algumas religiões afirmam que somos descendentes de Adão e Eva.

A Antropologia, uma ciência oficial, tem provas concretas de que o homem vem
evoluindo através das espécies há milhões de anos.

Estas mesmas religiões negam a existência dos espíritos, e assim como a
estêria de Adão e Eva, pouco de substancial oferece aos seus sectários.

Precisamos pisar em “terra firme”, ou seja, em idéias e fatos que sejam
suscetíveis de comprovações. Mas quantas pessoas acreditam em Adão e Eva? e que
espírito ‚ coisa do “demo” ?. São aqueles que crêem sem questionar. Ou a fé
cega, que rende a ilusão do crente… e o bolso cheio de dízimos para os seus
líderes.

Questionar é preciso. E buscar provas, mais ainda. O mais cômodo ficar
repetindo o que os outros disseram, mas isto contrapõe com o uso racional da
inteligência. Se alguém discorda de alguma coisa em sua religião, tem o direito
e o dever de se manifestar e fazer uso público de seu raciocínio lógico.

A liberdade de pensamento e ação é a tônica que deve orientar a vida do
cristão.

Testemunhos

Os testemunhos do século passado não desapareceram com o tempo. Nem os fatos.
Nem as experiências.

Os grandes médiuns, como os grandes cientistas, os grandes exemplos, os
grandes testemunhos estão iluminando os caminhos que os novatos vão trilhar.

Para a Psicologia, apesar de estar num estágio inicial, veio dar como
absolutamente demonstrado aquilo que se tinha como falso.

Quanto a literatura moderna, o que se está vendo é cientistas, psicólogos,
filósofos, proclamarem já a independência do espírito, e até a sobrevivência, o
que seria formidável escândalo no passado. Veja-se Bergson, Hansdriech, Primot,
Frazer, Bertrand de Cressac, Montadon, Nicola Pende, Rhine, e outros. Os que se
fiaram deles já não estão na base do testemunho do passado.

No livro “A Alavanca da Mente”, Joseph Banks Rhine declara que “as hipóteses
relativas ao fenômeno psíquico não são superiores a hipótese espírita”, e ” é no
problema da imortalidade que melhor se tem encontrado a Religião e a
Parapsicologia”.

Os fatos hoje tidos por grande novidade em Parapsicologia, foram já objeto de
estudos e deles se ocuparam os maiores sábios do Velho e do Novo Continente.
Richet deu-lhes o nome de Metapsíquica.

Vários padres e religiosos manifestaram-se favoravelmente ao Espiritismo e
suas verdades. Eis alguns deles:

– rev. George Vale Owen, recebeu mensagens espíritas que reuniu numa obra em
quatro volumes denominada “A Vida Além do Véu”;

– rev. W. Stainton Moses psicografou os “Ensinos Espiritistas”; e outras
obras.

– rev. G. Maurice Elliot e outros escreveram diversos e apreciados livros
espíritas;

– O pastor islandês Haraldur Nielsson, teólogo em Reykjavik escreveu: “Minhas
Experiências Espíritas” e “O Espiritismo e a Igreja”;

– O Padre Marchal também defendeu o Espiritismo diante de seu colegas.

DIFERENÇA ENTRE ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGIA

A principal diferença entre a Parapsicologia e o Espiritismo é que a primeira
tem sido até agora especulativa, enquanto que o segundo interpreta o fenômeno,
desvendado-lhe a causa. O Espiritismo vai na fonte e a Parapsicologia apanha a
corrente no meio do caminho.

O Espiritismo no Brasil

O termo “espírita” ficou definido para os que adotam a doutrina codificada
pôr Allan Kardec, pôr ocasião em que suas obras foram escritas, ou seja, a mais
de 120 anos.

No Brasil o Espiritismo assume um papel de destaque em nossa sociedade. A
organização dos vários centros e associações credenciados fica a cargo de
instituições como a Federação Espírita Brasileira – FEB, a Federação Espírita do
Estado de São Paulo – FEESP, a U.S.E. e outras.

O Espiritismo é baseado, como dissemos na codificação Kardeciana e tem por
base a prática do lema: “Fora da Caridade não há Salvação”, por isso vemos na
maioria dos centros espíritas credenciados funcionarem as creches, abrigos para
a velhice, escolas para alfabetização, campanhas visando a caridade e obras
assistências sem cobrança de nenhuma taxa ou remuneração.

Mas não é só isso. O verdadeiro espírita vive sua auto-reforma, a derrotar
constantemente o homem velho que existe em seu interior, esforçando-se para
vivenciar as lições do Cristo. Ele sabe que é imperfeito, mas permanece na busca
contínua e silenciosa da sua harmonia com o Cristo.

