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Influência oculta dos Espíritos

Quesito 459 do L.E.: “Influem os Espíritos nos nossos pensamentos e
ações?”
Resp.: “Neste caso, sua influência é maior do que pensais,
pois muitas vezes são Eles que vos dirigem”.

 

Os Espíritos Superiores foram sumamente felizes quando deram aquela resposta,
em epígrafe, ao quesito formulado pelo nosso Sábio Kardec.

Se observarmos atentamente os fatos, chegamos à meridiana conclusão de
evidência do aludido ensinamento. Sim, meus amigos, somos influenciados pelos
Espíritos. Somos, ainda, flébeis caniços que se deixam balouçar pelos ventos da
Espiritualidade. Conforme a nossa posição, conforme a nossa evolução, podemos
ser balouçados para o mal ou para o bem.

Quando, ainda, jovem, como Advogado de Júri, em Catanduva, tive a
oportunidade de defender um réu que havia cometido um crime de homicídio. Antes
de defendê-lo, em plenário, disse-me o mesmo que só se lembrava do momento em
que havia iniciado a discussão com o seu desafeto, mas, depois, “não viu mais
nada” e “não se lembrava de mais nada”, só tomou conhecimento de que havia
cometido o crime de homicídio, quando se encontrava longe do local da cena
delituosa. Eis aí, um caso típico da “privação dos sentidos”, quando os
Espíritos das trevas se aproveitam das brechas que se lhes apresentam e jogam as
criaturas umas contra as outras.

Meus amigos, acabamos de ler um Livro de pequeno porte, mas de excelente
conteúdo: “Caravana de Luz”, pelo Espírito de Everilda Batista, psicografia de
Robson Pinheiro Santos. Neste Livro Magnífico, o Espírito de Everilda, de forma
simples e objetiva, nos mostra claramente a sua visão espiritual de nossa
crosta. No capítulo XI, Everilda, na sua linguagem simples, como humilde
observadora, apresenta-nos um quadro deslumbrante, dentro da sua observação
espiritual:

“Fixando os olhos, pudemos observar como os encarnados apressados se
locomoviam de um lado para outro no vai e vem das atividades de uma cidade
grande. Alguns iam para o trabalho, outros para casa e outros se dirigiam,
talvez, a alguma atividade de lazer ou, quem sabe, perambulavam por aí sem
objetivo definido. Interessante é que, do “nosso lado”, igualmente, uma
verdadeira multidão de Espíritos se misturava com a população encarnada,
formando um turbilhão de Seres, de Almas que conviviam num mesmo ambiente,
muitos dos quais, no plano físico, sem suspeitar da existência desta outra
população, cujo número excedia em muito o da população encarnada”. (apud –
“Caravana de Luz” – ed. Casa dos Espíritos – MG – 1999 – fls. 173).

Meus amigos, continua nos esclarecendo, o Espírito da nossa Irmã Everilda
Batista:

“Observamos mais atentamente e vimos Espíritos que se apegavam a certos
encarnados de forma tão íntima que era comum ver-se entre eles, desencarnados e
encarnados, uma espécie de fios que se assemelham à visão espiritual, ligando as
mentes que se sintonizavam. Vi que, quando um encarnado andava e em sua frente
havia algum desencarnado, aquele literalmente atravessava o desencarnado, que
não lhe causava nenhum obstáculo. Os próprios Espíritos, não todos, ao passarem
onde havia algum objeto material, atravessavam-no como se nada houvesse”. (apud
– “Caravana de Luz” – fls. 175/176)

Nestas circunstâncias, com base neste depoimento do Espírito de Everilda, que
não destoa dos Princípios da nossa Doutrina, podemos concluir que nós,
(encarnados), e os nossos Amigos, (desencarnados), convivemos em um mesmo
espaço, mas, em duas dimensões diferentes. Por estarmos, ainda, revestidos de
matéria mais densa, com os nossos sentidos limitados por cinco acanhadas
janelinhas, não podemos perceber a outra dimensão da vida que se cruza com a
nossa própria e que é tão real como a Luz dos Astros.

Assegura-nos, ainda mais, nossa Irmã Everilda:

“Agora, como desencarnada, assombra-me a visão de tal magnitude. Uma
população invisível, aos olhos dos humanos encarnados, perambula no meio deles,
sem que estes, em sua maioria esmagadora, se conscientizem de que estão sendo
influenciados
“. (apud – “Caravana de Luz” – fls. 184).

Meus amigos, ante o exposto, devemos nos convencer de que somos influenciados
pelos Espíritos.

Sabemos que uma Casa limpa, sem poluição, sem os miasmas dos vícios e dos
males, só poderá atrair somente Bons Inquilinos, os Bons Espíritos, por certo,
procurarão a nossa Casa se ela oferecer boas condições de habitabilibidade e
assim sendo haverão de nos influenciar somente para a prática das boas ações.

(Jornal Verdade e Luz Nº 175 de Agosto de 2000)