Dizer que o Espírita não é cristão, ou que não aceita Jesus em seu coração‚ é
no mínimo, ignorar ou desconhecer a Doutrina. O Espírita não só é cristão, como
está constantemente se esforçando por praticar as lições deixadas pelo Mestre
Nazareno.

Há muitas confusões, feitas intencionalmente ou não, entre o Espiritismo e
numerosas formas de sincretismo religioso afro-brasileiro, hoje largamente
difundidas.

As vezes, opositores da doutrina espírita costumam fazer intencionalmente
essas confusões, com o fim de afastar pessoas do Espiritismo.

Os grupos umbandistas, africanistas e neo-espiritualistas em geral se
intitulam de espíritas. Note que não está agora em discussão a boa intenção de
inúmeros médiuns dispostos a ajudar seu semelhante, mas a identificação
ideológica desses movimentos e do próprio Espiritismo.

Algum tempo atrás, o CONDU – Conselho Nacional Deliberativo Da Umbanda, no
Rio de Janeiro lançou uma campanha para que suas tendas assumissem a definição
de “umbandistas” no frontispício das sedes. Infelizmente parece que este projeto
não logrou resultado.

Seria de interesse geral que os órgãos federativos da Umbanda, Candomblé,
Santo Daime, União do Vegetal e demais agremiações neo-espiritualistas e
mediunistas, retirassem o título “espírita” de suas fachadas.

A imprensa brasileira é useira e vezeira em utilizar essas palavras em
notícias que envolvem praticas mediúnicas e presença de entidades espirituais.

É assim que se tornam “espíritas” os mais chocantes casos de mistificação,
fanatismo, magia negra, debilidade mental, sacrifícios de animais e até de seres
humanos.

Há também as cartomantes, quiromantes, curadores, jogadores de búzios que se
dizem “espíritas”.

Nosso país é um imenso cabedal de mediunidade. As pessoas são pré-dispostas
na aceitação dos fenômenos mediúnicos e desde pequenas as nossas crianças são
levadas aos médiuns para que recebam algum benefício (benzedeiras).

Na Bahia, por exemplo, a Igreja não sobreviveria sem os terreiros de Umbanda
e Candomblé. É o imenso sincretismo religioso. Muitos dos que se dizem católicos
freqüentam a igreja e visitam regularmente os terreiros das religiões
afro-brasileiras.

Não há como negar que a mediunidade faz parte do nosso dia-a-dia.

Temos médiuns espíritas exemplares: Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco,
Zíbia Gasparetto, Zilda Gama, e muitos outros.

Quem não conhece ou ouviu dizer de alguém que foi até Uberaba e recebeu uma
linda mensagem de seu ente querido desencarnado, trazendo-lhe palavras de
conforto e provando delicadamente sua identidade ?. A própria imprensa tem
divulgado vários casos deste naipe, colocando em destaque a fabulosa mediunidade
do nosso querido Chico Xavier que, sempre humilde, fica a agradecer a presença
de todos os que vão procurá-lo.

Chico nunca recebeu um centavo pelo seu trabalho mediúnico. Cumpre
religiosamente o “Dar de graça o que de graça recebemos”. Põe em prática os
ensinamentos do Cristo e por isso é um médium feliz, como felizes seremos quando
deixarmos de lado as teorias e passarmos a praticá-las em favor de nossos
semelhantes menos favorecidos.

Chico mora na periferia de Uberaba – MG e vive de sua aposentadoria no
Ministério da Agricultura.

Conclusão

Apesar de todos os obstáculos que o Espiritismo tem encontrado, ou toda a
oposição que foi feita na Metapsíquica, ou a deformação que querem impor a
Parapsicologia, a Ciência caminhar.
Diremos novamente como Kardec: “A Ciência marchará com os homens, sem os homens
e apesar dos homens”.

Bibliografia

  • História do Espiritismo – Arthur C. Doyle
  • Casos e Coisas Espíritas – Francisco K. Werneck
  • Obras Póstumas – Allan Kardec
  • Enciclopédia Barsa
  • Revista Presença Espírita – Centro Esp. Caminho da Redenção – Salvador –
    BA
  • O Mistério do Bem e do Mal – J. Herculano Pires
  • O Espírito e o Tempo – J. Herculano Pires
  • Na Cortina do Tempo – Edgard Armond
  • Jornais: A Voz do Espírito e Folha Espírita.
  • Hipóteses em Parapsicologia – Carlos Imbassahy

Para saber mais

  • Evolução para o Terceiro Milênio – Jorge Toledo Rizzini – edit. Edicel.
  • Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro – Sheila Ostrander e Lynn
    Schroeder – edit. Cultrix
  • O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – edit. IDE ou LAKE
  • Panorama sobre a Reencarnação (2 volumes) – Hans Tendam – edit. Summus
  • Agonia das Religiões – José Herculano Pires – edit. Paidáia